segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O que pode me dar esperança?


Lamentações 3.21


Alguém disse: “O que o oxigênio significa para os pulmões é a esperança para o sentido da vida”. Jeremias é conhecido como o profeta chorão, mas ao olharmos melhor para este servo de Deus podemos ver que ele estava impregnado de esperança, não obstante o momento difícil em que ele viveu. Jeremias exerceu o seu ministério num período totalmente caótico para a nação de Judá, que vivia a maior crise de sua história política, social e religiosa.

A corrupção moral de Judá na época de Jeremias era generalizada, pois, os próprios líderes estavam envolvidos em mentiras, atos avarentos e adultérios. A influência negativa do sacerdócio era devastadora para a nação, acelerando cada vez mais, o processo de decadência. Jeremias foi usado por Deus para tocar direto na ferida, ele não usa “meias-palavras”, atentemos para o que disse o profeta: “mas nos profetas de Jerusalém vejo coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se converta cada um da sua maldade; todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os moradores de Jerusalém como Gomorra… porque dos profetas de Jerusalém se derramou a impiedade sobre a terra.” (23.14-15).

Mesmo diante dessa situação, o profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus. Jeremias não desiste da esperança, e lembra ao povo: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja a esperança é o Senhor… O Senhor é a esperança de Israel…” (17.7,13).

O povo não ouviu a mensagem de Jeremias, e como consequência Judá foi levada para a Babilônia por  Nabucodonosor, contudo mesmo diante da queda de Judá o profeta não perdeu a esperança. Ao contemplar a miséria da nação, ele se levantou e disse: “ quero trazer a memória o que nos pode dar esperança” (Lm 3.21). Mas onde estava a esperança do profeta Jeremias? O que nos pode dá esperança no meio da dor, do desespero, da crise? Jeremias nos ensina dizendo, o que me pode dar esperança é:

1-AS MISERICÓRDIAS DO SENHOR (Lm. 3.22) – Israel não ouviu as palavras de Jeremias, os seus líderes políticos e espiritual deixaram se levar pelo pecado, “Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam. Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes e vos ponde diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e dizeis estamos salvos; sim só para praticardes estas abominações! Será esta casa que se chama pelo meu nome é um covil de salteadores aos vossos olhos? (7.3-4). G. Campbell Morgan diz que “covil de salteadores” é o lugar onde os ladrões se escondem logo após ter cometido crimes.

Jeremias ainda acrescenta que estes sacerdotes não passavam de falsos curandeiros, mentirosos “curam superficialmente a ferida do meu povo. Dizendo: Paz, paz, quando não há paz” (6.14). O profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus em meio aquela situação tão degradante¹. Mas eles não ouviram a sua mensagem e como consequência foram levados para o cativeiro, cumprindo-se assim o que ele anunciara. Mas, ele não perdeu sua esperança, pois ele sabia que seu Deus era misericordioso e zela por suas palavras e que depois de setenta anos Israel seria restaurado (Jr. 25.1-14).

Nas misericórdias de Deus estava a esperança do profeta, pois Judá não merecia ser restaurada, seus líderes pecaram, os sacerdotes eram homens falsos, não temos nem palavra para descrever.

Não obstante, seu choro, sua tristeza, sua dor, ele não perdeu a esperança. A sua esperança era o Senhor. Assim também nos ensina o Salmista “Pois tu é a minha esperança Senhor Deus”(Sl 71.5).

2-A FIDELIDADE DE DEUS (LM 3.23) – O profeta de maneira maravilhosa se expressou dizendo: “ A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele”(Lm 3.24), meu irmão veja o segredo da esperança de Jeremias. Ele sabia que o seu Deus não era igual aos homens mentirosos, pérfidos, Deus é fiel.

Grande é a tua fidelidade, porque ele é fiel, Jeremias podia confiar em suas promessas, em seu amor, na intervenção do Senhor dos exércitos, Ele é o Deus imutável, soberano, onisciente, onipotente, incomparável. Por isso o profeta tinha esperança, havia caos por todos os lados, tristeza e dor, mas se levanta e enche-se de esperança ao olhar para Deus.

Oh! Meus irmãos como precisamos seguir o exemplo do profeta Jeremias, ao ouvirmos a voz de Deus não podemos ficar desanimados diante da tristeza, do caos que nos acomete. Precisamos olhar para o Deus fiel, e erguer a cabeça na certeza que ele não mudou, sua fidelidade continua a mesma. Ele está no controle, reinando, soberano, ele é o mesmo, ontem e hoje.

3- A SALVAÇÃO DO SENHOR (Lm 3.24-26) – Mesmo diante da tristeza, da perda da família, da casa, da pátria, mesmo diante da escravidão, ele olha e ver a salvação no Senhor. Ele sabia que a disciplina do Senhor não iria durar para sempre. No Senhor há graça, perdão, restauração.

É para a salvação que há no Senhor que precisamos olhar hoje, não para o diabo, o pecado, a depravação do homem que não conhece a Deus. Porque se olharmos para o homem nós vamos ficar desanimados, sem esperança sem vida. É tempo de nos levantar e falarmos como o profeta Jeremias. –E tempo de termos esperança. Não podemos perder a esperança, mas precisamos esperar na intervenção divina certos de que Deus proverá.

No exemplo do profeta Jeremias, encontramos razão para vivermos uma vida cheia de esperança, não merecemos nada, somos fracos pecadores, mas o nosso Deus é misericordioso, vivemos no meio de um povo infiel, mas o nosso Deus é fiel, ele não mudou, então podemos confiar em sua palavra, viva e eficaz. Mesmo que o nosso cenário seja triste, desolador e só vejamos depravação, nós podemos confiar na intervenção do Senhor, certos que ele não irá deixar os seus eleitos perdidos escravizados pelo inimigo. Portanto, levante-se meu irmão, erga cabeça e tenha a certeza do profeta Jeremias.

Meus irmãos, vivemos um período da história difícil, como nos diz o apóstolo Paulo, “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”(II Tm 3.1), mas Deus nos colocou como homens e mulheres de Deus para vivermos cheios de esperança, proclamando somente a glória de Deus firmados em sua Palavra certos de que  “MAIOR DO QUE AS CRISES É A ESPERANÇA DAQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DO SENHOR”. Em Deus está a minha esperança.

Nota

1-http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/jeremias-o-profeta-da-esperanca.html, acessado em 01.09.2017

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

COMO TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA?


Josué 8

     No dia 12 de agosto de 1849 o famoso pregador britânico F. W. Robertson disse:

A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplêndidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias. Essas palavras, afirma exatamente o oposto do que quase todos hoje em dia – inclusive as pessoas da igreja – pensam da vida.

     Henry Ford teria concordado com Robertson, pois definia um erro como “uma oportunidade de recomeçar de modo mais inteligente”. Josué também teria concordado, pois estava prestes a “recomeçar de modo mais inteligente” e a transformar seus erros em vitória. Mas, para transformarmos as nossas derrotas em vitórias, nós precisamos:

1- ELIMINAR O PECADO JS 7.10-13 – Israel havia enfrentado a grande cidade de Jericó, para os soldados de Josué, vencer a cidade de Ai seria algo fácil. Mas, após a grande vitória contra a poderosa Jericó, foi derrotado de forma humilhante por Ai (Josué 7). A causa da derrota coletiva foi o pecado de Acã. O erro de Acã levara Israel a uma derrota humilhante, a um desastre inconcebível naquele momento. Como consequência Deus se irou contra Israel e não só contra Acã? A resposta para a ira de Deus contra Israel está na doutrina da Aliança (pacto), o erro de um era o erro de todos. A causa da derrota de Israel foi a desobediência de Acã (Js 7.1,20,21).

