quarta-feira, 16 de julho de 2014

A eficácia do controle exercido por Deus

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Por John Frame


Dizer que o poder controlador de Deus é eficaz é simplesmente dizer que esse poder sempre realiza o seu propósito. Deus nunca deixa de cumprir o que se dispõe a fazer. É certo que as criaturas podem opor-se a ele, mas não podem prevalecer. Por seus próprios motivos, ele decidiu adiar o cumprimento das suas intenções para o fim da História, e conduzir essas intenções através de uma complicada sequência histórica de acontecimentos. Nessa sequência, às vezes os seus propósitos parecem sofrer derrota, e às vezes obtêm vitória. Mas, como veremos posteriormente na nossa discussão sobre o problema do mal, cada aparente derrota torna de fato a sua vitória final supremamente gloriosa. É evidente que a cruz de Jesus é o principal exemplo desse princípio. 

Nada é difícil demais para Deus (Jr 32.27); nada lhe parece maravilhosos demais (Zc 8.6); nada lhe é impossível (Gn 18.14; Mt 19.26; Lc 1.37). Desse modo, os seus propósitos sempre prevalecerão. Contra a Assíria, ele diz:

"Jurou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte de Israel, e a sua carga se desvie dos ombros dele. Este é o desígnio que se formou concernente a toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; que pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14.24-27; cf. Jó 42.2; Jr 23.20).

Quando Deus expressa com palavras os seus propósitos eternos, por intermédio dos seus profetas, essas profecias certamente acontecerão (Dt 18.21-22; Is 31.2).[1] Às vezes Deus apresenta a sua palavra como o seu agente ativo que inevitavelmente cumpre a sua determinação:

"...[assim como descem a chuva e a neve dos céus] assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo que designei" (is 55.11; cf. Zc 1.6). 

E o sábio mestre nos lembra:

"Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENHOR" (Pv 21.30; cf. 16.9; 19.21)

A Escritura fala muitas vezes sobre o propósito de Deus em termos "do que lhe agrada" ou do que "o que é da vontade". O que agrada a Deus certamente será realizado:

"... que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.10)

"Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4.35)

"Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, SENHOR do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Mt 11.25-26). 

"... (e em amor) nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.5; cf. 1.9).[2]

Para ilustrar a eficácia dos propósitos de Deus na nossa vida, a Escritura faz uso da figura do oleiro e do barro (Is 29.16; 45.9; 64.8; Jr 18.1-10; Rm 9.19-24). Com a mesma facilidade com que o oleiro molda seu barro, fazendo um vaso para um propósito e outro vaso para outro propósito, assim Deus age nas pessoas. Seu propósito prevalecerá, e o barro não tem nenhum direito de queixar-se com o oleiro a respeito disso.

A eficácia geral do propósito de Deus forma o pano de fundo para a doutrina reformada da graça irresistível. Como mencionamos anteriormente, os pecadores de fato resistem aos propósitos de Deus; esse é, na verdade, um tema significativo da Escritura (Is 65.12; Mt 23.37-39; Lc 7.30; At 7.51; Ef 4.30; 1Ts 5.19; Hb 4.2;12.25). Mas o ponto visado pela doutrina é que a resistência deles não prevalece contra o SENHOR. Quando Deus tenciona levar alguém para a fé em Cristo, ele não pode deixar de fazer isso, embora, pelos seus próprios motivos, ele decida lutar com a pessoa por longo tempo antes de atingir esse propósito.[3] Mais adiante, nesse precede a nossa resposta de fé, e é sempre origem desta. Também veremos que Deus chama eficazmente pecadores para entrarem em comunhão com ele. Teremos que discutir amplamente a natureza da resistência humana na nossa consideração posterior da responsabilidade e liberdade características da criatura.

Mas a Escritura ensina normalmente que, quando Deus elege, chama e regenera alguém em cristo, mediante o Espírito, essa obra realiza o seu propósito salvífico. Quando Deus dá àqueles que são seus um novo coração, é certo e seguro que eles "andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem" (Ez 11.20; cf. 36.26-27). Quando Deus nos dá nova vida (Jo 5.21), não podemos devolvê-la a ele. Disse Jesus: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim" (Jo 6.37). Se Deus pré-conhece alguém (isto é, se é seu amigo, como veremos abaixo), ele certamente o predestinará para conformar-se à semelhança de Cristo, para ser chamado, justificado e glorificado no céu (Rm 8.29-30). "[Deus] tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" (Rm 9.18; cf. Êx 33.19). Os crentes podem dizer: Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts 5.9). O salmista acrescenta:

"Bem aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficamos satisfeitos com a bondade de sua casa - o teu santo templo" (Sl 65.4)

Portanto, como acontece com a sua palavra, a graça de Deus nunca voltará vazia a ele.

Podemos resumir o ensino bíblico acerca da eficácia do governo de Deus com as seguintes passagens, que falam por si mesmas:

"O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações" (Sl 33.11)

"No céu está o nosso deus e tudo faz como lhe agrada" (Sl 115.3)

"Tudo quanto aprouve o SENHOR, ele o faz, nos céus e na terra, no maus e em todos os abismos" (Sl 135.6)

"... nenhum já que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, que o impedirá?" (Is 43.13)

"Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará. e que fecha, e ninguém abrirá" (Ap 3.7)

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Notas:
[1] Nas Escritura, nem toda profecia é expressão do propósito eterno de Deus. Algumas profecias indicam o que Deus fará em várias situações possíveis. Portanto, às vezes ele anuncia juízo, mas "se arrepende" quando as pessoas se arrependem: ver Jr 18.5-10. [...] Ver também Richard Pratt, "Prophecy and historical contingence", em www.thirmill.org.
[2] Certo é que há também na Escritura muitos exemplos de criaturas que desagradam a Deus por desobedecerem aos seus mandamentos, desse modo deixando de estar à altura dose seus padrões. Aqui é importante a distinção reformada tradicional entre a vontade decretiva e a vontade preceptiva (ou, nesse caso, o que agrada a Deus). Deus sempre realiza o que ele ordena que aconteça, mas nem sempre ordena que seus preceitos, seus padrões, sejam seguidos. Em outras palavras, às vezes lhe apraz ordenar seu próprio desprazer, como quando ele ordena as ações pecaminosas dos seres humanos.
[3] Há também situações nas quais pessoas que parecem eleitas abandonam Deus e, com isso, provam que não pertencem aos seu povo. Também há casos em que Deus escolhe alguém sem a intenção de lhe dar os benefícios completos da salvação. Judas é um exemplo (Jo 6.70), como também o é Israel, que, por sua incredulidade, perdeu sua posição especial como nação eleita de Deus.
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Fonte: FRAME, John. A Doutrina de Deus; São Paulo: Cultura Cristã, 2013. 53-55
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pastor questiona construção de réplica do Templo de Salomão

