O relato bíblico destaca que a vida estava nEle e essa
vida era a luz dos homens. No entanto, o drama humano é descrito no versículo
5: "a luz resplandece nas
trevas, e as trevas não a compreenderam". O Natal sem Cristo é a
manifestação moderna dessa incompreensão. Vivemos em cidades iluminadas por
milhões de lâmpadas artificiais, mas que permanecem em trevas espirituais por
rejeitarem a Luz que dissipa a cegueira da alma. Ao remover o Salvador do centro,
a sociedade tenta manter o brilho da festa, mas perde a capacidade de enxergar
o caminho da paz e da verdade que Ele veio revelar.
A passagem de João 1:10-11 descreve a ironia mais
trágica da história: o Criador visitou Sua criatura e não foi reconhecido. "Estava no mundo, e o mundo foi
feito por ele, e o mundo não o conheceu". Celebrar o Natal ignorando a
Cristo é repetir esse erro histórico em escala global. É organizar um banquete
em honra ao Rei, mas trancar as portas para que Ele não entre. Quando o foco
recai exclusivamente sobre o consumo, a comida e os presentes, estamos, na
prática, declarando que o mundo que Ele criou não tem mais espaço para a Sua
presença transformadora.
Além disso, o texto enfatiza que Jesus "veio para o que era seu, e os
seus não o receberam". Esta rejeição não é apenas um fato do passado,
mas uma escolha contínua de um sistema que prefere um feriado humanista a um
encontro com o Sagrado. Um Natal sem Cristo é uma festa de órfãos que se
recusam a reconhecer o Pai. Sem a figura de Jesus, os símbolos natalinos perdem
sua conexão com o sacrifício e a redenção, tornando-se enfeites desprovidos de
alma que tentam preencher um vazio que só a presença do Emanuel ("Deus
conosco") pode satisfazer.
Contudo, o encerramento deste trecho em João 1:12
oferece a solução para o dilema do Natal vazio: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus". O verdadeiro Natal não é sobre a
atmosfera ao nosso redor, mas sobre a recepção do Verbo dentro de nós. Receber
a Cristo é transformar a celebração de um feriado em uma experiência de novo
nascimento. Que este Natal não seja apenas uma data de lembranças culturais,
mas o momento em que deixamos de ser parte daqueles que "não o
receberam" para nos tornarmos, pela fé, filhos do Altíssimo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário