terça-feira, 28 de abril de 2015

Conselhos Práticos para Grupos de Louvor

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Por Thiago Oliveira e Thomas Magnum


A vaidade é algo comum em todo ser humano, mas, gostaríamos, com esse texto, chamar a atenção dos músicos: instrumentistas e cantores. Esta é uma categoria que tem ganhado muita notoriedade com o boom da música gospel e vem moldando a forma de cultuar da Igreja. Anteriormente, a congregação cantava embalada por hinários e um organista. Isto foi mudando e após a revolucionária década de 1960 a sonoridade pop invadiu as liturgias, com isso boa parte das igrejas aderiu ao que chamamos de “liturgia contemporânea”.

Embora gostemos das letras contidas nos hinários, pois teologicamente são bem robustas, não desprezamos a musicalidade de nossa época. Os louvores podem sim ter uma melodia que comportem serem tocadas por instrumentos como guitarra, bateria e baixo. Quanto a isso, não há nada de errado em si. O foco importante deve estar no comportamento do grupo de louvor e, sobretudo, no conteúdo daquilo que se canta. Fica a pergunta no ar: Os louvores contemporâneos são bíblicos? 

Todos os cantores e instrumentistas que compõem os grupos de louvor devem saber exatamente o que significa louvar a Deus, e porque isso é parte importante no culto. Em Efésios 5.19, o apóstolo Paulo vai citar os elementos de culto e lá estão listados hinos e cânticos espirituais. Este é o respaldo bíblico para que a música seja parte importante no ajuntamento dos remidos para adorar ao Deus verdadeiro (durante a reforma do século 16, alguns teólogos eram contra as músicas executadas nos cultos). Portanto, é necessário entender que o objetivo do louvor não é demonstrar técnica exuberante e nem chamar a atenção da igreja a um determinado instrumento ou cantor. O objetivo do período de louvor é a glória de Deus.

Tendo este pressuposto bem definido (o louvor é para glorificarmos a Deus), gostaríamos de elencar alguns conselhos práticos para que os grupos de louvor pudessem se apresentar sem querer roubar a glória de Deus. Um princípio joanino deve vir sempre à mente quando o assunto é louvor e adoração: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30). Agora vamos aos pontos, que formam meia dúzia de conselhos bem práticos:

I) Cantem a Bíblia: Organizem o repertório com músicas que mostrem claramente passagens bíblicas. Algo precioso da herança reformada é o princípio de que temos que ler a Bíblia, orar a Bíblia, pregar a Bíblia, cantar a Bíblia e viver a Bíblia. Se ela é nossa fonte suprema de sabedoria, o livro da revelação que nos alimenta espiritualmente, o retrato de Cristo (pois aponta para ele) e nosso guia prático, então porque cantar letras derivadas de outros mananciais? Chega de tanto humanismo e psicologia barata que fala que “você é campeão e vencedor”. Paremos com esses “hinos” que amaciam nosso ego e que não tem respaldo na Palavra. Embasemos nossas canções na Sagrada Escritura. Isto agrada a Deus.

II) Não molde o repertório ao gosto pessoal: O culto é determinado por Deus e não está ao bel prazer do grupo de músicos.  Deus o instituiu para ser comunitário. A Igreja é quem louva e não o grupo de louvor sozinho. Lembrem que a congregação é multi-geracional, isto é, tem diversas gerações: idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças. Temos visto que o estilo de música mais atraente para o público jovem tem dominado as listas de canções nos cultos. Lembrem que, na igreja, nem todo mundo é fã de solos de guitarra e gritos ensurdecedores. Parem de tocar músicas que fazem aeróbica. Não desprezem os antigos hinos, toque-os alternando-os com hinos mais recentes. E não esqueçam da importância do nosso primeiro item, que é cantar a Bíblia.

III) Abaixem o volume e evitem o estrelato: Como dito acima, o culto é comunitário. A igreja canta junto numa só voz. A maioria esmagadora dos grupos de louvor cobre a voz da congregação devido ao alto volume do seu som amplificado. É preciso ter sensibilidade e evitar o exibicionismo. A congregação também encontra dificuldades quando a música escolhida tem um tom muito elevado, onde apenas o cantor consegue alcançar as notas. Ademais, quando um músico toca em uma apresentação fora da igreja, ele está apresentando sua arte, em muitos casos deve realmente demonstrar técnica e virtuosismo instrumental, mas, no culto solene o objetivo não é esse, é apenas acompanhar a melodia e conduzir o povo a louvar a Deus. Conduzir o louvor - e não se apresentar - é o propósito. Entendeu?