Ele lembra que o interesse dos cristãos por tal obra tem que ser apenas histórico
por Leiliane Roberta Lopes



Pastor questiona construção de réplica do Templo de SalomãoPastor questiona construção do Templo de Salomão
  • O reverendo Augustus Nicodemus Lopes questionou em uma pregação a construção do Templo de Salomão, o megatemplo que será inaugurado no dia 31 de julho em São Paulo pela Igreja Universal do Reino de Deus.
O pastor da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro afirmou que não entende o motivo que faz um cristão querer construir uma réplica do templo bíblico. “O único interesse que um cristão deve ter no templo é arqueológico e histórico, nunca religioso”, disse.
“Era no templo que se fazia todas as coisas que Jesus já fez por nós”, continuou o reverendo Augustus Nicodemus citando o ritual de purificação e os sacrifícios de animais.
Ele também explicou a diferença do templo do Antigo Testamento com os dos dias atuais, lembrando que o espaço de culto como conhecemos hoje não são a morada de Deus, mas sim o coração de cada ser humano.
“Isso aqui [a igreja] é uma construção para conter apropriadamente o verdadeiro templo que somos nós. Deus habita em nós, nós é que somos o templo do Espírito Santo.”
O trecho da mensagem intitulada de “Jesus e Lei” foi publicado no canal do Youtube da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde também é possível acompanhar toda a pregação na íntegra.
Assista:

Fonte:gospelprime

SETE COISAS QUE APRENDI COM A DERROTA DO BRASIL



Por Samuel Torralbo

Partindo dos 7x1 sofridos pelo Brasil contra a seleção da Alemanha na semifinal da copa do mundo de 2014, quero pontuar sete coisas que aprendi com essa derrota humilhante e vexatória que entrará para a história.

1 – Uma história vitoriosa não garante vitória no presente – A história do futebol brasileiro é incomparável, com 5 títulos mundiais, tendo jogadores históricos encontramos Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Ronaldo, etc. Mas isso não é garantia de sucesso no presente. De modo que, a história é importante, porém imprescindível é como lidamos com o presente.

2 – O jeitinho brasileiro é uma maldição – Nota-se que mais uma vez o futebol foi cercado pela mística do jeitinho brasileiro (o Brasil não jogou bem a copa inteira, e pensávamos que passaríamos a Alemanha como das outras vezes). Infelizmente, no inconsciente coletivo da nação brasileira o jeitinho é uma marca maldita, que funciona como um viciado em jogos de azar, que ganha uma vez, e perde dez, mas fica sempre contando sobre a única vez que ganhou, sem perceber que já perdeu tudo. É verdade que o jeitinho as vezes funciona, porém se comparado com as vezes que não funciona, notar-se-á que é um grande sistema de engano e atraso.

3 – Renovação é imprescindível na vida – O que se percebeu ontem é o que muitos já vinham falando – uma seleção ultrapassada e desatualizada. Um dos motivos que leva a desatualização e logo ao insucesso é o orgulho de achar que não precisa se atualizar, o que implica em buscar novas ajudas, conhecer novos caminhos, escutar e aprender com os outros, porém o orgulhoso não tem humildade para isso, ele fica polindo troféus antigos enquanto que o mundo segue caminhando.

4 – Talento depende de planejamento – Foi-se o tempo em que um craque ganhava sozinho um campeonato (ele pode ganhar um jogo, mas o campeonato é impossível), no mundo pós moderno os novos termos definem o novo cenário – “rede”, “global”, “parceria”, e para a viabilização deste novo modelo de relacionamento o planejamento é algo singular no processo. Infelizmente, o brasileiro tem muito talento, mas precisa aprender muito sobre planejamento.

5 – Nem só de emoção se constroem resultados – O brasileiro é conhecido como um povo do coração e menos da razão. Isto tem seus benefícios como também seus prejuízos. Certamente, o melhor caminho é o da moderação, não basta emoção, paixão, vontade, é necessário também o preparo, o equilíbrio, as ponderações e sobretudo a humildade.

6 – Meu mundo nem sempre é tão perfeito assim – Quando ouvíamos os técnicos e os jogadores falarem sobre a seleção brasileira a sensação que tínhamos é que o mundo deles estava perfeitamente seguro, porém o que se percebeu com o resultado diante da Alemanha é que nem sempre a impressão pessoal sobre si mesmo, reflete o que de fato é, necessitando outra vez de humildade para um auto conhecimento que poderá então produzir resultados com sucesso.

7 – Aprendendo com os fracassos – A derrota de fato pode produzir um novo caminho de aprendizado e restauração. Porém sempre será um caminho de muito trabalho, disciplina e humildade. Ninguém aprende nada com a derrota apenas filosofando, ou criando enciclopédias sobre a tragédia. Aprende-se, com as tragédias quando a alma de fato se desperta, existindo um novo posicionamento de conduta e caráter. Daqui a quatro anos de fato veremos se a seleção como também todos nós (no caminho da vida) aprendemos com essa derrota histórica no futebol, ou se ficamos apenas no blábláblá..

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Samuel é pastor, teólogo e escritor. É um dos nossos colaboradores.
Fonte:Púlpito Cristão

Israel é o relógio de Deus no mundo?

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Por Thiago Oliveira


Essa expressão “relógio de Deus no mundo” é usada por muitos cristãos que vivem antenados no que acontece com o Estado Israelense. Para essas pessoas, o reaparecimento de Israel como nação e os constantes conflitos que ocorrem por aquelas bandas ganham ares escatológicos e são vistos como o cumprimento das profecias bíblicas acerca do fim dos tempos e o retorno de Cristo.

Devido as recentes notícias de conflitos entre palestinos e israelenses, choveu no Facebook campanhas de oração por Israel. Devemos apenas lembrar que do lado da Palestina estão morrendo pessoas, terroristas e não-terroristas, sendo assim, nossas orações devem se estender aos não-israelenses que também estão sendo vitimados. O direito à autodefesa é inegável, não entrarei nesse mérito. Quero apenas alertar a Igreja do Senhor, que o verdadeiro Israel de Deus deixou de ser uma nação há muito tempo. Mais precisamente há dois milênios, quando a Igreja de Cristo foi estabelecida na terra.

