sábado, 6 de junho de 2020

O que é o Estado Islâmico?

Grupo radical controla áreas do Iraque e Síria e impõem sua visão extrema do islamismo a todos os que moram em seu território

Cristã refugiada que precisou fugir de sua casa no Iraque após a violência causada por combatentes do Estado Islâmico
Cristã refugiada que precisou fugir de sua casa no Iraque após a violência causada por combatentes do Estado Islâmico
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) surgiu no cenário internacional em 2014, quando tomou várias áreas de território na Síria Iraque. Ele se tornou notório por sua brutalidade, que inclui mortes em massasequestros e decapitações. Embora o grupo tenha apoio em outras partes do mundo muçulmano, uma coalizão, liderada pelos Estados Unidos, se comprometeu a destruí-lo.
O que o Estado Islâmico quer?De acordo com artigo da BBC, em junho de 2014, o grupo declarou formalmente o estabelecimento de um califado – um estado governado de acordo com a lei islâmica, sharia, por um representante de deus na terra, ou seja, o califa. Isso exige que muçulmanos de todo o mundo jurem fidelidade ao seu líder, até então Ibrahim Awad Ibrahim al-Badri al-Samarrai, mais conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, e migrem para territórios sob seu controle.
Porém, o líder do grupo extremista se matou durante uma operação militar dos Estados Unidos no Noroeste da Síria, próximo à fronteira com a Turquia. Enquanto era perseguido por cães do exército norte-americano em um túnel no vilarejo de Barisha, em Idlib, Abu Bakr al-Baghdadi detonou seu colete suicida, como anunciou o presidente norte-americano, Donald Trump. Segundo o portal de notícias da BBC, o sucessor anunciado foi Abu Ibrahim al-Hashimi al-Quraishi, mas ainda não se sabe seu nome real, uma vez que esse é um dos nomes de guerra que a organização costuma usar.
O EI também disse a outros grupos jihadistas que deveriam aceitar sua autoridade suprema. O grupo busca erradicar obstáculos para restaurar a lei de deus na Terra e defender a comunidade muçulmana mundial contra infiéis e apóstatas. O grupo optou por um confronto direto com a coalizão liderada pelos Estados Unidos, vendo isso como o prenúncio de um confronto dos finais dos tempos entre muçulmanos e seus inimigos, descrito no islamismo como profecias apocalípticas.
Quais são as origens do Estado Islâmico?Em 2004, um ano após a invasão americana no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, um jordaniano, prometeu aliar-se a Osama Bin Laden e formar a Al-Qaeda no Iraque (AQI), que se tornaria uma grande força de insurgência. Após a morte de Zarqawi, em 2006, a AQI criou uma organização central, o Estado Islâmico no Iraque (ISI, da sigla em inglês). Porém, o ISI foi enfraquecendo continuamente por conta do aumento repentino das tropas americanas e a criação da Sahwa, um conselho de indígenas árabes sunitas que rejeitavam sua brutalidade.
Islâmicos mostrando apoio ao grupo Estado Islâmico após a tomada de Mossul (foto: AP)
O antigo líder do grupo, Baghdadi, que já tinha sido detido pelos Estados Unidos, assumiu essa posição em 2010 e começou a reconstruir as capacidades do ISI. Em 2013, o grupo realizou novamente dezenas de ataques, em um mês, no Iraque. O grupo também se uniu a rebeldes que lutavam contra o presidente Bashar al-Assad, na Síria, estabelecendo então a Frente Al-Nusra. Em abril do mesmo ano, Baghdadi anunciou uma junção de forças no Iraque e Síria, criando o “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (ISIS, da sigla em inglês). Os líderes da Al-Nusra e da Al-Qaeda rejeitaram o movimento, mas combatentes leais a Baghdadi se separaram da Al-Nusra e ajudaram o ISIS a permanecer na Síria.
No fim de dezembro de 2013, o ISIS mudou seu foco de volta ao Iraque e explorou um impasse político entre o governo xiita e a comunidade minoritária sunita. Auxiliado por tribais e antigos seguidores de Saddam Hussein, o ISIS tomou o controle da cidade central de Faluja. Em junho de 2014, o ISIS invadiu o Nordeste da cidade de Mossul e avançou para o Sul, em direção a Bagdá, massacrando adversários e ameaçando erradicar minorias étnicas e religiosas do país. No final do mesmo mês, após consolidar seu domínio sobre dezenas de cidades, o ISIS declarou a criação de um califado e mudou seu nome para Estado Islâmico.
Quanto do território do Iraque e Síria o Estado Islâmico controla?Segundo a rede de notícias BBC, em setembro de 2014, o então diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo dos Estados Unidos (NCTC, da sigla em inglês), Matthew Olsen, disse que o EI controlava boa parte da bacia do rio Tigre-Eufrates – uma área similar ao tamanho do Reino Unido ou cerca de 210 mil km².
Um ano depois, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos declarou que as linhas de frente, em parte do Nordeste e Centro do Iraque e Nordeste da Síria, tinham diminuído significativamente por conta das operações de solo e ataques aéreos da coalizão liderada pelos americanos. O Estado Islâmiconão pode mais operar livremente em aproximadamente 20 a 25% das áreas habitadas no Iraque e Síria.
Situação de algumas casas e ruas em Bartella, no Iraque, totalmente danificadas ou destruídas por causa dos combates com o Estado Islâmico
O Departamento de Defesa estima que o grupo radical perdeu cerca de 15 a 20 mil km² de território no Iraque, ou seja, cerca de 30 a 37% do que controlava em agosto de 2014, e de 2 a 4 mil km² na Síria, o que corresponde a cerca de 5 a 10%. Apesar disso, o grupo conquistou novos territórios de valor estratégico no mesmo período, incluindo a cidade de Ramadi, na província de Ambar, no Iraque, e Palmira, na província de Homs, na Síria.
Analistas também notaram que os números americanos não refletem necessariamente a situação na região. Na realidade, militantes do Estado Islâmico exercem controle completo apenas sobre uma pequena parte do território, que inclui cidades, rodovias principais e instalações militares. Eles usufruem de liberdade de movimento nas grandes áreas inabitadas, o que o Instituto para o Estudo da Guerra chama de “zonas de controle”.
Também não é inteiramente claro como as pessoas vivem sob controle total ou parcial do grupo extremista na Síria e Iraque. Dentro dessas áreas, mulheres são forçadas a se cobrir totalmente, as decapitações públicas são comuns e os não muçulmanos são forçados a escolher entre pagar uma taxa especial, se converter ou morrer.
Quantos combatentes o Estado Islâmico tem?Em fevereiro de 2015, o Diretor de Inteligência Nacional americano, James Clapper, disse que o EI reunia “algo em torno de 20 a 32 mil combatentes” no Iraque e Síria. Mas observou que há “atrito substancial” em suas hierarquias desde que os ataques aéreos liderados pelos norte-americanos começaram, em agosto de 2014. Em junho de 2015, o então vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que mais de 10 mil combatentes foram mortos.