     Oh meus irmãos, como consequência da desobediência, Israel foi derrotado ( Js 7.2-5) Josué e os seus soldados ficaram desesperados (Js7,6-9) de tal maneira que Josué não sabia mais o que fazer. Naquele momento difícil Josué buscou a face do Senhor então Deus lhe deu a direção Js 7.10-15). A oração trouxe a descoberta do pecado (Js 7.16-21). Com a descoberta do pecado, Josué precisou tratar o erro, para isso ele aplicou a disciplina (Js 7.22-26) e assim o pecado foi eliminado do meio da congregação do povo de Deus.

     Meus irmãos, assim podemos ver que o pecado foi investigado, identificado, confessado, julgado e punido.  Israel precisava continuar marchando e Ai precisava ser enfrentada e derrotada.

2-RECOMEÇAR DE NOVO (JS 8:1, 2) – Uma vez que a nação de Israel havia julgado o pecado que contaminara o arraial, Deus poderia lhes falar em misericórdia e dirigi-los na conquista da terra. “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se com praz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (SI 37:23, 24).

      Não importa quantos erros venhamos a cometer, o pior erro de todos é não tentar outra vez. Alexandre Whyte diz: “A vida cristã vitoriosa é uma série de recomeços”. O capitulo de Josué 8 nos ensina a transformar derrotas em vitória. Nele aprendemos a recomeçar de forma mais inteligente. Para recomeçar o ponto partida é a palavra de Deus. Porque na Palavra de Deus é:

      A palavra de ânimo (v. 1a). O fracasso costuma ser acompanhado de duas reações: o desânimo em função do passado e o medo do futuro. Olhamos para trás e nos lembramos dos erros que cometemos, e, em seguida, olhamos adiante e nos perguntamos se há algum futuro para pessoas que fracassam tão tolamente.

     A resposta para nosso desânimo e medo é ouvir e crer na Palavra de Deus: “Não temas, não te atemorizes” (v. 1). Veja as declarações de “não temas” em Gênesis, Isaías 41 – 44 e nos oito primeiros capítulos de Lucas. Deus nunca desencoraja seu povo de fazer progresso. Enquanto obedecemos a seus mandamentos, temos o privilégio de nos apropriarmos de suas promessas. Deus tem prazer em “mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16:9).

      A palavra de instrução (vv. 1b-2). Deus sempre tem um plano para seu povo, e a única forma de alcançarmos a vitória é obedecer às instruções do Senhor. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho de seus espias e usou apenas parte do exército, mas Deus lhe ordenou que levasse “toda a gente de guerra” (Js 8:1). O Senhor também disse a Josué para usar uma emboscada e aproveitar-se da autoconfiança de Ai em decorrência da primeira derrota de Israel (Js 7:1-5). Por fim, Deus deu aos soldados o direito de apropriar-se dos despojos, mas deviam queimar a cidade. Se Acã tivesse esperado apenas alguns dias, poderia ter pego toda a riqueza que quisesse. Deus sempre dá o que há de melhor para aqueles que deixam a escolha ao encargo dele. Quando corremos na frente do Senhor, normalmente nos privamos de bênçãos e prejudicamos a outros.

     A palavra de promessa (v. 1c). “Olha que entreguei” – essa foi a promessa de Deus (ver Js 6:2) e a garantia a Josué de que teriam a vitória, desde que obedecessem às instruções do Senhor. Mas é preciso nos apropriarmos de todas as promessas pela fé. A promessa de Deus não tem eficácia alguma a menos que seja “acompanhada pela fé” (Hb 4:2). Israel sofreu uma derrota terrível por ter agido de modo presunçoso no primeiro ataque contra Ai. As promessas de Deus fazem a diferença entre a fé e a presunção.

     Não importa quão terrível tenha sido nosso fracasso, podemos sempre nos levantar e começar outra vez, pois nosso Deus é um Deus de recomeços.

     Hoje em dia meus irmãos, Deus não nos fala de modo audível, como acontecia com frequência nos tempos bíblicos, mas temos a Palavra de Deus diante de nós e o Espírito de Deus dentro de nós; e Deus nos guiará, se esperarmos pacientemente na sua presença e se assim recomeçarmos nós vamos transformar as nossas derrotas em vitórias.

3- SEGUIR A ESTRATÉGIA DE DEUS (JS 8:3-13) – Meus irmãos, Deus não é apenas o Deus de recomeços, mas também o Deus da variedade infinita. Como disse certa vez o rei Artur: “Deus cumpre seus propósitos de muitas maneiras, para que uma boa tradição não venha a corromper o mundo”.

     Deus muda seus líderes para que não comecemos a confiar na carne e no sangue, em vez de confiar no Senhor, e ele muda seus métodos para que não passemos a depender de nossa experiência pessoal, em vez de depender das promessas divinas (W. Wiersbe).

    A estratégia que Deus deu a Josué para tomar a cidade de Ai foi quase o oposto da estratégia usada em Jericó. A operação em Jericó foi constituída de uma semana de marchas realizadas à luz do dia. O ataque a Ai envolveu uma operação noturna sigilosa que preparou o caminho para o ataque durante o dia. Em Jericó, o exército invadiu a cidade unido, mas para o ataque contra Ai, Josué dividiu suas tropas. Deus realizou um grande milagre em Jericó ao fazer as muralhas ruírem, mas não houve milagre algum desse tipo em Ai. Josué e seus homens simplesmente obedeceram às instruções de Deus ao fazerem uma emboscada e atraírem o povo para fora da cidade, e o Senhor lhes deu a vitória.

    É importante que se busque a vontade de Deus para cada empreendimento da vida, a fim de não depender de vitórias passadas ao planejar o futuro. Como é fácil os ministérios cristãos acabarem em becos sem saída pelo simples fato de sua liderança não discernir se Deus deseja fazer algo novo por eles. Nas palavras do empresário norte-americano Bruce Barton (1886-1967): “Quem pára de mudar pára de viver”.

     A estratégia de Ai tomou por base a derrota anterior de Israel, pois Deus estava transformando os erros de Josué em vitória. O povo de Ai estava seguro demais de si mesmo, pois havia derrotado Israel no primeiro ataque, e foi essa segurança excessiva que os condenou à derrota. “Vencemos uma vez, venceremos novamente!”

     O plano era simples, mas eficaz. Liderando o restante do exército israelita, Josué viria do Norte e realizaria um ataque frontal contra Ai. Seus homens fugiriam, como haviam feito da primeira vez, o que levaria o povo de Ai, seguro de si, a afastar-se da proteção de sua cidade. Quando Josué desse o sinal, os soldados na emboscada entrariam na cidade e a incendiariam. O povo de Ai se veria encurralado entre dois exércitos, e o terceiro exército cuidaria de qualquer socorro que pudesse vir de Betel.

    Como todo bom general, Josué acampava com seu exército (Js 8:9). Sem dúvida, incentivou os soldados a confiar no Senhor e a crer na promessa divina de vitória. O príncipe do exército do Senhor (Js 5:14) iria adiante deles, pois obedeceram à Palavra de Deus e confiaram em suas promessas.

     A obra do Senhor requer estratégia, e, em seu planejamento, os líderes cristãos devem buscar a vontade de Deus. O termo estratégia vem de duas palavras gregas que, juntas, significam “liderar um exército”. A liderança exige planejamento, e o planejamento é uma parte importante da estratégia.