IV) Não queiram ser os mais importantes no culto: Como foi frisado, o momento de louvor é para a igreja cantar ao Senhor. Sendo assim, não é o momento para orações extensas e pregações no meio da música. A pregação será realizada pelo pastor. A música na igreja não pode ofuscar a pregação. Em muitos lugares temos de quinze à vinte minutos de pregação e quase duas horas de música. Nesse caso, tanto o pastor como os músicos devem ter ciência que estão em desobediência a Palavra de Deus e invalidando a pregação do evangelho. A música comunica o evangelho, mas, a pregação foi o meio criado por Deus para que os homens creiam e se arrependam dos seus pecados. Não se pode reposicionar a música no lugar da pregação. E também, o momento do louvor não prepara o coração da igreja para a pregação, quem prepara a igreja para o momento da exposição da Palavra é o Espirito Santo. Não acredite que o momento do louvor é mais importante no culto, pois não é. A pregação é o momento que Deus fala com sua igreja. A pregação foi determinada por Deus como meio de transmissão de sua poderosa graça, pois nela, a Escritura é exposta e por meio da exposição bíblica o Espírito Santo age convertendo corações. Tenham cuidado para não negligenciar aquilo que Deus deu importância no seu culto.

V) Zelem por uma boa conduta: Os músicos cristãos devem ter uma vida piedosa, santa e não escandalosa e ímpia como acontece em alguns casos. Tocar na igreja não pode ser um passatempo, mas, um exercício piedoso. Componentes carnais, insubordinados ou estrelas devem se arrepender ou então serem afastados de seus afazeres nas atividades musicais na igreja. Os músicos cristãos devem reger suas atividades diárias pela Escritura Sagrada. Devem ler a Bíblia, amar a Palavra de Deus. O momento de louvor não é um show, aqueles que cantam e tocam na igreja devem saber que sua presença a frente da congregação é algo de responsabilidade para com Deus e não para inflar o ego. Por isso deve-se atentar também até para o tipo de roupa do grupo. Mulheres com roupas extremamente apertadas e sensuais, ou homens da mesma forma amantes de si mesmo e da sensualidade não podem estar a frente desse momento solene no culto.

VI) Dediquem-se a música com esmero: Os músicos crentes devem estudar seu instrumento (isso inclui a voz) de forma excelente. Devem ser bons músicos, pois estão fazendo para glória de Deus. Certa feita, um sapateiro perguntou para Lutero o que deveria fazer para agradar a Deus. O Reformador lhe respondeu dizendo que ele deveria cuidar dos sapatos de maneira caprichada, assim, poderia até “engraxar sapatos para o louvor do SENHOR Deus”. Os músicos cristãos devem ter boa técnica e conhecer os mais variados gêneros musicais, devem ser exímios conhecedores de sua arte. Deus é o autor de todas as coisas. O grande artista que fez o homem a Sua imagem e semelhança, dotando o ser humano com vários dons. A música é um dom divino e precisa ser executada e desenvolvida com uma mentalidade reverente. O compositor erudito Johann Sebastian Bach entendeu isso. Ele compôs suas sinfonias dando o máximo de si e ao final de cada partitura colocava a sigla S.D.G. (Só a Deus Glória, do latim Soli Deo Gloria).

Bem, aqui finalizamos na expectativa que tais conselhos ajudem a todos os que trabalham com a música nas congregações. Falamos como irmãos em Cristo, e membros que amam a Igreja do SENHOR, valorizando o culto comunitário como sendo uma fonte vigorosa que nos incentiva no caminho do Evangelho.

Graça e Paz.

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Fonte: Electus
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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Nossa identidade, nossa vocação

freeimages.com/photo/1433682Alguns anos atrás, num seminário em Brasília, fui convidado para dar um curso sobre vocação e espiritualidade. Comecei a aula perguntando aos alunos – todos eles estudando para serem pastores – quantos ali tinham certeza da sua vocação. Todos levantaram a mão, e uns dois ou três compartilharam seu chamado. Então perguntei a eles: 

– Vocês já viram um faxineiro de banheiro de rodoviária dizendo que Jesus o chamou para ser faxineiro de rodoviária?