Não estou querendo com isso dizer que os fatos históricos são alheios a ação soberana de Deus. Obviamente acredito que a Trindade é quem faz a história, e não há nada desde a criação até o retorno de Cristo que não seja direcionado pela Divindade. Todavia questiono a clareza de algumas interpretações escatológicas. Sinceramente não acredito que certas profecias atribuídas ao futuro de Israel sejam para o Estado formado em 1948 pela ONU e com total apoio estadunidense. 

Vejam como existem algumas coisas bem forçadas; li num site os supostos cumprimentos das profecias bíblicas:

PROFECIA: “Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto. Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o senhor teu Deus.” (Amós 9.13-14).
CUMPRIMENTO: Israel é o 3º maior produtor de flores, está entre as nações com o maior IDH do planeta e supera até os EUA no Índice de Esperança de Vida (alguém sabe que índice é esse?).
PROFECIA: “E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra.” (Ezequiel 36.24).
CUMPRIMENTO: Após 19 séculos, com a criação do moderno Estado de Israel, milhares de judeus dispersos pelo mundo, saíram de 120 nações para formar o seu país e assim cumprir o que está escrito na Bíblia. 

Ambos os profetas falam de coisas que na época eram futurísticas, todavia para nós são acontecimentos presentes nos anais da História. Amós profetizou antes do Cativeiro Babilônico, quando Nabucodonozor destruiu Jerusalém, profanou e saqueou o Templo e levou cativo milhares de milhares de judeus. Ezequiel foi profeta contemporâneo ao exílio. O cativeiro mencionado é o da Babilônia, e o regresso do cativeiro foi cumprido pela geração de Esdras e Neemias. Deus usou os Persas - principalmente Ciro - para punir os babilônicos e remir os israelitas. 

Ler estes autores com as lentes da escatologia moderna é cair num erro primário de quem desconhece a história daqueles que outrora foram chamados para serem luzeiros entre as nações, o povo que foi o receptor da Revelação Específica que culminou no ministério de Jesus Cristo. Por isso muito cuidado ao afirmarmos determinadas coisas, pois, estaremos dizendo aquilo que o Senhor nunca disse, acrescentando algo a Palavra. Deslize gravíssimo!

As questões belicosas entre Israel e a Faixa de Gaza envolvem interesses políticos e econômicos que estão aquém das promessas bíblicas. Mas daí você pergunta: Deus prometeu que aquela terra seria dos israelitas ou não prometeu? Sim, prometeu. Contudo não devemos esquecer que a promessa está inserida num contexto aliancista (Ex 19:5). Israel descumpriu a sua parte e por isso não tem que reclamar coisa alguma. Cristo, em certa ocasião, afirmou:

Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos”. Mateus 21:43

E esta nação não é daqui. É a nação de forasteiros composta por cidadãos do Céu. As bênçãos que eram de Israel agora estão em posse da Igreja. E porquê? Porque os israelenses negaram o Messias. Essa negação fez com que pessoas de outros povos se juntassem a mesa com Abraão, Isaque e Jacó (Mt 8:11-12). Somos seus descendentes não por consanguinidade, mas sim mediante a Fé. Não basta descender de Abraão, tem que produzir frutos de arrependimento (Lc 3:8), e estes frutos foram produzidos por todos aqueles que receberam a Cristo como seu Senhor e Salvador, mediante a atuação do Espírito Santo, que é o que convence o homem de seus pecados (Jo 16:8).

Aconselho que diante de tudo o que esteja acontecendo no Oriente Médio, possamos ler os fatos com o olhar de misericórdia do Senhor. No momento em que escrevia esse texto, havia 120 mortes do lado da Palestina e 0 mortes do lado de Israel. E o mais triste nisso é que muitas crianças inocentes estão sendo assassinadas. O relógio de Deus no mundo é a Igreja, e esta ao cumprir o Ide coopera para a volta de Jesus (Mt 24:14). Há “filhos de Abraão” também entre os árabes. É necessário pregar para que o Espírito desperte os eleitos. Atentemos mais para a nossa missão e continuemos a orar por Israel, pela Palestina e pelo mundo inteiro. E que Deus tenha piedade do seu povo (a Igreja). 

Soli Deo Gloria.

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Divulgação: Bereianos
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O Calvinismo e a Piedade Cristã

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Por Thomas Magnum


É comum ouvirmos algumas indagações acerca do calvinismo, acusações descabidas e sem fundamentação Bíblica ou histórica. Uma delas é que o calvinismo promove em sua defesa da predestinação esfriamento espiritual, ou seja, o cristão não precisa cultivar uma vida piedosa. Veremos aqui, que tal acusação é infundada e desonesta com a história da Reforma Protestante. 

A contribuição da teologia reformada em várias camadas da sociedade são provas claras da piedade do pensamento de João Calvino. É notório que Calvino defendeu e ensinou a doutrina da predestinação com evidente ardor e temor, sua base foi as Escrituras, é evidente também que não foi Calvino quem inventou a doutrina. Ao lermos as Epístolas de Paulo, vemos claramente o ensino do Apóstolo sobre a eleição, as doutrinas da graça estão presentes nas Escrituras de Gênesis ao Apocalipse, qualquer cristão que se propor a realizar um estudo sério das Escrituras Sagradas, não negará essas doutrinas. No entanto elas não nos levam a uma indiferença ou esfriamento espiritual, mas, o contrário o povo remido e chamado por Deus vive como disse Paulo:

Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”. Tito 2.12

Abordaremos o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã, depois os cinco pontos do calvinismo e suas implicações práticas para vida do crente. Com isso demonstraremos que a teologia da vida cristã no calvinismo está embasada nas Escrituras e não na justiça dos homens. 

Calvino e a Vida Cristã

Comumente ouvimos falar de Calvino como um homem implacável e carrancudo que não tinha sensibilidade com o próximo e que reduziu o homem a nada. Isto não era verdade! João Calvino foi criado por sua mãe de forma piedosa, sua genitora o conduzia pela mão nos caminhos e no temor do Senhor. 