     Deus sempre tem um plano estratégico para o seu povo. E o caminho mais curto e eficaz para a vitória é seguirmos as estratégias de Deus. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho dos homens e usou apenas parte da sua força militar. Agora, Deus diz: “toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai” (v.1). Deus ordena a Josué a usar todo o seu potencial de guerra. A estratégia divina tomou por base a derrota anterior, pois Deus nos ensina a transformar fracassos em sucessos. A estratégia que Deus deu a Josué para vencer Ai foi o oposto da estratégia usada em Jericó. Deus tem estratégias diferentes para cada empreendimento da nossa vida. Não confie em estratégias de sucesso, mas em Deus. Charles Stanley diz: “Ter sucesso é, dia após dia, ser como Deus quer que sejamos e alcançar as metas que estabelecemos sob a orientação dele”.

     Deus diz a Josué: “olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra” (v.1). A vitória vem do Senhor para aqueles que se apropriam das suas promessas. A promessa de Deus não tem nenhuma eficácia se não for acompanhada pela fé: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 4.2). Sem fé é impossível agradar a Deus e receber dele alguma vitória.

     Não importa o tamanho ou a dimensão do seu fracasso. Você pode levantar e recomeçar outra vez. F. W. Robertson disse: “A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplendidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias”.

4-ASSUMIR UM NOVO COMPROMISSO (JS 8:30-35) – Algum tempo depois da conquista de Ai, Josué conduziu o povo cerca de cinquenta quilômetros para o Norte até Siquém, uma cidade entre os montes Ebal e Gerizim. Nesse local, a nação cumpriu a ordem que Moisés havia lhes dado em seu discurso de despedida (Dt 27:1-8). Josué interrompeu as atividades militares para dar a Israel a oportunidade de firmar um novo compromisso com a autoridade de Jeová expressa em sua lei.

     Josué construiu um altar (vv. 30, 31). Uma vez que Abraão havia construído um altar em Siquém (Gn 12:6, 7) e que Jacó havia morado ali por um breve período (Gn 33 – 34), aquela região possuía fortes laços históricos com Israel. O altar de Josué foi construído sobre o monte Ebal, o “monte da maldição”, pois somente um sacrifício de sangue pode salvar os pecadores da maldição da lei (Gl 3:10-14).

     Ao construir o altar, Josué teve o cuidado de obedecer a Êxodo 20:25 e de não usar qualquer ferramenta nas pedras recolhidas dos campos. Nenhuma obra humana deveria ser associada ao sacrifício para que os pecadores não pensassem que seriam capazes de ser salvos por suas obras (Ef 2:8, 9). Deus pediu um altar simples de pedra e não um altar elaborado e decorado por mãos humanas, “a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1:29). Não é a beleza da religião criada por homens que concede o perdão aos pecadores, mas sim o sangue no altar (Lv 1 7:11). O rei Acabe substituiu o altar de Deus por um altar pagão, que lhe não conferiu a aceitação de Deus nem o aperfeiçoou como ser humano (2 Rs 16:9-16).

     Os sacerdotes ofereceram holocaustos ao Senhor representando o compromisso total de Israel com Deus (Lv 1). As ofertas pacíficas foram uma expressão de gratidão a Deus por sua bondade (Lv 3; 7:11-34). Uma porção da carne foi entregue aos sacerdotes e outra aos ofertantes para que pudessem desfrutá-la alegremente com sua família na presença do Senhor (Lv 7:15, 16, 30-34; Dt 2:17, 18). Por meio desses sacrifícios, a nação de Israel estava declarando diante de Deus seu compromisso e comunhão com ele.

      Josué escreveu a lei em pedras (vv. 32, 33). Esse ato foi realizado em obediência à ordem de Moisés (Dt 27:1-8). No Oriente Próximo daquela época, era costume os reis celebrarem sua grandeza escrevendo registros de seus feitos militares em grandes pedras cobertas de reboco. Mas o segredo da vitória de Israel não era seu líder nem seu exército, e sim a obediência à lei de Deus Js 1:7, 8).

     Esse é o quarto monumento público de pedras a ser erigido. O primeiro foi em Gilgal (Js 4:20), comemorando a travessia do Jordão pelo povo de Israel. O segundo foi no vale de Acor, um monumento ao pecado de Acã e ao julgamento de Deus (Js 7:26). O terceiro foi na entrada de Ai, uma lembrança da fidelidade de Deus ao ajudar seu povo (Js 8:29). Essas pedras no monte Ebal lembravam Israel de que seu sucesso dependia inteiramente de sua obediência à lei de Deus (Js 1:7,8).

     Josué fez a leitura da lei (vv. 34, 35). Seguindo as instruções de Moisés em Deuteronômio 27:11-13, foi determinado um lugar para cada tribo em um dos dois montes. Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali ficaram no monte Ebal, o monte da maldição. Simeão, Levi, Judá, Issacar, José (Efraim e Manassés) e Benjamim ocuparam o monte Gerizim, o monte da bênção. As tribos no monte Gerizim foram fundadas por homens que eram filhos de Lia ou de Raquel, enquanto as tribos do monte Ebal era constituídas de descendentes de filhos de Zilpa ou de Bila, servas de Lia e Raquel. As únicas exceções foram Rúben e Zebulom, pertencentes à descendência de Lia. Rúben havia perdido sua posição de primogênito, pois havia pecado contra seu pai (Gn 35:22; 49:3, 4).

      O vale entre os dois montes foi ocupado pelos sacerdotes e levitas com a arca, cercados pelos anciãos, oficiais e juízes de Israel. Todo o povo estava voltado para a arca, que representava a presença de Deus no meio deles. Quando Josué e os levitas leram as bênçãos do Senhor unia a uma (ver Dt 28:1-14), as tribos do monte Gerizim responderam em uníssono e em alta voz “Amém!”, que, no hebraico, significa “Assim seja!”. Quando leram as maldições (ver Dt 27:14-26), as tribos do monte Ebal responderam com um “Amém!” depois da leitura de cada maldição.

     Deus havia dado a lei por intermédio de Moisés no monte Sinai (Êx 19 – 20), e o povo havia aceitado e prometido obedecer. Moisés havia repetido e explicado a lei nas campinas de Moabe, na fronteira com Canaã. Aplicou a lei à vida do povo na Terra Prometida e admoestou os israelitas a obedecer. “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do S e n h o r,vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt 1 1:26-28, observar os vv. 29-32).

       No entanto, o fato de os cristãos “não [estarem] debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6:14; 7:1-6) não significa que podemos viver como bem entendermos e ignorar ou contestar a lei de Deus. Não somos salvos por guardar a lei, nem santificados por tentar observar os preceitos da lei; antes, o “preceito da lei se [cumpre] em nós” ao andarmos no poder do Espírito Santo (Rm 8:4). Se nos colocarmos sob a lei, deixamos de desfrutar as bênçãos da graça (Gl 5). Se andarmos no Espírito, experimentamos seu poder transformador e vivemos com o propósito de agradar a Deus.

     Sejamos gratos a Jesus, que levou sobre si na cruz a maldição da lei em nosso lugar e que nos concede todas as bênçãos celestiais pelo Espírito. Pela fé, podemos nos apropriar de nossa herança em Cristo e marchar avante em vitória!