Para ajudar a reduzir a perda de homens, o Estado Islâmico passou a recrutar em algumas áreas. O historiador iraquiano, Hisham al-Hashimi, acredita que apenas 30% dos combatentes do grupo são “idealistas”, o restante se une ao grupo por medo ou coerção. Um número significativo de combatentes do grupo islâmico não são iraquianos nem sírios. Em outubro de 2015, o então diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, Nicholas Rasmussen, disse ao Congresso dos Estados Unidos que o grupo atraiu mais de 28 mil combatentes estrangeiros. Desses, há pelo menos 5 mil ocidentais, sendo que aproximadamente 250 deles são americanos.
Estudos do Centro Internacional para Estudo da Radicalização e Violência Política (ICSR, da sigla em inglês), com base em Londres, e do Grupo Soufan, com base em Nova York, sugerem que, enquanto cerca de um quarto dos combatentes estrangeiros são do Ocidente, a maioria é de países árabes próximos, como TunísiaArábia SauditaJordânia Marrocos.
Quais os alvos do Estado Islâmico fora do Iraque e Síria?Ainda segundo a BBC, no final de 2015, o EI começou a reivindicar ataques fora de seu território. Um afiliado egípcio, o grupo Província do Sinai, disse ter derrubado um avião comercial russo na Península do Sinai, matando 228 pessoas a bordo. Eles não deram detalhes, mas Reino Unido e Estados Unidos disseram ser provável que uma bomba causou a queda – podendo estar ou não ligada ao Estado Islâmico.
O grupo radical também reivindicou duas explosões na capital libanesa, Beirute, que mataram ao menos 41 pessoas. Em 13 de novembro do mesmo ano, pelo menos 128 pessoas foram mortas em uma onda de ataques ao redor de Paris. O Estado Islâmico disse estar por trás da violência.
Quais armas o Estado Islâmico tem?Os combatentes do grupo extremista têm acesso, e são capazes de usar, uma ampla variedade de armas leves e pesadas, incluindo caminhões com metralhadoras montadas, lançadores de mísseis, armas antiaéreas e sistemas de mísseis portáteis. Eles também capturaram tanques e veículos blindados dos exércitos sírio e iraquiano. Entre os veículos do exército iraquiano estão utilitários militares blindados e caminhões à prova de bomba, originalmente produzidos para o exército norte-americano. Alguns estão cheios de explosivos e são usados para efeito devastador em ataques suicidas.
Tanques e veículos dos exércitos sírio e iraquiano são tomados pelo grupo Estado Islâmico (foto: AP)
Acredita-se que o grupo possua uma cadeia de abastecimento flexível que garante um constante abastecimento de munição e armas leves para seus combatentes. Seu poder de fogo considerável os ajudou a invadir posições do exército curdo, no Nordeste do Iraque, em agosto de 2014, e do exército iraquiano em Ramadi, em maio de 2015.
De onde vem o dinheiro do Estado Islâmico?Acredita-se que o grupo militante é o mais rico do mundo. Inicialmente, recebia recursos de grandes doadores e caridades islâmicas do Oriente Médio, interessados em destituir o presidente al-Assad, da Síria. Apesar do dinheiro continuar sendo usado para financiar viagens de combatentes estrangeiros para a Síria e Iraque, o grupo agora se autofinancia.
O Tesouro americano estima que em 2014, o EI pode ter conquistado milhares de dólares por semana, chegando a 100 milhões de dólares no total, da venda de petróleo e produtos refinados para intermediários locais, que por sua vez contrabandeiam para a Turquia Irã ou vendem para o governo sírio. Mas, ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos a estruturas relacionadas ao petróleo foram considerados responsáveis pela diminuição de tal rendimento.
Sequestros também geraram ao menos 20 milhões de dólares em pagamentos de resgate em 2014. Além disso, o Estado Islâmico arrecada milhões de dólares por mês por meio da exportação de pessoas que vivem em áreas sob seu controle total ou parcial, de acordo com o Tesouro norte-americano. Acredita-se que o grupo também arrecade milhões de dólares por mês roubando, saqueando e extorquindo. Pagamentos ainda são obtidos daqueles que transitam, conduzem negócios ou simplesmente vivem em território do grupo extremista.
Minorias religiosas são forçadas a pagar taxas especiais. O Estado Islâmico também lucra com assaltos a banco, venda de antiguidades, roubos e controle da venda de gado e produtos agrícolas. Já meninas e mulheres sequestradas são vendidas como escravas sexuais.
Por que as táticas do Estado Islâmico são brutais?Membros do EI são jihadistas que aderiram a uma interpretação extrema do islamismo sunita e se consideram os únicos e verdadeiros fiéis. Eles acreditam que o resto do mundo é feito de infiéis que buscam destruir o islamismo, o que justifica os ataques contra outros muçulmanos e não muçulmanos. Decapitações, crucificações e tiroteios em massa têm sido usados para aterrorizar seus inimigos. Membros do grupo islâmico justificam tais atrocidades citando o Alcorão e o Hádice, um conjunto de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé.
Como vivem os cristãos no Iraque e Síria?O Estado Islâmico é conhecido por ter como alvo minorias religiosas, sendo responsável por sequestros e mortes. Apesar do grupo ter perdido território no Iraque, a ideologia do EI continua viva e não limitada a um espaço geográfico. Em um esforço para provar que continua relevante, o grupo extremista continua executando e inspirando ataques no Ocidente e Oriente Médio. Enquanto isso, milhares de militantes fugitivos “desapareceram” em meio à população civil da Planície do Nínive, o que aumenta o sentimento de insegurança para minorias religiosas, como os cristãos.
Meghrik (pseudônimo) é um cristão sírio de Alepo que foi sequestrado pelo Estado Islâmico
Participe da reconstrução do Iraque
Muitos líderes de igrejas dizem que viver sob o terror do Estado Islâmico e ser expulso de suas casas foi a pior perseguição que a igreja na região já experimentou. A derrota do grupo radical deve trazer uma melhora na situação dos cristãos no Iraque. O risco é que como agora o grupo é considerado derrotado no país, a perseguição aos cristãos será ignorada ou classificada como questão secundária. Agora, muitos deles já voltaram para suas cidades, no entanto, ainda há muito a fazer. Ao doar para este projeto, você possibilita a reconstrução de casas e igrejas no Iraque.
Ajude os cristãos sírios a se levantarem
Na Síria, autoridades governamentais restringem as atividades de cristãos evangélicos para prevenir que haja instabilidade. Eles são, muitas vezes, interrogados e monitorados. Discursos de ódio contra cristãos por líderes islâmicos ocorrem, mas não são permitidos em áreas controladas pelo governo. Para apoiar os cristãos perseguidos na Síria, a Portas Abertas desenvolve vários tipos de projetos, como reconstrução de casas e igrejas, reabertura de escolas e bibliotecas, e microcrédito. No entanto, ainda há uma grande necessidade de ajuda emergencial e distribuição de cestas básicas. Através de parceiros locais, inclusive nos Centros de Esperança, a Portas Abertas distribui alimentos para 15 mil pessoas na Síria. Sua doação possibilita que, em um mês, três cristãos recebam cestas básicas.
Fonte: Portas Abertas

Maior denominação dos EUA, Batista do Sul tem queda histórica de membros

Em apenas um ano, a Convenção Batista do Sul perdeu 287.655 membros, representando uma queda histórica.

Fiéis durante a reunião anual da Convenção Batista do Sul, nos EUA. (Foto: Jeff Roberson/AP)
O número total de membros da maior denominação protestante dos Estados Unidos caiu a uma taxa histórica entre 2018 e 2019, de acordo com um relatório divulgado na quinta-feira (4).
Convenção Batista do Sul tinha 14,5 milhões de membros em 2019, uma queda de 287.655 em relação ao ano anterior. O número de membros diminuiu 2%, a maior queda em mais de 100 anos, de acordo com um levantamento da LifeWay Christian Resources, braço de pesquisa da denominação.
O declínio reflete uma tendência entre os americanos, que estão deixando o cristianismo em um ritmo acelerado. Segundo o Pew Research Center, 65% dos americanos se descrevem como cristãos, uma queda de 12% na última década.
Os batistas do sul também viram uma queda de mais de 4% nos batismos, queda de 1% na frequência aos cultos, escola dominical e pequenos grupos e diminuição de 1,44% nas doações.
“A Convenção Batista do Sul não é imune à crescente secularização entre os americanos, que é mais vista em nossos filhos e vizinhos, que não têm interesse em ir a Jesus”, disse Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research.
A Convenção Batista do Sul (SBC, na sigla em inglês) está em constante declínio há quase 15 anos, atingindo seu pico em 2006. Além da queda de membros, a convenção foi marcada em 2019 por casos de abuso sexual envolvendo pastores. 
O atual presidente da denominação, J.D. Greear, pastor de uma megaigreja de 47 anos na Carolina do Norte, trouxe um rosto mais jovem à convenção. Em um artigo publicado pela Baptist Press, Greear lamenta o declínio da denominação.
“Muitos de nós se preocupam mais com o fato do nosso lado estar ganhando no ciclo de notícias do que com as almas dos nossos vizinhos, semeando a divisão em questões secundárias mais do que apontando as pessoas para Jesus, e focamos mais em preservar nossas tradições do que em alcançar nossos netos”, ele escreveu.
Presidente da Convenção Batista do Sul, J.D. Greear. (Foto: Mark Humphrey/AP)
Os batistas do sul dão muita ênfase à plantação de igrejas, mas o número de igrejas cresceu pouco expressivo durante o mesmo período. A SBC tem 47.530 igrejas no total, e 74 foram plantadas entre 2018 e 2019.
Ronnie Floyd, que lidera o comitê executivo da SBC, disse que 75% das igrejas participaram da pesquisa e que é essencial “para o nosso futuro que o evangelismo continue sendo a prioridade de nossas igrejas e convenções”.
A convenção deveria realizar sua reunião anual na próxima semana em Orlando, mas o evento foi cancelado devido ao novo coronavírus.
Enquanto menos americanos se identificam como cristãos, os pesquisadores observam um número crescente de pessoas se identificando como “não religiosas”. Agora, 17% dos americanos dizem que não têm religião, uma taxa que era de 12% em 2009, segundo a Pew.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO WASHINGTON POST

quinta-feira, 4 de junho de 2020

A perseguição aos cristãos no Uzbequistão

O aumento da pressão no país tem feito a situação para os cristãos piorar gradualmente desde o final de 2014