Steve Lawson diz:
Conhecido como um dos grandes homens de todos os tempos, ele era uma força motriz tão expressiva que influenciou a formação da igreja e da e da cultura ocidental de modo como nenhum outro teólogo ou pastor conseguiu fazer. Sua exposição habilidosa das Escrituras possuía características doutrinárias da Reforma Protestante, tornando-o, indiscutivelmente, o principal arquiteto da causa protestante. Sua impetuosa abordagem da teologia definiu e articulou as verdades essenciais daquele movimento que alterou a história da Europa no Século dezesseis. [1]

A Piedade Cristã nos Escritos de Calvino

Quando lemos Calvino, descobriremos logo a primeira vista um homem santo que tinha por base de sua teologia as Escrituras Sagradas, a teologia de Calvino era radicalmente bíblica. Ao lermos principalmente seus comentários bíblicos notaremos seu fervor e paixão pelas coisas divinas, a espiritualidade ensinada pelo reformador como uma vida dedicada a Deus e seu reino é um ensino claro em seus escritos. Quando lemos Calvino falando das disciplinas espirituais podemos perceber como isso era importante em sua teologia e em seus comentários bíblicos (e ele comentou quase toda a Bíblia), são suasInstitutas aplicadas de forma prática na vida da igreja.

Para Calvino a piedade cristã está alicerçada no conhecimento de Deus:
“A piedade está sempre fundamentada no conhecimento do verdadeiro Deus; e isso requer ensino”. [2]

Para Calvino a base para uma correta vida piedosa era o correto conhecimento da verdade bíblica. Como lemos em Tito 1.1: Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade”.

A nossa salvação se materializa em nosso conhecimento intensivo e qualitativamente completo da verdade. Contudo, este conhecimento da verdade, longe de ser arrogante e autossuficiente, está relacionado com a piedade: “segundo a piedade”. O verdadeiro conhecimento de Deus é cheio de piedade. Piedade caracteriza a atitude correta para com Deus, englobando temor, reverência, adoração e obediência. Ela é a palavra para a verdadeira religião. [3]

Calvino entendia que o conhecimento do verdadeiro Deus traria uma vida piedosa e santificada.
...deve observar-se que somos convidados ao conhecimento de Deus, não àquele que, contente com vã especulação, simplesmente voluteia no cérebro, mas àquele que, se é de nós retamente percebido e finca pé no coração, haverá de ser sólido e frutuoso.[4]
...Jamais o poderá alguém conhecer devidamente que não apreenda ao mesmo tempo a santificação do Espírito. (...) A fé consiste no conhecimento de Cristo. E Cristo não pode ser conhecido senão em conjunção com a santificação do seu Espírito. Segue-se, consequentemente, que de modo nenhum a fé se deve separar do afeto piedoso. [5]

Ainda em seu comentário da epístola de Tito 1.1, Calvino nos diz:
A frase, que é segundo a piedade, qualifica a verdade de uma forma especifica, da qual ele esteve falando, e ao seu tempo recomenda sua doutrina a partir de seu fruto e propósito, visto que seu alvo único é promover o culto divino correto, e manter a religião genuína entre os homens. E assim ele livra sua doutrina de toda e qualquer suspeita de vã curiosidade, como ele fez diante de Félix (Atos 24.10) e igualmente diante de Agripa (Atos 26.1). Visto que todos os questionamentos supérfluos que não se inclinam para edificação devem ser com toda razão suspeitos e mesmo detestados pelos cristãos piedosos, a única recomendação legitima da doutrina é que ela nos instrui na reverência e no temor de Deus. E assim aprendemos que o homem que mais progride na piedade é também o melhor discípulo de Cristo, e o único homem que deve ser tido na conta de genuíno teólogo é aquele que pode edificar a consciência humana no temor de Deus. [6]

As Implicações Práticas dos Cinco Pontos do Calvinismo

Ao tratarmos da resposta reformada aos remonstrantes nos cânones de Dort, não temos apenas cinco pontos de teologia engessada teoricamente. Os cinco pontos do calvinismo nos levarão através da Escritura a uma compreensão Bíblica de mundo, ética, espiritualidade, sociedade, igreja e as demais instituições que envolvem a igreja de Deus.

Ao observarmos o desenvolvimento e involução de nossa geração, percebemos claramente que a única explicação biblicamente coerente é a depravação total: Assassinatos, violência, corrupção, destruição dos valores familiares, abandono das verdades Bíblicas, culto a personalidade, a descentralização do culto, o antropocentrismo. A Palavra de Deus nos diz a respeito da condição do homem caído:
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Romanos 1.28-32

A Bíblia nos mostra que o homem está completamente distanciado de Deus, está destituído da glória, o homem não entende as coisas divinas e não busca a Deus.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Romanos 3.11-18

Essa condição pecaminosa é a explicação para a depravação que envolve a sociedade, os horrendos pecados que contemplamos todos os dias por meios massivos, a libertinagem e a violação aos mandamentos de Deus sobre a vida, casamento, sexo, finanças, cultura e artes. 

No entanto Deus tem um povo que Ele escolheu, para serem conforme a imagem de seu Filho, que são o sal da terra e a luz do mundo. Esse povo faz toda a diferença, um povo que glorifica a Deus e que vive e prega sua Palavra. O princípio ético da Escritura é trazer conforto e equilíbrio a vida social. Uma política onde os princípios éticos da palavra de Deus são violados será a ruína de uma nação, um sistema educacional em que o homem é entronizado e a Bíblia não é citada como fonte de ética salutar, levará uma sociedade também a ruína moral e espiritual. A perseverança dos santos é outra doutrina que podemos mencionar como extremamente importante para o povo de Deus e para aqueles que são beneficiados de forma colateral pelo Evangelho de Cristo. A vida regrada dos santos levará a um modelo de trabalho, santidade, vida comum, familiar e espiritual. Aqueles que foram eleitos incondicionalmente por Deus, perseverarão na busca da justiça, da vida devota e piedosa, isso são implicações éticas marcantes pela presença da igreja. A expiação limitada nos levará em particular a compreensão do amor de Deus por seu povo, de sua providência e cuidado para com os seus, isso é confortante por sabermos que estamos sempre aos cuidados do nosso Deus.

Conclusão

Estudar o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã revelará a importância que o reformador dava a vida prática do cristianismo Bíblico, afirmações de que o calvinismo não valoriza a prática da piedade cristã está fundamentada em desconhecimento do que o calvinismo ensina, um estudo mais apurado sobre a reforma e suas extensões irá mostrar o quanto à doutrina reformada é comprometida com a sã doutrina e a vida santa, diante de um Deus que é santo.

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Notas:
[1] A Arte Expositiva de João Calvino, Steve Lawson. Ed. Fiel
[2] Comentário de Daniel, João Calvino. Ed. Fiel
[3] A Piedade Obediente de Calvino, Hermisten Maia Costa 
[4] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - I 5.9.
[5] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - III. 2.8.
[6] As Pastorais, João Calvino, Comentário da epístola de Tito.