Pr. Eli Vieira

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Morreu o Presbítero e Empresário Josimar Henrique da Silva o Fundador da Hebron Indústria Farmacêutica

Aprouve ao Senhor chamar para Si o presbítero Josimar Henrique, empresário fundador da Hebrom Industria Farmacêutica de Caruaru-PE, mas acima de tudo um servo de Deus, que muito contribuiu com a obra do Senhor na Primeira Igreja Presbiteriana do Recife, ajudou muitos seminaristas, contribuiu na construção de novos templos, etc. Que Deus console e conforte a todos os familiares e irmãos  neste momento de saudade.
Conheça um pouco da sua história:
O presbítero e empresário Josimar Henrique morreu de leucemia sexta-feira dia 2 de novembro de 2018, no Recife aos 68 anos. O velório aconteceu no sábado (3), às 9h, na Primeira Igreja Presbiteriana, no bairro das Graças, na Zona Norte da capital pernambucana. O seu enterro ocorreu ao meio-dia do sábado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
Josimar Henrique da Silva, é natural de Palmares PE. Casado com Giseli de Matos Henrique, Três filhos e dez netos. Graduado em Marketing e Propaganda pela Escola de Marketing de Pernambuco. Presbítero há seis mandatos pela Primeira Igreja Presbiteriana do Recife. Último cargos ocupados na Igreja: Presidência do Sínodo de Pernambuco, Membro em dois mandatos do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie. No serviço público, foi Secretário de Desenvolvimento Econômico de Caruaru, no governo de Tony Gel. Na vida empresarial foi Presidente da Federação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas e Presidente do Grupo FarmaBrasil – Associação Brasileiras da Indústrias de Pesquisa. Também é Fundador e Diretor Presidente do grupo Empresarial Hebron Farmacêutica.

História
 
Josimar Henrique da Silva fundou a indústria de medicamentos localizada em Caruaru em Janeiro de 1990.
Por volta de 1989, José Soares Nuto, então presidente do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), recebeu Josimar em seu gabinete, a pedido do jornalista Moisés Kertsman, para uma audiência. O empreendedor estava com o projeto da Hebron havia oito meses sendo analisado pelo banco. Logo na entrada, Nuto avisou: “Josimar, seja breve. Já analisei seu projeto e não vou aprová-lo. Não acredito em nordestino produzindo medicamentos em Caruaru e competindo com multinacionais!”
Esse episódio ilustra a dificuldade de Josimar Henrique da Silva para materializar sua empresa. José Nuto não foi a única autoridade a repetir-lhe que não acreditava na idéia. Felizmente ele não acreditou no que lhe diziam e em 2007 sua indústria, de gestão predominantemente familiar, superou os R$ 80 milhões em faturamento.
Josimar transformou sua capacidade de se relacionar no diferencial para crescer. Natural de Palmares, mudou-se criança para Caruaru por causa da asma. Aos 9 anos de idade trabalhava com o pai na feira da sulanca. Depois foi vendedor de tecidos das Casas Pessoa Filho, locutor esportivo da Rádio Liberdade e trabalhou no Banorte da capital do Agreste, de onde foi transferido para o Recife.

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Na Veneza pernambucana se tornou representante farmacêutico do laboratório Aché, sua grande escola, e foi nessa condição durante 12 anos que preparou as bases para seu crescimento empresarial. Quando a Hebron começou a funcionar, em janeiro de 1990, num terreno de 22 mil m² (hoje com 4 mil m² construídos) com entrada pela BR-232, a pretensão inicial era atender a quatro Estados que representam 5% do mercado brasileiro de medicamentos: Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Decidiu desde o início que investiria forte em pesquisa e usaria como canal para esse trabalho as universidades, centros de inteligência científica que não eram acionados pela iniciativa privada. Naquela época, com a lei de patentes suspensa no Brasil (de 1970 a 1997), a prática comum dos laboratórios era copiar os medicamentos desenvolvidos pelas multinacionais.
Pelo relacionamento desenvolvido com os pesquisadores em todo o Brasil, Josimar sabia que os medicamentos fitoterápicos (à base de plantas) tinham grande potencial de mercado, demonstrada em países europeus como Alemanha e França, e, no entanto, recebiam tratamento da legislação como se fossem alimentos, produtos naturais ou simplesmente chás. Essa lacuna de informação era resultado da falta de estímulo para a pesquisa da indústria nacional. Era a “janela de oportunidade” para o crescimento da Hebron.
A expansão da empresa começou de forma involuntária, em função da rede de relacionamentos cultivada por Josimar durante sua trajetória no Aché. Eram amigos da indústria farmacêutica que ficavam sabendo da iniciativa e se ofereciam para representar a Hebron em outros Estados. Com um ano de funcionamento, já estava também no Maranhão, Piauí e Ceará. Em dois anos havia chegado a todo o Norte/Nordeste.


Criando respeitabilidade

Com o know-how acumulado durante sua trajetória no Aché, o empreendedor entendeu que para ter representatividade e credibilidade na classe médica precisaria atingir o eixo Rio–São Paulo, que representa algo como 50% do mercado nacional de medicamentos. Em 1992, escolheu entrar pelo Rio de Janeiro, que responde por 15% do consumo de medicamentos no país.
Sua experiência demonstrava que a identificação do carioca com o pernambucano seria maior (e com menos preconceito) que começando por São Paulo, Estado que detém 35% do mercado brasileiro, onde só começou a atuar em 2006. Avançou para Minas e Espírito Santo, que juntos representam 23% do mercado nacional. O objetivo naquele momento era fazer a Hebron ser assimilada como uma marca de atuação nacional, minando a resistência que havia ao Nordeste. Para isso era necessário se apresentar de forma diferente.
E isso aconteceu. A Hebron se apresentava ao mercado como uma indústria farmacêutica nacional que estava disposta a investir na pesquisa de medicamentos genuinamente brasileiros se apoiando na biodiversidade e na capacidade científica das universidades. Estava disposta ainda a desenvolver produtos inéditos que atendiam a doenças negligenciadas pelos grandes laboratórios porque não tinham apelo comercial, como a leishmaniose. Com essa postura, o laboratório foi chamando a atenção e ganhando respeitabilidade.

Estratégia

No lançamento do primeiro produto no Rio de Janeiro, em 1992, o Giamebil (medicamento fitoterápico extraído de um arbusto), desenvolvido pelo instituto de antibióticos da UFPE, a foto dos pesquisadores pernambucanos e seus currículos constavam na literatura médica entregue aos médicos. A idéia era mostrar que o nível dos profissionais que atuavam aqui se equiparava ao do Sudeste, aproximando-se assim de outros centros de pesquisa na região para produzir novos estudos.

O associativismo como trunfo
A indústria farmacêutica é extremamente regulada pelo governo. Atento a essa questão, Josimar começou a investir bastante tempo na Alanac, associação que representa os laboratórios nacionais, discutindo com as entidades de caráter técnico e político a legislação e as diretrizes setoriais, a partir das intervenções promovidas pelos Ministérios da Saúde e da Indústria e Comércio, pelas Secretarias de Saúde e Fazenda nos Estados e, a partir de 1999, pela Anvisa.
Ele começou a perceber a força da entidade na intermediação dos assuntos que tinham efeito na saúde dos brasileiros. Percebeu também que os órgãos que representavam a saúde simplesmente desconheciam a capacidade das drogas provenientes das plantas. Então traçou sua estratégia: conseguir que o Ministério da Saúde tratasse o medicamento fitoterápico com o mesmo rigor analítico com que eram tratados os produtos químicos.
Dessa forma conseguiria quebrar a barreira da classe médica na prescrição de medicamentos fitoterápicos aos pacientes, considerados até então como pouco eficazes na cura de patologias, e assim fortalecer a atuação pioneira da Hebron no desenvolvimento de medicamentos à base de plantas com critérios e embasamento científicos.
Em 1994 Josimar participou, a convite do Ministério da Saúde, do grupo de trabalho montado para estudar e propor políticas de pesquisa e produção para produtos fitoterápicos no Brasil, comandado pela Fundação Oswaldo Cruz. Encontros assim mostravam o comprometimento do presidente da Hebron com os medicamentos fitoterápicos e proporcionavam a inserção dos conceitos defendidos pelo laboratório pernambucano nos centros de pesquisas, comunidades científicas e órgãos técnicos e políticos.
Em 2000, como conseqüência de seu envolvimento associativo, Josimar Henrique da Silva assumiu a presidência do Conselho Deliberativo da Alanac e entre 2002 e 2004 foi seu diretor-presidente. Em março de 2004, foi publicada a portaria definitiva da Anvisa que determinava tratamentos iguais aos produtos químicos e fitoterápicos.