Tentei melhorar a pergunta:

– Vocês já viram um caixa de banco dizendo que Jesus o chamou para ser bancário? 

O objetivo ali era refletirmos sobre quão elitista é o conceito que temos de vocação. Ele refere-se a menos de 1% do povo de Deus, que se dedica ao pastorado, a missões ou algo assim. O restante é um bando de gente “desvocacionada” e sem chamado algum. Não é isso que Paulo tem em mente.

Em geral, temos uma compreensão muito equivocada do que significa o chamado, ou a vocação. Para nós, hoje, dentro da nossa cultura, a vocação depende do que nós fazemos, de preferência alguma coisa que nos dê prazer. Então, quando alguém encontra sua vocação, seu chamado, isso significa que encontrou alguma coisa com que se identifica e que lhe dá algum tipo de satisfação. Acredito que Paulo nunca pensou nisso. Quando ele fala em chamado ou em vocação, com duas exceções em que descreve o seu apostolado, Paulo está tratando da nova identidade que temos em Cristo, e não daquilo que fazemos.

Quando lemos em 1 Coríntios 7: “Foi alguém chamado sendo solteiro? Permaneça solteiro. Se é casado, não se separe, mantenha-se casado. Foi alguém chamado sendo incircunciso? Não se faça circuncidar”, e assim por diante. Por três vezes Paulo diz: “Cada um permaneça na vocação a que foi chamado” (v. 17, 20, 24). 

O que o apóstolo entende por vocação é aquilo que nós somos chamados a fazer em Cristo Jesus: sermos filhos e filhas de Deus, povo de Deus, discípulos de Jesus, servos uns dos outros. Esse é o nosso chamado! E nós servimos a Deus a partir desse chamado onde quer que estejamos. Hoje, eu sirvo a Deus como pastor, mas poderia fazê-lo com a mesma dignidade sendo faxineiro. Não me torno uma pessoa mais vocacionada do que alguém que exerce uma atividade lá embaixo na nossa pirâmide social. Este é um conceito pagão, não bíblico! O conceito paulino de vocação tem a ver com aquilo que nós somos em Cristo e com a nossa resposta ao mundo em que vivemos, a partir dessa identidade. Todos nós somos chamados para essa mesma realidade e, quando entendemos o nosso chamado, procuramos encontrar a melhor maneira de servir a Deus no mundo. Não importa se nós gostamos ou se não gostamos. É necessário? Precisa ser feito? Então iremos fazer! Não se trata de prazer, de satisfação, trata-se de ser povo de Deus atuando no mundo em serviço, promovendo o bem, a paz, a salvação, a reconciliação, levando homens e mulheres ao arrependimento, abençoando todas as famílias da Terra.

Logo, o chamado é um convite, uma eleição, uma convocação. Para quê? Para sermos povo de Deus. E quando respondemos a uma vocação passamos a viver como pessoas convidadas, convocadas, eleitas. De preferência, devemos viver de modo digno de quem nos chamou, para sermos aquilo pelo qual ele se deu por nós. 

A vocação nos dá uma identidade, nos oferece um destino. Deus nos chama e nossa resposta – quando damos o “sim” – nos coloca dentro de uma nova realidade, o mundo do povo de Deus, onde Jesus Cristo é o Senhor. Nós começamos a viver de um modo adequado a essa nova realidade. O chamado, portanto, não apenas nos dá uma identidade, mas define o que iremos fazer.

Às vezes jovens e adolescentes da igreja me procuram para conversar sobre qual curso vão fazer, em busca de ajuda para escolher sua profissão. Eu digo: 

– Olhe para o seu país e veja onde existem as maiores necessidades. Olhe aquilo e faça! E, se lá na frente você precisar mudar, mude.

– Mas qual é a vontade de Deus? – eles sempre retrucam.

– A vontade de Deus é que você sirva a ele e abençoe as famílias da Terra! A vontade de Deus não é que você seja engenheiro, ou advogado, ou professor, ou isto, ou aquilo. Não! A vontade de Deus é que você tome a decisão correta a partir daquilo que você foi chamado para ser. Você acredita que ser um advogado, ou uma dona de casa, ou uma secretária é a forma de você servir a Deus? Ou você tem de escolher uma dessas ocupações por outras contingências e encontra uma maneira de servir a Deus a partir daquela realidade, vivendo como povo de Deus ali naquele lugar, como secretária, como telefonista, como doutor, como professor, ou o que for? Seja povo de Deus onde você estiver e isso vai ajudá-lo a definir como você vai andar, viver, se comportar.