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Fonte: Bereianos

domingo, 13 de julho de 2014

Sai a programação do Palco Gospel do Festival de Inverno de Garanhuns 2014

CONFIRA

Foi divulgada nesta quinta (10 de julho), a esperada programação do Palco Gospel do Festival do Inverno de Garanhuns -Fig 2014.O Garanhuns Gospel Festival, como está sendo denominado este ano, começa sábado (19), e segue até o dia 26. As apresentações acontecem na quadra do Colégio Quinze, sempre a partir das 20 horas.  OBS: Grade sujeita a alterações

CONFIRA




Fonte:Blog V&C Garanhuns

sábado, 12 de julho de 2014

Litígio - Disputa entre irmãos na Fé

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Por Rev. Fernando de Almeida


O caso de Corinto - 1Coríntios 6.1-8


A cultura de nosso país tem mudado bastante de algumas décadas para cá no que tange a reivindicação dos direitos. Por pequenas coisas ações são movidas e existe uma infinidade de siglas que traduzem a amplitude do direito do cidadão. Por causa disso, as próprias empresas prestadoras de serviços criaram órgãos internos para atenderem seus clientes, as ouvidorias ou então o trabalho de um ombudsman.

De tanta ênfase que se tem dado ao direito individual não será possível que preceitos ainda mais importantes que esse sejam colocados de lado? Vamos estudar hoje como a busca pelo direito pode atrapalhar a comunhão da igreja.

Ganância disfarçada de justiça

É bastante comum ouvirmos de crentes que tem disputas contra outros a seguinte declaração: “Só desejo que a justiça seja feita”. Existe, porém, muitas afirmações bíblicas que nos fazem desconfiar das verdadeiras intenções humanas. Segundo a Palavra de Deus, o coração humano é desesperadamente corrupto (Jr 17.9); os nossos projetos e até pensamentos estão distantes do que Deus planeja em sua santidade (Pv 16.1; Is 55.8-9); e que há pecados praticados que passam desapercebidos de nossas consciências viciadas (Sl 19.12).

Por causa dessa tramoia que nossa carne prega é que foi tão importante para a Igreja de Corinto ser confrontada com as intenções reais de se contestar alguém na justiça comum. O que geralmente se busca com essa atitude senão uma compensação financeira por um suposto dano sofrido? Vê-se, então, que a “sede de justiça” nada mais é do que uma máscara para disfarçar um profundo amor ao dinheiro e desejo de vingança.

Há, portanto, no direito inato de todo cidadão (de usar a justiça comum quando se sentir prejudicado de alguma forma) uma série de quebras dos mandamentos de Deus e dentre esses, a constante busca pelo bem do próximo; um princípio muito mais importante que a procura pelo dinheiro ou o desejo de vingança.

Jesus disse que deveríamos fazer o bem até mesmo aos nossos inimigos bem como amá-los, bendizê-los e orar por eles (Lc 6.27-28). Tiago rumina essa ideia lembrando que devemos amar o próximo como a nós mesmos sem qualquer acepção de pessoas (Tg 2.8-9), ou seja, sem mesmo levar em consideração se o próximo é um crente ou um ímpio. Talvez por isso Paulo tenha apresentado um caso tão abrangente em nosso texto básico: “Atreve-se algum de vós, tendo negócio contra outro…” (1Co 6.1) Ele não especifica se esse “outro” é crente ou não[1] porque não vem ao caso; a regra é a mesma.

Seria possível aos coríntios acionar a justiça dos ímpios sem quebrar o mandamento acima? Será que algum dia encontraremos alguém que diga: “Meu irmão eu amo você em Jesus por isso já perdoei sua ofensa em meu coração mas mesmo assim vou entrar na justiça para requerer uma compensação em dinheiro”. Seria isso coerente?

Paulo começa o versículo com o verbo “atrever”. De fato, esse falso desejo por justiça é uma tremenda arrogância, atrevimento e audácia. É como se Paulo dissesse: “Como alguém que se diz crente pôde ter coragem de fazer algo assim?”

A suficiência da Igreja

O final do primeiro verso de 1 Coríntios 6, apresenta uma indignação da parte do apóstolo Paulo pelo fato de o caso controverso ter sido apresentado “aos injustos e não perante os santos” (1Co 6.1). Essa mesma repulsa é confirmada no verso 6: “Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos!” (1 Co 6.6).

Um cristão deveria ter a consciência (“ou não sabeis… [v.2]) que a atitude mais sensata diante de uma controvérsia na igreja era procurar irmãos na fé e não os ímpios.

Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?” (1 Co 6.5). Essa declaração indica que até mesmo um único cristão, com uma mente cristão madura, já seria suficiente para intermediar qualquer disputa. Aliás, embora apareça muitas vezes a palavra “julgar” nesse texto, o espírito do significado está muito mais ligado a “mediação” do que “julgamento”. Nas questões terrenas podemos ser mediadores uns dos outros e assim cumprirmos a bem-aventurança que nos manda ser pacificadores (Mt 5.9).

Em uma certa igreja, dois irmãos na fé eram sócios em um negócio. Depois de um certo tempo de sociedade acharam por bem dissolvê-la mas não conseguiram acordar em que termos isso se daria. Imbuídos de sabedoria, levaram o caso ao conselho da igreja e após exporem cada um a sua versão pediram que aqueles líderes se pronunciassem (mediassem) a respeito e a opinião dada seria acatada por ambos. Assim foi feito. Um ou o outro talvez não tenha recebido o tanto que gostaria mas com certeza ambos puderam sentir paz com a decisão tomada.

A união que existe na igreja de Cristo deveria torná-la em um fórum suficiente para os irmãos resolvem seus problemas. As instâncias da justiça comum “não têm nenhuma aceitação na igreja” (1Co 6.4b), ou seja, de nada valem para a igreja. A “justiça dos homens” recentemente nos deu um exemplo claro disso ao proibir pais de imporem castigos físicos aos seus filhos. Essa mesma justiça tem autorizado o aborto, desconsiderado o adultério como crime e está em vias de não só aceitar a união civil homossexual mas também capacitá-los a adoção. De fato, a justiça humana nada tem a ver com a justiça de Deus e por causa dessa diferença abismal que os apóstolos disseram: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5.29b).