A comunidade de quase 350 mil cristãos representa apenas 1% da população total do Uzbequistão
Uzbequistão é governado por uma das mais duras ditaduras da Ásia Central. O cristianismo é considerado como algo estrangeiro e um fator desestabilizador. Além disso, cristãos ex-muçulmanos enfrentam pressão adicional em seu ambiente sociocultural. A pequena minoria cristã, de apenas 1,1% da população, é fraca devido a muita divisão e pouca cooperação entre as diferentes denominações. Isso torna a igreja fraca e a joga nas mãos do governo.
O cenário para os cristãos no Uzbequistão tem se deteriorado gradualmente desde o final de 2014. O aumento da pressão de um nível muito alto para extremo mostra como a situação para os convertidos no Uzbequistão piorou. O país está na 18ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2020 e tem uma população cristã de 349 mil dos seus 32,8 milhões de pessoas.
A pressão média sobre os cristãos está em um nível extremamente alto (14 pontos), diminuindo de 14,1 na LMP 2019. Houve uma ligeira diminuição nas pontuações para as esferas da vida nacional e igreja, indicando um impacto menor da paranoia ditatorial. Duas esferas da vida mostram níveis de pressão muito altos (vida familiar e nacional) e três têm pontuações extremamente altas (comunidade, privada e igreja, em ordem crescente). O fato de a pontuação mais alta ainda estar na esfera igreja reflete a pressão extrema que o Estado continua a impor através de muitas restrições.
A pontuação para violência diminuiu de 3,2 na LMP 2019 para 3 na LMP 2020, devido principalmente ao menor número de incidentes violentos relatados. Veja no gráfico abaixo.
A situação da  mulher no Uzbequistão
Embora as leis no Uzbequistão deem direitos iguais a homens e mulheres, a cultura islâmica tradicional coloca as mulheres abaixo dos homens e subservientes a elas no contexto familiar. A submissão total é esperada das mulheres aos pais ou, se casadas, aos maridos.
Dentro deste contexto, as mulheres não são livres para escolher a própria religião e enfrentarão perseguição após a conversão ao cristianismo. A estrutura rígida da sociedade significa que, inversamente, as mulheres também são alvo de perseguição como forma de infligir danos psicológicos a seus maridos ou outros membros da família.
O encarceramento em prisão domiciliar é uma forma comum e socialmente aceita de colocar as convertidas sob pressão. O acesso aos círculos sociais, sobretudo os meios cristãos, é restringido, na esperança de que o convertido retorne ao islã. As convertidas em regiões conservadoras correm o risco de serem sequestradas e casadas à força com homens muçulmanos.
Se já são casadas quando se convertem, o marido muçulmano geralmente se divorcia da esposa e nega seus direitos na divisão de bens. Em casos mais extremos, a esposa é forçada a fugir, como foi o caso de uma mãe uzbeque, em fevereiro de 2019. Ela tentou se refugiar do marido agressivo com amigos cristãos na Turquia, mas foi confrontada pelo marido no aeroporto, onde ele cortou o pescoço dela e a matou.
Pedidos de oração
  • Ore pelos cristãos ex-muçulmanos que geralmente ficam isolados por causa da nova fé. Eles também enfrentam medo e pressão por saberem que se a família descobrir a conversão, isso significará ridicularização, perseguição e até mesmo morte. Cada vez que buscam comunhão com outros cristãos, colocam a vida em risco, assim como a dos outros que fazem parte do grupo.
  • Clame por mudança e por aceitação do cristianismo no país.
  • Interceda por cristãos que são ameaçados, revistados, multados e presos. Nenhuma atividade religiosa, além das instituições dirigidas e controladas pelo governo, é permitida.
Fonte: Portas Abertas

O que é o grupo extremista Boko Haram?

Há 10 anos, o grupo mantém a iniciativa de estabelecer um Estado totalmente islâmico por meio de ataques violentos