O chamado molda nosso comportamento, define nossa ética, explica quem nós somos nos nossos relacionamentos. Nossa vocação nos dá condições de viver uma vida coerente, integral e íntegra quando vivemos a partir da consciência de quem somos.

Nota:
Este artigo é parte do novo livro de Ricardo Barbosa, ainda no prelo.

Fonte: Ultimatoonline

SILAS MALAFAIA FALA SOBRE BASTIDORES DA GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "NA MORAL"



O pastor Silas Malafaia gravou um vídeo expressando sua surpresa ao descobrir que o programa colocou mais debatedores favoraveis à causa gay do que o que havia sido combinado. Ele se mostrou apreensivo com a edição do programa, mas revelou ter a gravação do debate na íntegra à sua disposição para o caso de uma edição tendenciosa deste material.



O programa foi ao ar ontem, 23/04, pela Rede Globo de Televisão.

 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

10 DESEJOS DE SATANÁS PARA A IGREJA CONTEMPORÂNEA


Por Samuel Torralbo

1 – Cantem bastante sobre Jesus, mas jamais vivam de forma que possam adora-lo em espírito e em verdade.

2 – Trabalhem para terem templos grandes e repletos de pessoas, contanto que, a maioria jamais se converta ao Evangelho de Cristo.

3 – Continuem debatendo e falando sobre avivamento, desde que permaneçam endurecidos e enrijecidos em seus próprios corações.

4 – Busquem sempre divertir e entreter as pessoas mesmo utilizando a Bíblia, mas jamais as contrariem, a ponto de se arrependerem dos seus pecados.

5 – Bajulem-se entre si, celebrem a santa hipocrisia, cultuem os seus próprios clubes religiosos e continuem preconceituosos a ponto de não caírem na graça do povo.

6 – Comprem Bíblias das mais variadas versões, contanto que não conheçam a Palavra.

7 – Defendam e promovam suas próprias culturas, desde que não vivam ou testemunhem da cultura do Reino de Deus.

8 – Continuem firmes em suas próprias convicções farisaicas, destruindo e despedaçando almas em nome de Deus.

9 – Acreditem que sempre estarão certos e seguros segundo suas próprias experiências e espiritualidades, desde que Cristo Jesus jamais seja o referencial de vocês.

10 – Por fim, incentivo a todos a continuarem celebrando Jesus, declarando com veemência: Ei, Ei, Ei Jesus é nosso Rei, desde que o Deus que conhece todas as coisas Naquele grande Dia olhe para esta “Igreja” e diga: “Não vos conheço”.

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Samuel Torralbo.
Fonte:Púlpito Cristão

sexta-feira, 17 de abril de 2015

JEFFERSON LIDERA EVANGÉLICOS DO BOTAFOGO. E NÃO É SÓ DENTRO DO CLUBE




Jefferson é o principal líder do Botafogo. E essa liderança existe também no grupo de evangélicos que se reúne em um hotel na zona oeste do Rio durante as concentrações do clube. A fé do goleiro titular da seleção brasileira é tanta que ele foi convidado pela Igreja Lagoinha de Niterói para fazer um testemunho durante um culto.

Acostumado com multidões durante os jogos, Jefferson teve que lidar com um público diferente ao subir ao palco na igreja. O goleiro teve a missão de evangelizar pessoas que foram ao templo admirar o atleta do Botafogo. Procurado para comentar o assunto, o jogador preferiu não conceder entrevista.

A prática é recorrente nesse sentido, já que Jefferson prefere não misturar as coisas. Na igreja, ele acredita ser mais um e não uma celebridade por ser jogador do futebol, defendendo Botafogo e seleção brasileira. Por esse motivo, ele pediu para uma emissora de televisão não comparecer na última quinta-feira, quando falou por vários minutos.
"Foi uma noite sobrenatural... Jefferson, goleiro da seleção brasileira e membro da Lagoinha Niterói, nos impactou com seu testemunho de fé e fidelidade a Deus. Ao todo, 27 vidas decidiram viver um novo começo com Cristo", escreveu, em sua página no Facebook, a igreja Lagoinha Niterói.