Os coríntios são lembrados por Paulo a respeito do papel que os crentes ocuparão na vida eterna. “O absurdo da situação em Corinto torna-se mais claro quando a pessoa reconhece que, na consumação da história (mas não antes; 5.12,13), os crentes participarão, juntamente com Cristo, no julgamento não somente dos incrédulos, mas também dos anjos. Até o menos qualificado entre os crentes de Corinto estava em melhor posição do que um incrédulo para arbitrar disputas na igreja local.” [2]

O Testemunho diante do mundo

Levando as questões internas a justiça comum, os coríntios estavam literalmente lavando suas roupas sujas em público. Segundo Paulo, esse comportamento da comunidade cristã se traduzia em uma “completa derrota” (1Co 6.7). Primeiro por causa da evidente falta de amor cristão recíproco e segundo, por causa do testemunho cristão: em vez de a igreja julgar os valores do mundo o inverso é que se dá. O mundo tem que interferir na convivência da igreja para que esta tenha paz. De fato, a igreja tem que se sentir derrotada com isso.

Simon Kistemaker escreveu com bastante propriedade: “Para Paulo, o propósito do Cristianismo é permear o mundo todo, influenciá-lo e mudá-lo de acordo com as normas do evangelho. Mas Paulo nota que em Corinto está acontecendo o contrário. O mundo está penetrando na comunidade cristã para amoldá-la aos padrões do mundo. Prova disso é a questão das disputas que não são resolvidas dentro dos limites da comunidade cristã, mas levadas diante de juízes mundanos. Os irmãos cristãos que levam suas causas para não-cristãos estão tornando a igreja um motivo de galhofa no mundo gentio.” [3] Na ânsia de derrotar um outro irmão a fim de obter vantagem, essa pessoa derrotava a si mesma como parte do corpo de Cristo.

Aquilo que é mais valioso

A prova maior de que os coríntios litigiosos estavam negligenciando o amor se evidenciava no fato de não perceberem que “pessoas” é melhor do que “coisas” e “o bem do Corpo" (igreja) é melhor do que “satisfação pessoal”.

A Unidade da Igreja é mais importante do que o sofrimento pela injustiça.

Paulo questiona os coríntios: “Por que não sofreis, antes, a injustiça?” (1Co 6.7b). Diante da vergonha que é para a igreja a desunião de seus membros ao ponto de um acionar o outro na justiça comum, Paulo pergunta: “Por que não é preferível ser tratado injustamente? Jesus salientou bem que quando alguém impingisse injustiça ao crente este deveria conformar-se e alegrar-se: “Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda.” (Lc 6.29-30). A Palavra de Deus nos autoriza protegermos nosso patrimônio (afinal somos mordomos de Deus) mas não ao ponto de amarmos mais as posses do que nossa própria vida, a do próximo ou o próprio Deus. Se o crente não tem coragem de dispor do que tem então é porque nisso está seu coração. A história do encontro de Jesus com o jovem rico ilustra bem isso (Mc 10.17-22). 

A Unidade da Igreja é mais importante do que o sofrimento pelo prejuízo.

A segunda pergunta de Paulo foi: “Por que não sofreis, antes, o dano?” (1Co 6.7b); ou seja: “Não seria melhor ficar com o prejuízo?” (NTLH). A injustiça agora revela-se em prejuízo.

Ninguém melhor do que Paulo para falar de abnegação. Se você pudesse fazer uma meça da vida financeira de Paulo antes e depois de sua conversão, você saberia dizer se Paulo se tornou mais rico ou mais pobre? A Bíblia não trata desse assunto mas em mais de uma oportunidade ele confessa que já teve experiência de fome e escassez (Fp 4.12) bem como prisões, perigos, naufrágios, trabalhos, fadigas, sede, frio e nudez (2Co 11.24-27).

A igreja é o Reino de Deus visível nesse mundo caído. O Reino de Deus não tem preço, por isso, ele é comparado a uma pérola de grande valor ou a um campo com um tesouro. Os coríntios deveriam por tudo de lado em favor da preservação da igreja de Deus da mesma forma que um colecionador de pérolas vende todas que tem para comprar a mais valiosa (Mt 13.45,46) ou alguém que achando um tesouro vende tudo o que tem para comprar o campo no qual esse tesouro se encontra (Mt 13.44).

Conclusão

De acordo com a exortação de Paulo a comunhão do Corpo de Cristo é mais importante que qualquer coisa. Para esse fim devemos suportar, então, injustiças pessoais e até mesmo sermos roubados.

Nisso se manifesta o testemunho do cristão pois é bastante incomum um ímpio abrir mãos de bens materiais em detrimento de outras pessoas; somente com Cristo na direção de nossa vida isso pode ser possível.

Por outro lado, se preferirmos contender a abrir mão é porque ainda não entendemos o espírito do Evangelho e do próprio ministério de nosso Redentor Jesus Cristo.

Nem sempre as contendas entre os membros da igreja chegam aos tribunais mas nem por isso elas são menos prejudiciais à união da igreja. Tendo isso em conta, procure em seu coração as desavenças pendentes e tome a decisão de consertá-las sempre com o espírito de abrir mão do que por direito deveria ser seu. Se preciso chame o pastor ou qualquer outro líder sábio (1Co 6.5) para ser o mediador.

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Notas:
[1] A maioria dos estudiosos entende que a contenda que Paulo tinha em mente se deu entre dois crentes membros da igreja de Corinto.
[2] Bíblia de Genebra, comentário a 1Coríntios 6.2-5
[3] Simon  J. Kistemaker,  1 Coríntios,  São Paulo, Cultura Cristã, 2003, p.251.

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Sobre o autor: Rev. Fernando de Almeida é Ministro Presbiteriano e capelão da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano "Rev. José Manoel da Conceição"; Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Pós Graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília; Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutorando em Letras. Escritor de revistas para Escola Dominical pela Editora Cultura Cristã.

Fonte: Reflexões Bíblicas
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Que é um Evangélico?

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Por Michael Horton


Os rótulos geralmente são confusos, especialmente quando o conteúdo da embalagem muda. Suco de uva pode virar vinagre com o passar dos anos na adega, porém o rótulo não muda junto com as mudanças na substância. O mesmo vale para o termo "evangélico".