Muitos cristãos são obrigados a fugir de suas cidades por conta de ataques do grupo extremista islâmico
Muitos cristãos são obrigados a fugir de suas cidades por conta de ataques do grupo extremista islâmico
A opressão islâmica tem se tornado o tipo de perseguição mais dominante na Nigéria, especialmente após a intensificação da violência instigada pelo grupo militante islâmico Boko Haram. O grupo tem, nos últimos anos, realizado uma campanha sistemática contra o Estado nigeriano, alvejando especificamente cristãos com suas ideologias, retóricas e ações com a intenção de estabelecer um Estado islâmico.
Em 26 de julho de 2019 marcou-se 10 anos da atuação do Boko Haram na Nigéria. Enquanto oficiais nigerianos repetidamente alegam vitória sobre o grupo, a insegurança continua e, de acordo com relatório publicado, mais de 7 milhões de pessoas continuam dependendo de ajuda alimentar. O pior é que o trauma não permaneceu apenas dentro das fronteiras da Nigéria. Chade, Níger Camarões compartilham as atrocidades do grupo. Hoje, cerca de 50% dos ataques do Boko Haram ocorrem nesses países.
De acordo com o escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, da sigla em inglês), aproximadamente 10 milhões de pessoas, ou metade da população atingida pelo conflito na região precisa de ajuda humanitária enquanto o conflito se arrasta. Cerca de 2,5 milhões de pessoas estão desabrigadas apenas nessa área. Os níveis de fome e desnutrição também permanecem altos.
O que é o Boko Haram?Segundo a BBC, o grupo militante islâmico Boko Haram tem causado estragos na Nigéria, país mais populoso da África, por meio de uma onda de bombardeios, assassinatos e sequestros. Além disso, luta para derrubar o governo e criar um Estado islâmico. O Boko Haram promove uma versão do islamismo que torna proibido para muçulmanos tomar parte em qualquer atividade política ou social associada com o Ocidente. Isso inclui votar em eleições, restrições de vestuário ou receber uma educação secular.
O Boko Haram considera o Estado nigeriano controlado por descrentes – independente do presidente ser muçulmano ou não – e tem estendido sua campanha militar alvejando países vizinhos. O nome oficial do grupo é Jamaatu Ahlis Sunna Liddaawati wal-Jihad, que em árabe significa “Pessoas Comprometidas em Propagar os Ensinamentos do Profeta e a Jihad”. Porém, moradores da cidade nigeriana de Maiduguri, onde o grupo tem sua sede, os apelidaram de Boko Haram, que traduzido de forma livre significa: “a educação do Ocidente é proibida”.
Desde que partes do que agora é o Nordeste da Nigéria, Níger e Sudeste de Camarões, estiveram sob controle britânico, em 1903, houve resistência entre alguns muçulmanos da área quanto a educação ocidental. Muitos recusavam enviar os filhos para as “escolas ocidentais”, dirigidas pelo governo. Contra esse cenário, o clérigo muçulmano, Mohammed Yusuf, formou o Boko Haram em Maiduguri, no ano de 2002. Ele criou um complexo religioso, que inclui uma mesquita e uma escola islâmica.
Muitas famílias muçulmanas pobres de toda a Nigéria e de países vizinhos matricularam seus filhos na escola. Mas, o grupo não estava apenas interessado na educação. Sua meta política era criar um Estado islâmico e tornar a escola um campo de recrutamento para jihadistas, militantes da guerra islâmica.
Ataques do grupo Boko HaramEm 2009, o Boko Haram realizou uma série de ataques a delegacias de polícia e outros prédios governamentais em Maiduguri, capital do estado de Borno. Centenas de apoiadores do grupo foram mortos e milhares de moradores fugiram da cidade. As forças de segurança da Nigéria finalmente confiscaram a sede do grupo, capturando seus combatentes e mataram o então líder Yusuf. O corpo foi mostrado na televisão estatal e as forças de segurança declararam o Boko Haram acabado.
O grupo realizou uma série de ataques em 2009 (foto: AFP)
Mas seus combatentes se reagruparam sob o comando de um novo líder, Abubakar Shekau, e intensificaram sua revolta. Em 2013, os Estados Unidos designaram o grupo como organização terrorista, com medo de que os militantes nigerianos tivessem desenvolvido ligações com outros grupos, como a Al-Qaeda, para promover uma jihad global.
Ainda de acordo com a BBC, a marca oficial do Boko Haram era originalmente atiradores em motocicletas, matando policiais, políticos e qualquer um que os criticasse, incluindo clérigos de outras tradições muçulmanas e pregadores cristãos. O grupo, então, começou a realizar ataques mais audaciosos, incluindo bombardeio de igrejas, ônibus, bares, quartéis militares e até mesmo a polícia e o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) na capital, Abuja. Em meio à crescente preocupação sobre o aumento da violência, o governo declarou estado de emergência em maio de 2013 nos três estados onde o Boko Haram era mais forte: Borno, Yobe e Adamawa.
Sob o comando de Abubakar Shekau (ao centro), o Boko Haram intensificou sua revolta (foto: AFP)
Enfraquecimento do Boko HaramA implantação de tropas e a formação de grupos de vigilantes levou muitos militantes para fora de Maiduguri, recuando para a floresta de Sambisa, para o sul e para as Montanhas Mandara, próximas à fronteira com Camarões. De lá, os combatentes lançaram ataques em massa a vilas e cidades, saqueando, matando, sequestrando mulheres e crianças, e recrutando homens e garotos para seu exército.
Em abril de 2014, o Boko Haram sequestrou mais de 200 alunas na cidade de Chibok, no estado de Borno, dizendo que as trataria como escravas e os militantes se casariam com elas – em referência a uma crença islâmica ancestral na qual mulheres capturadas em conflito são consideradas espólio, ou seja, bens tomados do inimigo em uma guerra. O grupo também mudou sua tática, mantendo-se no território em vez de se retirar após um ataque.
Grupo de mulheres viúvas nigerianas devido a ataques do Boko Haram
Em agosto do mesmo ano, o novo líder, Shekau declarou um califado nas áreas sob controle do Boko Haram, com a cidade de Gwoza como sede do seu poder. “Nós estamos em um califado islâmico. Não temos nada a ver com a Nigéria, não acreditamos no governo desse país”, disse Shekau, cercado por combatentes mascarados e com armas. Depois, o líder prometeu formalmente lealdade ao grupo Estado Islâmico, virando as costas para a Al-Qaeda. O Estado Islâmico aceitou sua lealdade, nomeando o território sob o controle do Boko Haram como Estado Islâmico da Província do Oeste da África, uma parte do califado global que tentava estabelecer.
Mas em março de 2015, o Boko Haram perdeu todas as cidades que estavam sob seu controle após uma coalizão regional – formada por tropas da Nigéria, Camarões, Chade e Níger – ser formada para combatê-lo. Novamente, o Boko Haram recuou para a floresta Sambisa, onde militares nigerianos os perseguiram, livrando centenas de cativos.
Troca de poder no Boko HaramConforme artigo da BBC, em agosto de 2016, o grupo aparentemente se dividiu, com um vídeo do Estado Islâmico anunciando que Shekau fora substituído por Abu Musab al-Barnawi. Shekau contestou, insistindo que continuava no comando. Em meio a tudo isso, 21 das meninas do Chibok, vistas como bens preciosos para Shekau, foram libertadas em outubro do mesmo ano, após conversas envolvendo militantes, os governos nigeriano e suíço, e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Apesar disso, a Anistia Internacional afirma que cerca de 2 mil crianças permanecem cativas e muitas outras precisam ser libertadas.
Por causa da violência direcionada a comunidades cristãs, muitas de suas plantações foram prejudicadas, resultando em fome e desnutrição
Enquanto muitos combatentes são mortos e armas são confiscadas, alguns analistas dizem que é muito cedo para descartar o Boko Haram. O grupo tem sobrevivido mais que outros militantes no país e tem construído uma presença em estados vizinhos, onde realiza ataques e recruta combatentes.
Oficiais da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos estimam que ele tem cerca de 9 mil homens e células especializadas em bombardeios. Por conta de ataques a bases militares e bancos, tem ganhado controle de grandes quantidades de armas e dinheiro. Por isso, as chances de ser derrotado em breve – apesar do presidente Buhari alegar que foi “tecnicamente derrotado” – são pequenas, já que a pobreza crônica da região e o fraco sistema educacional o ajuda a ganhar novos recrutas.
A Nigéria tem sido assolada por ataques do Boko Haram e é inegável o fator religioso dos conflitos, que já causaram a morte e deslocamento de milhares de cristãos. Apenas durante o período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2020 (1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019), em que o país ocupa a 12º posição, 1.350 cristãos foram mortos por causa da fé. Com isso, muitas mulheres acabam perdendo não apenas o marido, mas também casa e propriedade, ao fugirem dos ataques. Sem recursos e sem ter a quem recorrer, elas se tornam alvos fáceis de novos ataques e abusos. Para responder a essa realidade, desafiamos você a mostrar o cuidado de Deus com essas viúvas. Com uma doação, você possibilita que uma viúva cristã e sua família recebam alimentos por cerca de dois meses.