"Meu herói! Um homem de Deus... Só me dá alegria. Deus te abençoe sempre.", respondeu Rita de Cassia Lesqueves, frequentadora da igreja e torcedora do Botafogo.

A entrega de Jefferson a Deus é tão grande que ele tentou até ajudar um dos seus companheiros. Assim que voltou ao Botafogo, no ano passado, Jobson foi convidado para frequentar a igreja, onde foi em poucas oportunidades. Se o atacante não vai aos cultos frequentemente, ele é figura presente nas reuniões nas concentrações, ao lado de Willian Arão, Fernandes, Gilberto, Renan, Diego Jardel e outros mais.

Outros jogadores também mostraram o lado religioso aflorado. Zé Roberto, Muller, RicardoOliveira e Fabio, por exemplo, já subiram ao palco para levar a palavra de Deus. 

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10 EFEITOS DE ROMANOS 9 NA MINHA VIDA



Por John Piper

1) Romanos 9 me faz ser confiante que a Palavra de Deus não falhará e que todas as promessas de Romanos 8 se mostrarão verdadeiras para mim, mesmo no pior dos sofrimentos.

2) Faz-me permanecer no temor a Deus e me guia para dentro das profundezas da verdadeira adoração teocêntrica.
Eu estou com um fardo por causa da igreja evangélica na América estar tão despreocupada. Existem tanto esforço das igrejas onde tudo tem que ser engraçado. Nunca há o senso de meditação, pesar ou reverência. Isso é exatamente o que a América é. Somos vistos dessa forma ao redor do mundo. Somos pessoas baratas, engraçadas e despreocupadas. Basta ligar a televisão. Tudo é diversão, tudo tolo.
Se o Deus de Romanos 9 existe, isso deveria mudar e moldar nossa adoração.


3) Ajuda-me a proteger-me da trivialidade com as coisas divinas.

4) Ajuda-me a manter-me maravilhado com minha própria salvação.
John Newton foi realmente maravilhado que ele fora salvo. Ficamos maravilhados com várias coisas. Precisamos nos perguntar periodicamente se estamos maravilhados que fôramos salvos. Estamos estupefatos de termos sido inclusos na eterna família do Deus vivo, especialmente em vista de nosso pecado remanescente?

5) Faz-me confiante que o trabalho que Deus planejou e começou, Ele irá terminar – globalmente e pessoalmente.
Pense sobre o ISIS – decapitações, a possível unificação de um mundo islâmico em volta de califado armado nuclearmente. Se isso tornar-se verdade, será realmente como os eventos descritos no Apocalipse. Se você não tem um Deus que é inabalável quando em todo lugar que você olha parece que o cristianismo está perdendo, você estará em problemas. Você precisa de uma teologia que lembre que não estamos perdendo, que Deus triunfará.

6) Faz-me lamentar diante da indescritível doença da nossa cultura de menosprezo a Deus
Se Deus o acha em uma cultura que perdeu tão completamente seus caminhos que chama de casamento dois homens homossexuais que fazem sexo regulamente, você precisa lamentar. Devemos lamentar – com muita compaixão e muita convicção. Não lamentar nessa cultura significa que você está cego para a santidade de Deus.

7) Faz-me ver tudo em luz do soberanos propósitos de Deus – que dele, por ele e para ele são todas as coisas, a ele seja a glória para todo sempre.
Tudo e em todo lugar que eu olho na vida – todas as coisas – estão relacionadas a Deus. Não exige coisa alguma que não esteja relacionada a Deus. Todo lugar que eu olho, alguma coisa vem dele, movendo-se por ele, voltando para ele. Deus não perdeu o controle desse mundo. Tudo está relacionado a Deus e exige uma forma de falar como.

8) Faz-me esperançoso que Deus tem a vontade, o direito e o poder de responder orações para que pessoas sejam mudadas.
Algumas vezes as pessoas tentam cavar orações contra a soberania de Deus. Eles perguntam “Por que deveríamos orar se Deus é soberano?” A que eu respondo “Por que orar se ele não é?” Todas as coisas que eu gosto a respeito do que Deus faz, ele não tem o direito de fazer se você acredita no absoluto livre arbítrio. Por absoluto livre arbítrio, eu quero dizer auto-determinação em última instância. Se você tem auto-determinação, Deus não tem o direito de se intrometer em você e mudar você. Então, para que orar?