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A internacionalização

A Alanac integra a Associação Latino-Americana de Indústrias Farmacêuticas (Alifar), composta por 16 países, que se reúnem anualmente em um dos países participantes. Assim, através dos contatos com membros da associação a partir de 2004, a Hebron decidiu entrar no Peru, pelo fato de o país integrar o Pacto Andino (Peru, Venezuela, Colômbia, Equador e Brasil), que permite que o registro sanitário dos integrantes seja válido entre eles. A operação peruana está baseada na remessa de produtos para os hospitais.
Seguindo a Rota Andina, até dezembro a operação começará a funcionar na Colômbia em parceria com o Laboratório Metlen Farma, que atuará como distribuidor e promoverá propaganda médica exclusiva. O interesse pelos Estados Unidos surgiu das visitas anuais de Josimar Henrique àquele país. Lá observou que é enorme a quantidade de medicamentos que não precisam de prescrição médica vendidos em supermercados e lojas de conveniência, os chamados OTCs.
Identificou também que, a exemplo do Brasil no passado, os EUA não reconhecem os produtos fitoterápicos como medicamentos, o que significa que o nível de exigência da US Food and Drug Administration (FDA) para o registro é infinitamente menor que no Brasil. Em seguida, procurou o escritório do agente que atua elaborando estudos de produtos para a FDA em Nova Iorque e contratou a elaboração de 16 dossiês, um para cada produto que colocará no mercado, onde deve começar a operar em março de 2009.
Para Josimar, a investida em solo americano pode representar um salto para a Hebron Farmacêutica, que hoje alcança quatro mil cidades brasileiras. “O mercado brasileiro consome US$ 12 bilhões, enquanto o americano chega a US$ 220 bilhões. Se acertarmos com um produto, podemos vender mais que no Brasil” , calcula ele, prevendo que daqui a três anos 20% do faturamento deverá vir das exportações.
A empresa conta com um Departamento de Comércio Exterior, encarregado de identificar oportunidades internacionais para os produtos fabricados, e deverá também em 2009 chegar ao mercado russo, visitado em 2006. Lá o maior impedimento é a enorme variação de temperatura, que pode chegar a 40º negativos.

Marketing e vendas

O marketing tem um papel importante na hierarquia da Hebron. Como representante farmacêutico do Aché, Josimar (que é formado em administração e marketing) avaliou a importância dessa ferramenta nas vendas de um produto. Assim, 6,5% do faturamento anual bruto estão destinados à área e entregues à responsabilidade da administradora de empresas e filha do presidente, Wedja Pires, que trabalha na empresa há 11 anos.
Hoje 80% das vendas do laboratório são medicamentos adquiridos nas farmácias, por recomendação médica ou influência do balconista. Wedja utiliza 65% de sua verba com amostras médicas e investe de forma prioritária na relação médico-propagandista. Admite, porém, que está tendo que dar crescente importância ao ponto-de-venda, a exemplo de outros segmentos varejistas, o que motivou inclusive outros laboratórios a montar setores de trade marketing.
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Nesse sentido, seu foco parece estar no entendimento do comportamento do consumidor dos 65 produtos e 145 itens que formam o mix da Hebron. Por isso destina outra fatia de seu budget à realização de pesquisas e compra de estudos específicos, além de estar atenta às informações de seu SAC, formado por farmacêuticas profissionais que se comunicam por e-mail e telefone e produzem relatórios diários. “As informações nos levam a repensar uma embalagem, inserir informações nas bulas ou modificar o paladar dos medicamentos”, explica a diretora de marketing.
A meta é começar a usar o módulo de CRM que integra a plataforma SAP, usada pela empresa desde 2006. Espera-se assim integrar as ações dirigidas à cadeia produtiva formada por médicos, pacientes, distribuidoras e farmácias. “Desejamos ampliar a participação da linha de perfumaria e cosméticos, que hoje representa menos de 5% do faturamento” , revela a executiva.

Uma empresa familiar
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A Hebron Farmacêutica é mais um exemplo de que empresas familiares podem ser competitivas. No caso da família de Josimar, a preocupação dos executivos da segunda geração é criar um ambiente com regras claras que evitem turbulência para os filhos, que já são muitos.
Atualmente quatro diretores buscam o aperfeiçoamento em MBAs e a empresa vive um momento de adaptação as normas das ISO, antes utilizadas apenas no ambiente industrial. Somente neste semestre estão programados investimentos em infra-estrutura da ordem de R$ 7 milhões. A cultura da empresa respira vendas, fruto do exemplo profissional do empreendedor que reflete na trajetória da maior parte dos diretores.
Com cerca de 500 colaboradores e uma expectativa de faturamento para 2008 de R$ 100 milhões, Josimar olha para frente, “Temos que nos preparar para crescer, podemos dar um salto a qualquer momento e estamos trabalhando para isso”, diz com o olhar confiante de quem se lembra de forma detalhada o caminho que percorreu até aqui.

Informações colhidas em texto de Drayton Nejaim

Após anúncio de Bolsonaro, outros países planejam mudar embaixadas para Jerusalém

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tem trabalhado para fortalecer os laços dentro da União Europeia.

Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (direita) com os líderes da Bulgária, Sérvia, Grécia e Romênia em Varna. (Foto: EPA)
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (direita) com os líderes da Bulgária, Sérvia, Grécia e Romênia em Varna. (Foto: EPA)

Depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) declarou ao jornal israelense Israel Hayom que planeja transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, um alto oficial diplomático disse à publicação que outros países também devem anunciar a transferência de suas embaixadas. A República Tcheca deve ser o primeiro deles a fazer a mudança.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a decisão de Bolsonaro como “um passo histórico, correto e comovente”.
O oficial disse que o assunto veio à tona no fim de semana, durante uma visita oficial de Netanyahu a Varna, na Bulgária, como parte dos esforços de Israel para fortalecer os laços dentro da União Europeia.
O mesmo oficial revelou que Israel estava examinando a possibilidade de iniciar associações intra-europeias, a fim de diminuir a transferência de fundos para organizações de esquerda. O oficial avaliou que Israel poderia encontrar um terreno comum com muitos países dentro da Europa em sua campanha contra a política de apoio a ONGs anti-Israel.
Netanyahu pediu à primeira-ministra da Romênia, Viorica Dăncilă, que em breve assumirá o papel de presidente rotativa da União Europeia, para usar seu papel para influenciar o tratamento da UE a Israel.
No Fórum de Craiova, em Varna, Netanyahu revelou que Israel recentemente impediu dezenas de ataques terroristas em solo europeu, inclusive na Dinamarca.
Relações palestinas
O oficial ainda revelou que Netanyahu se encontrou recentemente com o ministro das Relações Exteriores de Omã, Yusuf bin Alawi, que estava em Ramallah, na Cisjordânia, para uma reunião com funcionários da Autoridade Palestina.
Oficiais em Jerusalém ficaram impressionados com as observações conciliatórias do ministro das Relações Exteriores, que foram criticadas em todo o mundo árabe.
O oficial se recusou a comentar uma publicação do jornal pan-árabe Asharq Al-Awsat, sediado em Londres, na última sexta-feira (2), segundo o qual Netanyahu deveria visitar outro país do Golfo Árabe em breve.
O ministro das Relações Exteriores palestino em Ramallah se recusou a comentar oficialmente as declarações de Bolsonaro, mas um oficial diplomático palestino disse a Israel Hayom que o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, levantou a questão em uma reunião com o presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi no Cairo no fim de semana.
Abbas compartilhou com El-Sisi as preocupações dos palestinos sobre as intenções de Bolsonaro e pediu ao Cairo para usar sua influência para pressionar os brasileiros a não mudarem sua política externa. O funcionário enfatizou que o Ministério das Relações Exteriores palestino começou a se preparar para a possibilidade de Bolsonaro ordenar a transferência da embaixada e rebaixar o status da embaixada da Palestina em Brasília.
“Ainda é muito cedo para dar passos, porque até agora são apenas declarações”, disse o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben. “Acredito que o sistema político no Brasil irá garantir que o presidente eleito atue de acordo com o direito internacional”.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO ISRAEL HAYOM

Bolsonaro confirma mudança da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém

A declaração foi dada por Jair Bolsonaro ao jornal ‘Israel Hayom’.