sábado, 23 de maio de 2020

Irmão André não planejou a Portas Abertas

Veja como Deus usou um jovem obediente para mobilizar o mundo na causa da Igreja Perseguida

O fundador da Portas Abertas completa 92 anos de aventuras e fortalecimento da Igreja Perseguida no mundo
Hoje é aniversário do Irmão André. O fundador da Portas Abertas completa 92 anos. Porém, antes de encontrar Jesus, o jovem Anne van der Bijl teve dificuldades familiares e o desejo por desafios o levou até a guerra da Holanda contra a Indonésia. Ele era sedento por uma aventura que fizesse a vida valer a pena, porém as duras consequências das batalhas, como sofrimento e mortes, frustraram o soldado. Foi após levar um tiro na perna, que Anne foi sendo conduzido, gradativamente, aos caminhos do Senhor. As orações dos amigos e longas conversas sobre Deus não pareciam fazer efeito imediato. Mas um dia, voltou a ler a Bíblia e não conseguiu mais parar.
A hora de se render a Deus
“Não havia muita fé em minha oração. Apenas disse: Senhor, se me mostrares o caminho, eu te seguirei.”
Quando voltou para casa, a sede de compreender mais sobre a palavra continuou. O próximo passo dado foi frequentar uma igreja. Após a dispensa do exército em 1949, ele comprou uma bicicleta e por meio dela pôde participar também dos cultos em cidades vizinhas. “Em cada um deles, anotava cuidadosamente o que dizia o pregador e passava a manhã seguinte procurando passagens na Bíblia para ver se tudo o que dissera estava realmente lá”, contou. A repentina mudança nos hábitos do jovem preocupou os familiares, pois  poderia ser alguma “neurose de guerra”. Mas foi em 1950 que ele parou de lutar e rendeu-se a Deus. “Com uma nota no vento berrando para mim para não ser tolo, entreguei-me a Deus por completo – corpo, alma, espírito e aventura. Não havia muita fé em minha oração. Apenas disse: Senhor, se me mostrares o caminho, eu te seguirei. Amém. Foi simples assim”, afirmou.
A partir daí a verdadeira aventura começou na vida de Anne. Ele estava sem reservas diante de Deus, mas nunca tinha se sentido tão seguro. Nessa época foi chamado para ser missionário e as oportunidades para pregar começaram a aparecer na cidade natal e municípios vizinhos. O primeiro campo foi a fábrica de chocolate Ringers. Lá, conseguiu testemunhar o amor de Cristo e acabou sendo promovido, mas sentia-se atraído por algo maior. Depois de muita pesquisa e um tempo de espera, ingressou na Cruzada de Evangelização Mundial. Lá estudou por dois anos e aprendeu na prática como Deus supre as necessidades daqueles que se propõem a trabalhar para o reino. Na semana anterior da formatura, o cristão viu uma propaganda em uma revista, onde jovens foram convidados para um festival da juventude comunista em Varsóvia, capital da Polônia. Ele escreveu uma carta para os organizadores e compareceu ao evento como um missionário cristão.
“Não havia nenhum plano, nenhuma visão, certamente nenhum pensamento sobre liderar uma organização mundial. Deus revelou uma necessidade que eu podia satisfazer e foi isso que fiz.”
“Minha mala estava pesada. Nela havia apenas umas poucas vestimentas, uma muda de roupa de cama e alguns livretos de 32 páginas intitulados O caminho da Salvação”, testemunhou Anne. A partir dessa viagem, ele encontrou muitos cristãos que viviam por trás da Cortina de Ferro e começou a trabalhar para que eles tivessem Bíblias e literatura cristã. Assim que começou a viajar contrabandeando Bíblias por países comunistas como Tchecoslováquia, Iuguslávia, Romênia e Bulgária, Anne ganhou o fusca azul como companheiro para as viagens. O carro rodava pelas estradas abarrotado de Bíblias, livros e suprimentos para as pessoas em campos de refugiados. “Parei de usar meu nome completo e comecei  a usar o nome pelo qual era conhecido atrás da Cortina, onde os sobrenomes  praticamente deixavam de existir entre os cristãos: Irmão André”, contou o fundador da Portas Abertas.
“Não fomos feitos para nos defender, ou defender a igreja, ou o cristianismo em geral. Fomos feitos para antecipar as ações.”
As histórias das arriscadas missões do Irmão André foram relatadas no livro “O Contrabandista de Deus” em 1967. Logo, os cristãos de diferentes países tiveram acesso ao trabalho e se juntaram na grande aventura de fortalecer a Igreja Perseguida em território comunista.
A partir de 1970, o trabalho passou a ser apoiado por nações como África do Sul, Holanda, Austrália, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. Gradativamente, foram surgindo oportunidades de expandir os projetos e chegaram até o Oriente Médio, África e América do Sul. Em todas as viagens, as Bíblias e livros cristãos eram itens essenciais na bagagem e o Irmão André não deixava de se reunir com líderes nacionais para conversar e apresentar a mensagem da cruz. “Há muito que podemos fazer, começando de joelhos. É verdade que não posso mais viajar e ver meus irmãos e amigos. Mas posso orar.Recentemente estive desafiando os cristãos para serem mais ativos. Na maior parte do tempo, sentimos medo porque ficamos na defensiva. Não fomos feitos para nos defender, ou defender a igreja, ou o cristianismo em geral. Fomos feitos para antecipar as ações”, completou.
O Irmão André casou-se com Corrie Van Dame, cristã que conheceu enquanto trabalhava na fábrica de chocolate Ringers, e tem cinco filhos e 11 netos. Corrie já foi para o Senhor. Conheça mais experiências do fundador da Portas Abertas que foram contadas na obra “O Contrabandista de Deus”. Leia ou presenteie um amigo com os relatos das missões em apoio à Igreja Perseguida.
Fonte: Portas Abertas

O que é a Al-Qaeda?