Mas se você crê que Deus tem o direito de adentrar na sua vida, superar a vontade, fazer alguém (ser) dEle, remover o coração de pedra e colocar um coração de carne, e fazer alguém andar nos seus estatutos, então você irá orar. Você provavelmente tem pessoas por quem tem orado por décadas que são descrentes e você está com medo que elas talvez não sejam eleitas. Você está amedrontado que elas vão para a sepultura não acreditando em Jesus. Eu estou.
Simplesmente não há esperança se Deus não for soberano para com essas pessoas. Se existe qualquer esperança para o pecador mais endurecido que você ama, se existe qualquer esperança que essa pessoa seja salva, está em Deus. Deus pode salvar. Deus pode fazê-los parar de andar em seus caminhos, remover o coração que se rebelou por 50 anos, e colocar um novo coração. Por isso nós oramos.

9) Lembra-me que evangelismo é absolutamente essencial para pessoas virem a Cristo e serem salvas, e que há grande esperança de sucesso em levar pessoas a fé, mas essa conversão não é em última instância dependente de mim ou limitada pela dureza do descrente.
Essa é uma das mais libertadoras verdades do evangelismo. De um lado, você sabe que você não pode salvar ninguém. Você não pode fazer uma pessoa parar de confiar em si mesma ou amar seu próprio pecado. Deus tem que fazer isso. Mas você também sabe que todos nascem de novo através da palavra viva e duradoura. Meu trabalho é testemunhar. Eu não salvo ninguém. Deus-Todo Poderoso salva. Ele somente pode salvar e ele escolhe usar testemunhas.
Então vamos às nações, aos povos inalcançados do mundo. Missões mundiais serão bem sucecididas e nós deveríamos estar a respeito delas.

10) Faz-me certo que Deus triunfará no fim.

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Fonte:Vida de Graça

quinta-feira, 16 de abril de 2015

O que a bíblia diz sobre corrupção

Por: Hermes Fernandes

Há quem pense que a corrupção seja um fenômeno recente na sociedade. Se o fosse, não haveria tantas advertências bíblicas contra ela.

“O que anda em justiça, e o que fala com retidão, que arremessa para longe de si o ganho de opressões, e que sacode das suas mãos todo suborno, que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal; este habitará nas alturas, e as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio. O seu pão lhe será dado, e as suas águas serão certas”. Isaías 33:15-16

“Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração”. Eclesiastes 7:7

Advertência contra a corrupção no funcionalismo público

“Chegaram também uns cobradores de impostos, para serem batizados, e lhe perguntaram: Mestre, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não peçais mais do que o que vos está ordenado”. Lucas 3:12-13

Advertência contra a corrupção policial

“Então uns soldados o interrogaram: E nós, o que faremos? Ele lhes disse: A ninguém trateis mal, não deis denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo”. Lucas 3:14

Advertência contra a corrupção no Poder Judiciário

“Não torcerás a justiça, nem farás acepção de pessoas. Não tomarás subornos, pois o soborno cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos. Segue a justiça, e só a justiça, para que vivas e possuas a terra que o Senhor teu Deus te dá”. Deuteronômio 16:19-20

“Também suborno não aceitarás, pois o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos”. Êxodo 23:8

“O ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça”. Provérbios 17:23

“Ai dos que...justificam o ímpio por suborno, e ao justo negam justiça”. Isaías 5:22a,23

“Até quando defendereis os injustos, e tomareis partido ao lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão; protegei os direitos do pobre e do oprimido. Livrai o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabem, e nada entendem. Andam em trevas”. Salmos 82:2-5a

“Não farás injustiça no juízo; não favorecerás ao pobre, nem serás complacente com o poderoso, mas com justiça julgarás o teu próximo”. Levítico 19:15

Independência entre os poderes

“Pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja reto. Todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com uma rede. As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores”.Miquéias 7:2-3

Advertência contra a corrupção no Poder Executivo

“Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas”. Isaías 1:23

“Pela justiça o rei estabelece a terra, mas o amigo de subornos a transtorna”. Provérbios 29:4