Jair Bolsonaro é considerado um grande apoiador de Israel. (Foto: The Times of Israel)
Jair Bolsonaro é considerado um grande apoiador de Israel. (Foto: The Times of Israel)

O presidente eleito Jair Bolsonaro já está começando a confirmar seu empenho em realizar suas promessas de campanha e uma delas ele reforçou em entrevista ao jornal ‘Israel Hayom’ ao comentar as várias mudanças no governo brasileiro, bem como sua política internacional: a mudança uma da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Bolsonaro disse que suas promessas de campanha em relação a Israel não eram apenas um artifício e serão cumpridas.
Considerado um grande apoiador de Israel, além de reforçar a informação sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, ele também lembrou que irá adotar uma postura mais dura com a representação da Palestina no Brasil, falando sobre a embaixada em Brasília, inaugurada em 2016.
“Quanto à embaixada da Palestina, ela foi construída muito perto do palácio presidencial. Nenhuma embaixada pode estar tão perto do palácio presidencial, então pretendemos mudar. Não há outro caminho, na minha opinião. Fora isso, Palestina primeiro precisa ser um estado para ter o direito de uma embaixada”, afirmou.
A afirmação dada ao jornal israelense só vem confirmar a opinião de Bolsonaro, declarada no Congresso Nacional em agosto deste ano.
“Palestina é um país? A Palestina não é um país, então não deveria haver embaixada aqui”, declarou Bolsonaro em agosto no Congresso Nacional.
Em suas declarações publicadas na quinta-feira, o novo líder do Brasil disse que está buscando promover relações com outros países que compartilham os valores da “democracia e respeito pelos outros”.
Bolsonaro visitou Israel há dois anos e disse no início do ano que uma visita ao Estado judeu seria sua primeira missão diplomática.
Os laços entre Brasil e Israel parecem estar sendo retomados com eleição de Bolsonaro. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu telefonou para parabenizar o capitão reformado do exército por sua vitória nas urnas e expressou o desejo de estar no Brasil para a posse presidencial no primeiro dia do ano de 2019.
Questionado sobre sua promessa de considerar o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, Bolsonaro disse que “Israel é um estado soberano, e se vocês decidirem sobre sua capital, nós estaremos de acordo”.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO WORLD ISRAEL NEWS

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

VIVENDO NA TERRA NA EXPECTATIVA DO CÉU

Colossenses 3:1-11

Meus irmãos, depois de ter ensinado algumas doutrinas a igreja de Colossos, Paulo agora parte para a aplicação das doutrinas que ensinou até aqui. Afinal, de nada adianta os cristãos declararem e defenderem a verdade, mas não a demonstrarem em sua vida. Certos cristãos defendem a verdade sem hesitar, mas sua vida pessoal nega as doutrinas que afirmam prezar. “No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras” (Tt 1:16).

Devemos lembrar que as religiões pagãs do tempo de Paulo praticamente não tratavam da moralidade pessoal. Um adorador poderia se prostrar diante de um ídolo, colocar uma oferta sobre o altar e voltar à vida habitual de pecado. As crenças de um indivíduo não tinham qualquer relação direta com seu comportamento, e ninguém o condenava por isso.

Mas a fé cristã introduziu um conceito inteiramente novo na sociedade pagã: nossas convicções são intimamente ligadas a nosso comportamento! Afinal, crer em Cristo significa estar unido a ele, e, se participamos de sua vida, devemos seguir seu exemplo. Ele não pode viver em nós pelo seu Espírito e permitir que permaneçamos em pecado. Neste texto, Paulo relaciona a doutrina com o dever dando três instruções a seus leitores para vivermos na terra na expectativa do céu.

  1. ” BUSCANDO AS COISAS LÁ DO ALTO” (C L 3:1-4)

A ênfase é sobre o relacionamento do cristão com Cristo.

Morremos com Cristo (v. 3a). A explicação mais completa dessa verdade maravilhosa pode ser encontrada em Romanos 6 a 8. Não apenas Cristo morreu por nós (substituição) como também morremos com ele (identificação). Cristo não apenas morreu pelo pecado, levando sobre si o castigo, como também morreu para o pecado, rompendo seu poder. Uma vez que estamos “em Cristo”, por meio da obra do Espírito Santo (1 Co 12:13), morremos com Cristo. Isso significa que é possível ter vitória sobre a velha natureza pecaminosa que deseja nos controlar. “Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” (Rm 6:2).

Vivemos em Cristo (v. 4a). Cristo é nossa vida. A vida eterna não é um elemento celestial que Deus concede quando nós, pecadores, cremos no Salvador. A vida eterna é o próprio Jesus Cristo. “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo 5:12). Estamos mortos e vivos ao mesmo tempo: mortos para o pecado e vivos em Cristo.

Alguém disse: “A vida é aquilo para que estamos vivos”. Uma criança pode se empolgar quando conversamos com ela sobre um jogo de futebol ou uma taça de sorvete. Um adolescente pode se empolgar ao conversar sobre carros e namoro. Paulo escreve: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo” (Fp 1:21). Cristo era a vida de Paulo, e ele se empolgava com qualquer coisa relacionada a Cristo. O mesmo deve ocorrer com todos os cristãos.

Anos atrás, ouvi uma história sobre duas irmãs que gostavam de ir a danceterias e a festas extravagantes. Um dia, elas se converteram e descobriram a nova vida em Cristo. Quando receberam um convite para uma festa, responderam com as seguintes palavras:

– Infelizmente não poderemos comparecer, pois acabamos de morrer.

Somos ressuscitados com Cristo (v. 1a). É possível estar vivo e, ainda assim, estar na cova. Durante a Segunda Guerra Mundial, vários refugiados judeus esconderam-se em um cemitério; sabe-se até de um bebê que nasceu em um dos túmulos. Entretanto, quando Jesus nos deu vida, ele nos tirou do túmulo e nos colocou no trono celestial! Cristo está assentado à destra de Deus, onde também estamos assentados “em Cristo”.

 A vida cristã é uma “vida oculta” no que se refere ao mundo, pois o mundo não conhece a Cristo (ver 1 Jo 4:1-6). Nossa esfera de vida não se encontra aqui na Terra, mas sim no céu; e as coisas que nos atraem e empolgam também pertencem ao céu, não à Terra. Isso não significa que devemos ignorar nossas responsabilidades neste mundo. Antes, indica que nossa motivação e nossa força vêm do céu, não da Terra.

Somos glorificados em Cristo (v. 4b). Neste momento, Cristo está assentado à destra do Pai, mas um dia ele voltará, a fim de buscar seu povo e de levá-lo para seu lar (1 Ts 4:13-18). Quando o fizer, entraremos na glória eterna com Cristo. Por meio da morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de Cristo, fomos separados da antiga vida deste mundo, e agora pertencemos a uma nova vida celestial.