A rede terrorista Al-Qaeda ganhou grande visibilidade após o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, nos EUA

A rede terrorista Al-Qaeda teve origem no Afeganistão, mas tem ligações com grupos radicais no Oriente Médio e outros países (imagem representativa)
A rede terrorista Al-Qaeda teve origem no Afeganistão, mas tem ligações com grupos radicais no Oriente Médio e outros países (imagem representativa)
A Al-Qaeda é uma rede terrorista global fundada por Osama bin Laden e foi responsável por milhares de mortes no ataque de 11 de setembro de 2001 e outros diversos ataques mortais ao redor do mundo.
Antes do 11 de setembro, muitas pessoas sabiam pouco sobre a Al-Qaeda ou seu fundador, Osama bin Laden. Mas as raízes da rede militante islâmica, cujo nome em árabe significa “A Base”, data do final dos anos 1970 e da invasão da União Soviética no Afeganistão.
Desde que declarou uma guerra santa aos Estados Unidos, judeus e seus aliados, a Al-Qaeda se responsabilizou por cerca de 3 mil mortes no 11 de setembro e numerosas outras ofensivas ao redor do mundo. A rede terrorista global tem ligações com grupos radicais no Oriente Médio e outros países.
Como começoua Al-Qaeda?De acordo com o canal History, durante a Guerra do Afeganistão, entre 1979 e 1989, quando a União Soviética apoiou o governo comunista afegão, insurgentes muçulmanos, conhecidos como muhjahidin, se reuniram para lutar a jihad (guerra santa) contra os invasores. Entre eles, estava um saudita, o 17º filho de 52 de um magnata milionário da construção, chamado Osama bin Laden, que apoiou os mujahidin com dinheiro, armas e combatentes.
Junto com Abdullah Azzam, um estudioso e pregador islâmico sunita palestino, que também era mentor de Bin Laden, eles começaram a expandir uma ampla rede de financiamento. Quando os soviéticos se retiraram do Afeganistão em 1989, a Al-Qaeda foi criada para enfrentar futuras guerras santas. Para Bin Laden, essa era uma luta que ele queria assumir globalmente.
Azzam, por outro lado, queria focar os esforços em tornar o Afeganistão em um governo islâmico. Quando ele foi assassinado em um carro-bomba no Paquistão, em 1989, bin Laden foi promovido a líder do grupo.
Qual a rede da Al-Qaeda?Exilado pelo regime saudita, e depois destituído de sua cidadania em 1994, bin Laden deixou o Afeganistão e estabeleceu operações no Sudão, com os Estados Unidos em sua mira como inimigo número 1. A Al-Qaeda tomou crédito pelo ataque de dois helicópteros Black Hawk durante a Batalha de Mogadíscio na Somália, em 1993, assim como do bombardeio ao World Trade Center em Nova York, em 1993, e um carro-bomba em 1995 que destruiu uma base militar norte-americana construída na Arábia Saudita. Em 1998, o grupo alegou a responsabilidade pelos ataques às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia e, em 2000, pelos atentados suicidas contra o navio de guerra USS Cole no Iêmen, no qual 17 marinheiros norte-americanos foram mortos e 39 feridos.
Expulso do Sudão em 1996, bin Laden voltou para o Afeganistão sob a proteção do Talibã, onde garantiu treinamento para milhares de insurgentes muçulmanos. No mesmo ano, anunciou a fátua, pronunciamento legal no islamismo emitido por um especialista em lei religiosa, contra os Estados Unidos: “Declaração de guerra contra os norte-americanos que ocupam o território de duas terras santas”, com uma segunda declaração de fátua emitida em 1998, citando protestos contra os Estados Unidos, Israel e outros aliados.
Forças do governo iemenita lançaram uma grande ofensiva contra militantes da Al-Qaeda (foto: AFP)

“Os Estados Unidos hoje, como resultado de uma atmosfera arrogante, estabeleceram um critério duplo, chamando qualquer um que vá contra eles injustamente de terrorista. Eles querem ocupar nossos países, roubar nossos recursos, impor agentes para nos governarem e querem que concordemos com isso tudo”, disse bin Laden em 1997 em uma entrevista com a CNN.
De acordo com o Conselho de Relações Exteriores norte-americano, a oposição violenta aos Estados Unidos pela rede terrorista resultou do apoio de governos “infiéis”, incluindo Israel, Arábia Saudita e Egito, junto com as Nações Unidas, e o envolvimento dos norte-americanos em 1991 na Guerra do Golfo e na missão Operation Restore Hope em 1992 e 1993 na Somália.
“Em particular, a Al-Qaeda se opôs à contínua presença das forças militares norte-americanas na Arábia Saudita (e qualquer outro lugar na Península Arábica) após a Guerra do Golfo”, relata o Conselho, acrescentando que “a Al-Qaeda se opôs ao governo dos Estados Unidos por causa da detenção, condenação e aprisionamento de pessoas pentencentes à Al-Qaeda ou a seus grupos terroristas afiliados ou aqueles com quem trabalharam. Por essas e outras razões, bin Laden declarou uma jihad, ou guerra santa, contra os Estados Unidos, que conduziu por meio da Al-Qaeda e de suas organizações afiliadas”.
Como os EUA reagiram ao ataque de 11 de setembro?Após o 11 de setembro de 2001, quando quatro aviões comerciais foram sequestrados por terroristas da Al-Qaeda, resultando no assassinato em massa de 2.977 vítimas em Nova York, Washington D.C., e no Condado de Somerset, na Pensilvânia, bin Laden foi nomeado como o orquestrador e principal suspeito.
A morte de Osama Bin Laden abalou muito a Al-Qaeda (foto: Getty Images)