Desde o "Ano do Evangélico", correspondente ao bicentenário de nossa nação (no caso os EUA) em 1976, o termo - pelo menos na América do Norte - veio a identificar aqueles que salientam um determinada marca da política, uma abordagem moralista e freqüentemente legalista da vida, e certo tipo de imitação, "cafona" de estilo de evangelismo. Para alguns o termo compreende o emocionalismo que eles vêem na televisão religiosa. Para outros, hipocrisia e justiça própria. E aí há as memórias que muitos de nós, que fomos criados como evangélicos, temos: ambientes familiares fortes e cuidadosos; um senso de pertencer a um mesmo lugar, com os amigos que gostam de conversar das "coisas do Senhor".


Independente do seu passado, é importante entender o significado do termo "evangélico".


As pessoas só começaram a usar o rótulo no século XVI, designando aqueles que abraçaram o Evangelho que havia - num sentido bem real - sido recuperado pela Reforma Protestante naquele século. "Evangélico" vem de "evangel", que é o termo grego para "evangelho". Deste modo, os "evangélicos" eram luteranos e calvinistas que queriam recuperar o evangel e proclamá-lo dos altos dos telhados. Era uma designação empregada para colocar os Protestantes num agudo contraste com os Católicos Romanos e "seitas". Mas para entender por que estes Protestantes pensavam que eram realmente aqueles que recuperaram o verdadeiro e bíblico Evangelho, temos que entender o que era aquele evangelho.


O "Evangel"


A Reforma era uma coleção de "solas" - esta é a palavra latina para "somente". Eles vibravam ao dizer "Sola Scriptura!", significando, "Somente as Escrituras". A Bíblia era a "única regra para fé e prática" (Westminster) para os reformadores. Você vê que a igreja acreditava que a Bíblia era totalmente inspirada e infalível, mas a igreja era o único intérprete infalível da Bíblia. Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos "espertos", mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.


O principal ponto de "Sola Scriptura" então, era este: Não deveria ser permitido à Igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos.


O segundo "sola" era "Solo Christus", "Somente Cristo". Isto não queria dizer que os Reformadores não criam na Trindade - pois o Pai e o Espírito Santo eram igualmente divinos, mas que Cristo, sendo o "Deus-Homem" e nosso único Mediador, é o "Homem de frente" para a Trindade. "Aquele que me vê a Mim, vê ao Pai que me enviou", disse Jesus. Num tempo em que meros seres humanos estão tomando o lugar de Cristo como Mediador entre Deus e cristãos, os reformadores proclamaram juntamente com Paulo: "Há somente um Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Tim. 2: 5). Eu cresci em igrejas onde tínhamos "apelos ao altar" e esta pode ser a coisa mais próxima que nós cristãos modernos temos do "chamado ao altar" medieval, a missa. Em nossas igrejas, o pastor atuaria como mediador, vendo nossa mão levantada "enquanto cada cabeça está baixa e cada olho fechado", e nós iríamos para a frente onde ele estava, o chamado "altar" e repetiríamos uma oração após ele. Então ele afirmaria que, tendo "feito a oração", nós agora estaríamos salvos. Eu me lembro de ter sido "salvo" novamente, e novamente. Quando me senti culpado após uma particular e desagradável noite de sábado, lá ia eu novamente ao altar. Cristãos medievais estavam sempre apavorados até a morte, por ver que poderiam morrer com pecados não confessados e assim iriam para o inferno. Assim, a missa era uma oportunidade de "estar em dia com Deus" e de "encher a banheira" que tinha tido um vazamento por causa do pecado.


Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: "Somente Cristo!" É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele "entregou tudo"; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito.


E isso nos traz ao próximo "sola" - "Sola Gracia" (Somente a Graça!) Roma acreditava na graça; de fato, a Igreja insistia que, sem a graça, ninguém poderia ser salvo. Só que a graça era o tipo de "um pó mágico" que ajudava a pessoa a viver uma vida melhor - com a ajuda de Deus. Os reformadores, em contrapartida, diziam que a graça não é uma substância que Deus nos dá para vivermos uma vida melhor, mas sim uma atitude em relação a nós, aceitando-nos como justos por causa da santidade de Cristo, e não nossa.


Por isso eles lançaram o quarto "somente" (sola), que sabemos ser "Sola Fide"(somente a fé). Considerando que somos salvos somente pela graça, como obtemos essa graça? Roma argumentava que essa graça era distribuída pela igreja através dos vários métodos que os "altos escalões" haviam inventado. Fé mais amor, ou fé mais boas obras, ou alguma coisa assim, tornou-se a fórmula para a salvação. Os reformadores ao contrário, insistiam que do início ao fim, "salvação é obra do Senhor" (João 2:9). "O Espírito dá vida; o homem em nada colabora" (João 6:55). "Não depende da decisão, nem do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus" (Rom 9:16). Assim a fé em si mesma é um dom da graça de Deus e não se pode dizer dela que seja "a coisa" que nós fazemos na salvação: Pois nós não somos nascidos "da vontade da carne ou da vontade do homem, mas de Deus" ( João 1:13).


No minuto em que uma pessoa olha para "Cristo somente" para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé" ( Heb. 12:2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo).


Finalmente, os reformadores disseram que tudo isso significa que Deus é quem tem todo o crédito. "Soli Deo Gloria" (Somente a Deus seja a Glória) era a forma que eles colocavam - nosso último "sola", que quer dizer, "A Deus somente seja a Glória" Um evangélico, portanto, era centrado em Deus; alguém que estava convencido de que Deus havia feito tudo e que não restava nada que o homem considerasse seu a não ser seu próprio pecado. Isto não apenas transformou radicalmente a vida devocional dos crentes que o abraçaram, mas toda a estrutura social também.


Numa velha taverna do século XVII em Heidelberg, na Alemanha, lê-se no alto "Soli Deo Gloria!" Johann Sebastian Bach, o famoso compositor, assinou todas as suas composições com aquele slogan da Reforma. Do mesmo modo, um outro compositor, Handel, declarou, "Que privilégio é ser membro da igreja evangélica, saber que meus pecados estão perdoados. Se nós fossemos deixados à mercê de nós mesmos, meu Deus, o que seria de nós?" Grandes e nobres vidas requerem grandes e nobres pensamentos, e a soberania e a graça de Deus são, para o crente, grandes e nobres pensamentos. Os reformadores disseram a Roma o que J.B.Philipps, o tradutor inglês da Bíblia, disse à igreja contemporânea: "O Deus de vocês é muito pequeno".