Mas de que maneira “[buscamos] as coisas lá do alto”? O segredo encontra-se em Colossenses 3:2: “Desenvolvam o hábito de voltar a mente – a atenção – para as coisas do alto, não para as coisas da Terra” (tradução literal). Nossos pés devem estar na Terra, mas nossa mente deve estar no céu. Não estamos sugerindo com isso que (como D. L. Moody costumava dizer): “pensamos tanto nas coisas do céu a ponto de não valermos coisa alguma na Terra”. Pelo contrário, as questões práticas do dia-a-dia são realizadas segundo a orientação de Cristo no céu, e olhamos para a Terra do ponto de vista do céu.

Minha maneira de viver e de andar no dia-a-dia depende do lugar onde estou assentado – e estou assentado com Cristo nos lugares celestiais! Quando a nação de Israel chegou à fronteira da Terra Prometida, os israelitas recusaram-se a entrar e, por causa de sua obstinada incredulidade, tiveram de vagar pelo deserto durante quarenta anos (ver Nm 13 e 14). Uma geração inteira – todos aqueles com vinte anos de idade ou mais – morreu no deserto, com exceção de Calebe e Josué, os dois únicos espias que creram em Deus. De que maneira Calebe e Josué “conquistaram a vitória” durante esses quarenta anos difíceis no deserto? Sua mente e coração estavam em Canaã! Sabiam que havia uma herança a sua espera e viveram à luz dessa herança.

É possível desfrutar “dias do céu acima da [na] Terra” (Dt 11:21), se guardarmos o coração e a mente nos lugares celestiais.

  1. ” FAZENDO, MORRER A NOSSA NATUREZA TERRENA” (CL 3:5-9)

       Passamos do positivo para o negativo. Alguns não gostam do negativo e acreditam que é necessário haver ensino positivo, não advertências e admoestações negativas. Mas as ordens e advertências negativas desenvolvem-se a partir de verdades positivas da doutrina cristã. Por isso, Paulo escreve: “Fazei, pois, morrer”.

Devemos “[fazer], pois, morrer a [nossa] natureza terrena”. Uma vez que morremos com Cristo (Cl 3:3), temos poder espiritual para mortificar os desejos terrenos e carnais que nos controlam. Paulo chama isso de “[considerarmo-nos] mortos para o pecado” (Rm 6:11). Jesus usou essa mesma idéia ao dizer: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e fança-o de ti” (Mt 5:29, 30).

Séculos atrás, na Inglaterra, a pena para um batedor de carteiras condenado por seu crime era a amputação da mão direita. Se houvesse uma segunda condenação, a mão esquerda era amputada. Um ladrão perdeu as duas mãos e continuou a “trabalhar” usando os dentes! A cirurgia física não tem poder algum de mudar o coração.

Paulo não apenas usa uma abordagem negativa nesse parágrafo, como também especifica certos pecados, algo que não é do agrado de todos. Esses pecados dizem respeito à velha natureza e não cabem na nova vida em Cristo. Além disso, Deus julga os que cometem tais pecados, e Deus não faz acepção de pessoas.

 A ira divina recaiu sobre o mundo gentio por causa desses pecados (Rm 1:18ss), e seu furor voltará a se manifestar. “Por estas coisas é que vem a ira de Deus” (Cl 3:6).

A “prostituição” refere-se à imoralidade sexual em geral. A “impureza” pode ser definida como “a impudicícia concupiscente relacionada à luxúria e à vida libertina”.

A “paixão lasciva” descreve o estado mental que estimula a impureza sexual. Quem nutre esse tipo de apetite sempre encontra oportunidade de satisfazê-lo. O “desejo maligno” refere-se aos “anseios abjetos e perversos”. Fica claro que os desejos e apetites conduzem às ações. A fim de purificar os atos, é preciso, antes, purificar a mente e o coração.

O que desejamos determina o que fazemos. Se eu estimular em meus filhos um apetite por doces, precisarei satisfazer esse apetite. Se eles se tornarem obesos e começarem a ter problemas de saúde, terei de mudar esse apetite e de ensiná-los a gostar de outros tipos de alimentos.

 “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (SI 51:10). Essa deve ser nossa oração, pois é do coração “que procedem os maus desígnios” (Mc 7:21-23).

Depois de especificar esses pecados, Paulo acrescenta “a avareza, que é idolatria” (Cl 3:5b). A “avareza” é o pecado de sempre querer mais, sejam coisas ou prazeres. A pessoa avara nunca se contenta com o que tem e, normalmente, inveja o que os outros têm. Trata-se de uma forma de idolatria, pois a avareza coloca as coisas no lugar de Deus. O último dos Dez Mandamentos diz: “Não cobiçarás” (Êx 20:17), pois esse pecado pode nos levar a quebrar os outros nove mandamentos. Quem cobiça desonra a Deus, usa o nome de Deus em vão, mente, rouba e comete todo tipo de transgressão a fim de satisfazer seus desejos pecaminosos.

 Infelizmente, por vezes, os cristãos de nossas igrejas caem em pecados como esses. Todas as epístolas do Novo Testamento enviadas às igrejas locais mencionam esses pecados e advertem sobre eles. Lembro-me de um pastor que pregou uma série de sermões sobre os pecados dos santos. Uma pessoa de sua congregação procurou-o para expressar sua insatisfação e dizer que seria melhor o pastor pregar essas mensagens para os perdidos.

– Afinal – disse a pessoa -, o pecado na vida do cristão é diferente do pecado na vida de outros indivíduos.

– Tem razão – respondeu o pastor. – É bem pior! Depois de advertir sobre os pecados sensuais, Paulo fala dos perigos dos pecados relacionais (Cl 3:8, 9). G. Campbell Morgan chamava-os de “pecados de boa reputação”. Estamos tão acostumados com a ira, com as atitudes críticas, com a mentira e com o humor vulgar no meio dos cristãos que não nos perturbamos nem sentimos qualquer culpa em relação a esses pecados. Ficamos estarrecidos quando algum membro da igreja comete um pecado sensual, mas somos capazes de ver essa mesma pessoa enfurecer-se numa reunião de negócios e chamar sua atitude de “indignação justa”.

A figura usada aqui é a de uma pessoa trocando de roupa: “despistes […] revestistes […]” (Cl 3:9, 10). Trata-se de uma ideia relacionada à ressurreição de Jesus Cristo (Cl 3:1), pois quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus Cristo deixou para trás os panos com os quais havia sido sepultado (Jo 20:1-10). Havia entrado em uma vida ressurreta gloriosa e não tinha mais necessidade de usar a mortalha. O mesmo aconteceu com Lázaro, quando Jesus o ressuscitou dentre os mortos e disse aos presentes: “Desatai-o e deixai-o ir” (Jo 11:44).

Paulo começa com a “ira”, a “indignação” e a “maldade”, pecados que envolvem uma atitude perversa em relação ao semelhante. O termo “ira” também é usado em Colossenses 3:6 com respeito à ira de Deus. A ira descreve atitudes habituais, enquanto a “indignação” refere-se a explosões de raiva. Deus tem o direito de irar-se contra o pecado e de julgá-lo, pois é um Deus santo e justo.

A “blasfêmia” descreve o discurso maledicente e destrutivo. No meio dos cristãos, é comum esse tipo de fofoca maliciosa aparecer disfarçado de preocupação espiritual: – Só estou lhe contando isso a respeito de tal pessoa porque sei que vai querer orar sobre o assunto.

 A maledicência é fruto da maldade (1 Pe 2:1). Quem tem inimizade profunda por alguém usa todas as oportunidades que se apresentam para dizer algo negativo a seu respeito.