Os ataques levaram à Guerra do Afeganistão norte-americana, mais conhecida como Operação Liberdade Duradoura, lançada em 7 de outubro de 2001, tirando o Talibã, protetor de bin Laden, do poder, embora a guerra tenha continuado. Bin Laden foi forçado a se esconder, já que havia uma recompensa, emitida pelo FBI, de 25 milhões de dólares por sua cabeça. Bin Laden escapou das autoridades até 2 de maio de 2011, quando uma operação secreta de um grupo de elite da Marinha norte-americana, atirou e matou o líder terrorista em um complexo privado em Abbottabad, no Paquistão.
A Al-Qaeda acabou?E quando a Al-Qaeda foi enfraquecida, o grupo começou uma “reconstrução silenciosa” após a instabilidade no despertar da Primavera Árabe, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores norte-americano. “Parece que a Al-Qaeda estava entre as forças regionais que beneficiaram a maioria dos tumultos da Primavera Árabe, em 2011. Sete anos depois, Ayman al-Zawahiri emergiu como um líder poderoso, com uma visão estratégica que implementou sistematicamente. Forças leais à Al-Qaeda e seus afiliados agora chegam a dezenas de milhares”, especialistas não partidários relatam.
Outros grupos jihadistas, incluindo o Talibã e o Estado Islâmico também permanecem ativos na luta contra os Estados Unidos e a cultura ocidental.
Onde a Al-Qaeda é ativa?Parte da nova estratégia tem sido construir alianças locais e promover uma rede de afiliados ou “braços” na África, Oriente Médio e Sul da Ásia. Diferente do Estado Islâmico, a Al-Qaeda é cuidadosa para não alienar as populações locais.
Em 2013, a Al-Qaeda emitiu “orientações gerais para jihad”, que falam sobre uma abordagem mais contida e baseada na comunidade.
“A Al-Qaeda é especialista em identificar preocupações locais, como corrupção e marginalização, e transformá-las em sua agenda da jihad global”, de acordo com Elisabeth Kendall, pesquisadora sênior em Pembroke College, em Oxford.
“Deste modo, os atos como um ‘salvador’ local e o posicionamento como ‘bons moços da jihad’ são opostos aos tipos brutais do Estado Islâmico”, ela disse. A Al-Qaeda tem constantemente aumentado os ataques por meio de diversos braços e afiliados.
Um “braço” saudita da Al-Qaeda alvejou um complexo residencial em Riad, capital da Arábia Saudita, em maio de 2003 (Foto: AFP)

Em 2018, o grupo extremista conduziu um total de 316 ataques ao redor do mundo, de acordo com dados coletados pelo Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos norte-americano.
O último principal ataque em país ocidental foi o massacre do Charlie Hebdo em Paris, em janeiro de 2016, em que 12 pessoas morreram. O ataque foi conduzido pela Al-Qaeda na Península Arábica.
Mas os afiliados do grupo são muito ativos em outras partes do mundo, conduzindo ataques mortais.
Como a Al-Qaeda persegue os cristãos?O plano dos militantes islâmicos da Al-Qaeda é realizar a jihad, na luta contra os Estados Unidos e tudo aquilo que vai contra a fé islâmica, o que inclui o cristianismo. Para isso, se necessário, lutariam essa guerra santa no próprio país. Exemplos disso são vistos em ataques tanto da Al-Qaeda quanto de “braços” e afiliados.
Uma acusação oficial contra 11 supostos militantes da Al-Qaeda apresentaram planos terroristas para atacar as igrejas em Ancara, na Turquia. Entre o material apreendido pela polícia havia CDs, mapas detalhados, desenhos e diagramas de construção. A polícia também encontrou listas de nomes e endereços residenciais de cristãos e outros funcionários que trabalhavam em uma igreja na capital.
Cerca de 15 mil palestinos ainda estão no campo de refugiados Nahr el Bared, que abriga um total de 40 mil pessoas

Outro grupo, que afirmou ser ligado à rede terrorista da Al-Qaeda, ameaçou bombardear o Líbano e atacar cristãos libaneses caso Beirute continuasse a cercar o campo de refugiados palestinos de Nahr el Bared, onde o Exército confrontava, há dias, radicais islâmicos do movimento Fatah al Islam. Na época, o grupo afirmou que nenhum cristão estaria seguro no Líbano depois disso. Ainda no Líbano, um tribunal acusou 31 supostos membros da Al-Qaeda de planejar um ataque contra uma igreja em Zahle e outros lugares cristãos na mesma cidade, a leste de Beirute. Fontes disseram que a célula da Al-Qaeda no Líbano era dirigida por um saudita e um sírio. A base era na aldeia de Bar Elias, no vale de Bekaa, no leste do país, onde o grupo preparava atentados com carros-bomba.
No Iraque, um cristão foi sequestrado, torturado e assassinado pela Al-Qaeda. A informação é que os criminosos pressionaram a empresa em que o cristão trabalhava para despedi-lo, por causa da crença em Cristo. O corpo do cristão, Ashur Issa Yaqub, foi encontrado com marcas de tortura e mutilação. Ele trabalhava em construção civil na cidade de Kirkuk e membros da Al-Qaeda tinham exigido 100 mil dólares pela libertação. Yaqub tinha 29 anos e deixou mulher e três filhos.
Palavra para cristãos afegãosEntrar no Afeganistão, principal país onde atua a Al-Qaeda, com o evangelho é muito difícil. Uma igreja secreta existe no país, mas ninguém sabe exatamente o tamanho. Esse é um dos motivos de tentarmos transmitir o evangelho de formas alternativas. Uma das maneiras é por meio de novas tecnologias. Com isso, cristãos afegãos de áreas remotas da região recebem transmissão do evangelho. E Deus tem usado isso para transformar pessoas e as trazer para mais perto dele. Receber o alimento espiritual tem fortalecido esses irmãos e irmãs. Sua doação pode fazer com que mais pessoas conheçam o amor de Cristo e tenham suas vidas transformadas.
Fonte: Portas Abertas

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