A Reforma, a qual produziu o termo "evangélico", também recuperou a doutrina bíblica do "sacerdócio universal de todos os santos" e a noção bíblica do chamado e vocação. A igreja tinha dividido os cristãos em primeira classe (aqueles que serviriam no "ministério cristão em tempo integral") e segunda classe (aqueles que estavam empregados em serviços "seculares"). Os reformadores concediam, por direito, que todos os cristãos são sacerdotes e são, por isso, ministros de Deus, independente de estarem varrendo uma sala para a glória de Deus, moldando uma peça de cerâmica, defendendo um cliente na corte, curando um paciente, ordenhando uma vaca, ou conduzindo uma congregação no louvor. Não há o "secular" e o "sagrado" - Deus criou o mundo inteiro e fez a vida neste mundo como algo inseparável de nossa própria humanidade.


Como nós ajustamos as coisas hoje?


A questão, é claro, é ser "evangélico" hoje significa o que significou há quinhentos anos.


Em primeiro lugar, muitos dos evangélicos de hoje têm uma visão das Escrituras inferior à que a igreja de Roma tinha no século XVI. Instituições evangélicas de peso duvidam da confiabilidade da Bíblia e de sua infalibilidade - a menos, claro, que se trate daquilo que eles já decidiram que é verdade. Outros acreditam que a Bíblia é inerrante, porém acrescentam novas regras e revelações ao cânon. "A Bíblia é suficiente", nos aconselhariam os reformadores. Os sermões, com muita freqüência, são "pop-inspiracionalistas" discursos superficiais de "Como criar filhos positivos" ou "Como ter uma auto-estima" em detrimento de sérias exposições das Escrituras. De acordo com o Gallup, "Os EUA são um país de iletrados bíblicos", ainda que 60 milhões deles se consideram "evangélicos".


Em segundo lugar, muitos evangélicos modernos também não acreditam que Cristo é suficiente. Às vezes pessoas muito boas e nobres substituem Cristo como nosso único Mediador, assim como o Espírito Santo. Enquanto louvamos o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, o Filho tem este papel único de nosso único advogado e Mediador. Não devemos olhar para a obra do Espírito nos nossos corações, mas para a obra de cristo na cruz. Às vezes, nós temos mediadores humanos que não são o Deus-Homem Jesus Cristo. Precisamos de outras coisas pelo meio, como a figura do pastor no "apelo" do altar ao qual me referi anteriormente. Não muito tempo atrás eu vi um tele-evangelista de sucesso tirando o fone do gancho e informando seus telespectadores que "esta é sua conexão com Deus". Uma banda secular, "Depeche Mode", canta sobre "Seu próprio Jesus Pessoal" que pode ser contactado ao se pegar no fone e fazendo sua confissão. Enquanto estivermos neste assunto, também deveríamos mencionar que foi a venda de indulgências de John Tetzel (redução do período no purgatório em troca de valores em dinheiro) que inspirou as "Noventa e Cinco Teses" de Lutero, desencadeando a Reforma. "Quando a moeda bate no cofre", o coro cantava, "uma alma do purgatório é vivificada". Será que isso realmente é diferente da venda da salvação que temos visto na televisão cristã, rádio, e mesmo em muitas igrejas? Dinheiro e salvação têm sido distorcidos para serem uma coisa só no meio de muitos de nós. "Eles vendem salvação a você", canta Ray Stevens, "enquanto eles cantam 'Amazing Grace' ('Graça Maravilhosa')".


Muitos evangélicos hoje crêem que "Somente a Graça" (sola gracia) é algo como livre-arbítrio, uma decisão, uma oração, uma ida até a frente, uma segunda bênção, algo que nós façamos por Deus que nos dará confiança de sermos alvo do Seu favor. Doutrinas como eleição, justificação e regeneração são discutidas quase que nunca, porque elas mostram o quadro de uma humanidade que é incapaz e nem ao menos pode cooperar com Deus em matéria de salvação. Se nós formos salvos é Deus e Deus somente que deverá faze-lo.


E sobre "Somente a Fé" (sola fide)? Muitos evangélicos acham que a fé não é suficiente. Se um indivíduo crê em Cristo e daí sai e o anuncia, será que a fé é suficiente? Alguns insistem que a fé mais a entrega, ou a fé mais a obediência, ou fé mais um sincero desejo de servir ao Senhor servirão como uma fórmula. O fato de que os evangélicos hoje lutam com estas questões indica que nós não ouvimos o "som seguro" de "Somente a Fé" em nossas igrejas. Fé é suficiente porque Cristo é suficiente.


Como se comparariam os evangélicos de hoje com os seus predecessores em matéria de "Somente a Deus seja a Glória"? Auto-estima, glória-própria, centralidade do "eu" parecem dominar a pregação, ensino e a literatura popular do mundo evangélico. Os evangélicos de hoje sabem muito pouco do grande Deus dos reformadores - um Deus que faz tudo conforme o Seu agrado, em relação aos céus e às pessoas sobre a terra e "que faz tudo conforme o conselho da Sua vontade" (Dn. 4; Ef. 1: 11). Os evangélicos hoje, refletindo sua cultura e sociedade mais ampla, estão intimidados por um Deus que é Deus. Porém que outro Deus é digno de confiança? Em poucas palavras, que outro Deus existe? Louvar ao Deus de uma experiência pessoal ou o Deus de preferência pessoal é louvar um ídolo. Os reformadores levaram isso a sério, e aqueles que quiserem ser evangélicos genuínos também devem faze-lo.


Conclusão


Muitas pessoas se perguntam por que o povo da "Reforma" parece bravo. Ninguém quer estar ao redor de pessoas bravas - e eu não gostaria de ser conhecido como uma pessoa "brava". Mas precisamos encarar o fato de que estes são tempos de grande infidelidade para o povo de Deus. A nós foi dada uma fé rica, com Cristo no centro. Porém trocamos nossa rica dieta por um saco de pipocas e estamos mal nutridos. Se os evangélicos terão a mesma saúde espiritual que tiveram em épocas passadas, eles terão que voltar para as verdades que fazem de "evangélicos" "evangélicos". A Bíblia - nosso único fundamento; Cristo - nossa única esperança; Graça - nosso único evangelho; Fé - nosso único instrumento; a Glória de Deus - nosso único alvo; o Sacerdócio de todos os santos - nosso único ministério. Este evangelicalismo original ainda é suficiente para fazer, mesmo de nossas menores vitórias, algo muito grande.


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Sobre o autor: Dr. Michael Horton é professor no Seminário Teológico Reformado, Orlando-Flórida e editor da revista Modern Reformation.

Fonte: Extraído do Jornal "Os Puritanos" Ano V - Número 3 
Via: Monergismo
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