A “linguagem obscena” é, obviamente, todo tipo de palavra torpe, de comunicação vulgar e de humor de baixo calão. Por algum motivo, certos cristãos pensam que é másculo ou moderno usar esse tipo de linguagem. O humor vulgar insinua-se facilmente no meio das conversas. Devemos atentar para Colossenses 4:6: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal”, lembrando que o sal é um símbolo de pureza e que a graça e a pureza andam juntas.

O último pecado que Paulo cita é a “mentira” (Cl 3:9). Faz a mesma advertência aos cristãos de Éfeso (Ef 4:25). Satanás é um mentiroso (Jo 8:44), enquanto o Espírito Santo é o “Espírito da verdade” (Jo 14:1 7; 1 5:26). Quando um cristão mente, coopera com Satanás; quando diz a verdade em amor (Ef 4:1 5), coopera com o Espírito de Deus.

A mentira envolve a intenção de enganar com o propósito de obter algum benefício. Diz um antigo provérbio que “a meia-verdade é uma mentira inteira”.

O bispo Warren A. Candler pregava sobre as mentiras de Ananias e Safira (At 5) e perguntou a sua congregação:

– Se Deus ainda matasse as pessoas por mentirem, onde eu estaria?

 – os membros da igreja sorriram discretamente, mas mudaram logo de expressão quando o bispo gritou:

– Estaria bem aqui, pregando para uma igreja vazia!

3.TORNANDO-NOS SEMELHANTES A CRISTO (CL 3:10,11)

Uma vez que estamos vivos em Cristo, devemos buscar as coisas lá do alto. E, uma vez que morremos com Cristo, devemos nos despir das coisas que pertencem à vida terrena e de pecados do passado. Proceder dessa maneira faz-nos semelhantes a Jesus Cristo! Deus quer nos renovar e nos conformar à imagem de seu Filho! Os verbos gregos traduzidos por “despir-se” e “revestir-se” (Cí 3:9, 10) indicam um ato definitivo. Ao crer em Cristo, despimo-nos da vida antiga e nos revestimos da nova. O velho homem foi sepultado, e o novo homem assume o controle. O verbo “refazer”, por sua vez, é usado no original no particípio presente passivo: “o que está constantemente sendo refeito”. A crise da salvação conduz a um processo de santificação, cujo objetivo é uma crescente semelhança a Cristo.

Os gregos tinham duas palavras diferentes para se referir a algo novo. O termo neos, que significa “temporalmente novo”. Usa-se essa palavra, na forma de prefixo, em termos como “neo-ortodoxia” ou “neoclassicismo”. O termo kainos referia-se a algo “qualitativamente novo, inédito”. Por vezes, as duas palavras são usadas de modo intercambiáveis no Novo Testamento, mas ainda assim apresentam uma diferença fundamental.

O cristão reveste-se, de uma vez por todas, do “novo homem” (neos) e, em decorrência disso, está sendo renovado (kainos). Há uma mudança qualitativa, pois está se tornando semelhante a Jesus Cristo. O “novo Homem” é Jesus Cristo, o último Adão (1 Co 15:45), o cabeça das novas criaturas (2 Co 5:17).

De que maneira ocorre essa renovação? Por meio do conhecimento. A palavra conhecimento era um termo chave do vocabulário gnóstico. Mas o suposto conhecimento espiritual dos gnósticos jamais seria capaz de mudar a vida de uma pessoa, tornando-a semelhante a Cristo. Quanto melhor o cristão conhecer a Cristo, mais semelhante a ele se tornará (Fp 3:10).

O ser humano foi criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). Isso inclui a personalidade (intelecto, em oções, volição) e a espiritualidade (o homem não é apenas um corpo físico). Quando o ser humano pecou, essa imagem de Deus foi corrompida e se tornou decaída. Os filhos de Adão nasceram com a imagem de seu pai (Gn 5:1, 3). Apesar da destruição causada pelo pecado, o ser humano ainda tem a imagem de Deus (Gn 9:6; Tg 3:9).

Fomos formados à imagem de Deus e deformados em relação a essa imagem. Mas, por meio de Jesus Cristo, podemos ser transformados à imagem de Deus! Devemos ser renovados no espírito de nosso entendimento (Ef 4:23). Ao crescer no conhecimento da Palavra de Deus, seremos transformados pelo Espírito de Deus para compartilhar da imagem gloriosa de Deus (2 Co 3:18). Deus nos transforma ao renovar nossa mente (Rm 12:2), processo que envolve o estudo da Palavra de Deus. É a verdade que liberta da antiga vida (Jo 8:31, 32).

 O propósito de Deus para nós é que “[sejamos] conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8:29). Essa conformidade refere-se ao caráter, à qualidade espiritual do ser interior. Diferenças e particularidades humanas não devem ser uma barreira para a vida de santidade na igreja. Todas as distinções humanas se desvanecem em Jesus Cristo (Cl 3:11). Em Cristo, não há nacionalidade (“não pode haver grego nem judeu”), e diferenças religiosas passadas não são levadas em conta (“circuncisão nem incircuncisão”). Os gnósticos ensinavam que a circuncisão era importante para a vida espiritual (Cl 2:11 ss). Mas Paulo deixa claro que essa cirurgia física tradicional não conferia qualquer vantagem espiritual.

Também não há diferenças culturais em Cristo (“bárbaro, cita”). Para os gregos, todos os outros povos eram bárbaros; e os citas eram os mais reles dos bárbaros! Mas, em Jesus Cristo, a origem étnica de uma pessoa não representa qualquer vantagem ou desvantagem. O mesmo se aplica a sua condição econômica ou política (“escravo, livre”). Paulo deixa claro que um escravo deve procurar obter sua liberdade (1 Co 7:20-23), mas que não deve se considerar espiritualmente inferior por causa de sua posição social.

 Todas as distinções humanas dizem respeito ao “velho homem”, não ao “novo homem”. Em sua Epístola aos Gálatas, Paulo acrescenta: “nem homem nem mulher” e, desse modo, elimina até mesmo as diferenças entre os sexos. A conclusão do apóstolo: “Cristo é tudo em todos”. “Porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3:28).

É errado edificar a comunhão de uma igreja sobre qualquer outro alicerce além de Jesus Cristo, sua Pessoa e sua obra. Ministérios construídos sobre distinções humanas, como raça, cor ou posição social, não são bíblicos. Um dos sinais de crescimento espiritual e de renovação da mente é essa disposição de receber e amar todos os que verdadeiramente conhecem a Cristo e procuram glorificá-lo. Os “super-santos” gnósticos cometiam o erro de tentar isolar os cristãos colossenses do restante da igreja. Apesar de não perdermos fisicamente a herança nacional quando nos tornamos cristãos, não usamos essa herança como prova de espiritualidade.

“Cristo é tudo em todos”: essa é a ênfase da carta aos colossenses. “Para em todas as coisas ter a primazia” (Cl 1:18). Uma vez que temos plenitude em Cristo, podemos olhar além das diferenças terrenas que separam as pessoas e desfrutar a unidade espiritual no Senhor. Devemos permanecer alertas, pois os falsos mestres de hoje, como os falsos mestres gnósticos, tentam privar o povo de Deus da riqueza de sua unidade em Cristo.

Estamos vivos em Cristo; portanto, devemos buscar as coisas lá do alto. Estamos mortos em Cristo; portanto, devemos fazer morrer as coisas terrenas. Podemos nos tornar semelhantes a Cristo; portanto, devemos permitir que o Espírito Santo renove nossa mente, conformando-nos cada vez mais à imagem de Deus.

Pare,leia e pense!

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