“Abominação é para os reis o praticarem a impiedade, pois com justiça se estabelece o trono”. Provérbios 16:12

Advertência acerca dos acessores corruptos

“Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça”. Provérbios 25:5

Advertência contra a corrupção no Poder Legislativo

“Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades, para privar da justiça os pobres, e para arrebatar o direito dos aflitos do meu povo, despojando as viúvas, e roubando os órfãos! Mas que fareis no dia da visitação, e da assolação, que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória, sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre os mortos?” Isaías 10:1-4

Advertência contra a corrupção e a ganância no meio empresarial

“No meio de ti aceitam-se subornos para se derramar sangue; recebes usura e lucros ilícitos, e usas de avareza com o teu próximo, oprimindo-o. E de mim te esqueceste, diz o Senhor Deus. Eu certamente baterei as mãos contra o lucro desonesto que ganhastes...” Ezequiel 22:12-13a

“Melhor é o pouco, com justiça, do que grandes rendas, com injustiça”. Provérbios 16:8

“O que oprime ao pobre para aumentar o seu lucro, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá”. Provérbios 22:16

Advertência contra juros absurdos praticados pelo Sistema Financeiro

“O que aumenta a sua fazenda com juros e usura, ajunta-a para o que se compadece do pobre”. Provérbios 28:8

“Sendo o homem justo, e fazendo juízo e justiça (...) não oprimindo a ninguém, tornando ao devedor o seu penhor, não roubando, dando o seu pão ao faminto, e cobrindo ao nu com vestes; não dando o seu dinheiro à usura, não recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem; andando nos meus estatutos, e guardando os meus juízos, para proceder segundo a verdade, o tal justo certamente viverá, diz o Senhor Deus”. Ezequiel 18:5,7-9

“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre, que está contigo, não te haverás com ele como credor; não lhe imporás juros”. Êxodo 22:25

“Aos retos até das trevas nasce a luz, pois é compassivo, compassivo e justo. Bem irá ao que se compadece e empresta, que conduz os seus negócios com justiça. (...) É liberal, dá aos pobres, a sua retidão permanece para sempre; a sua força se exaltará em glória”.
Salmos 112:4-5,9

Advertência acerca dos Direitos trabalhistas

“Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando contendiam comigo, então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo ele a causa, que lhe responderia?” Jó 31:13-14

“Chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o trabalhador, e pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos”. Malaquias 3:5

“Vós, senhores, dai a vossos servos o que é de justiça e eqüidade, sabendo que também vós tendes um Senhor nos céus”. Colossenses 4:1

“Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás. O salário do operário não ficará em teu poder até o dia seguinte”. Levítico 19:13

Advertência contra lucros desonestos

“O mercador tem balança enganadora em sua mão; ele ama a opressão”. Oséias 12:7

“Não terás dois pesos na tua bolsa, um grande e um pequeno. Não terás duas medidas em tua casa, uma grande uma pequena. Terás somente pesos exatos e justos, e medidas exatas e justas, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Pois o Senhor teu Deus abomina todo aquele que pratica tal injustiça”. Deuteronômio 25:13-16

“Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer”. Provérbios 11:1

“O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa”. Provérbios 16:11

“Poderei eu inocentar balanças falsas, com um saco de pesos enganosos?” Miquéias 6:11

“Não cometereis injustiça nos julgamentos, nas medidas de comprimento, de peso ou de capacidade. Balanças justas, pesos justos, efa justo, e justo him tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito.” Levítico 19:35-36.

Imagine se nossos políticos tivessem a Bíblia como livro de cabeceira, em vez de "O Príncipe" de Maquiavel. Veriam que a corrupção não compensa. 

Autor: Hermes Fernandes
Fonte: [ Blog do autor ]

terça-feira, 14 de abril de 2015

VOCÊ ESTÁ CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?



Por Hernandes Dias Lopes

O apóstolo Paulo, preso em Roma, escreve sua carta à igreja de Éfeso, capital da Ásia Menor, e ordena: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Jesus morreu, ressuscitou e subiu ao céu. Então, o Espírito Santo, o outro Consolador, desceu e desceu para ficar para sempre conosco. Sem a obra do Espírito Santo jamais haveria um só convertido na terra, pois é ele quem aplica a obra da redenção. Concordo com Charles H. Spurgeon, quando disse que é mais fácil acreditar que um leão tornar-se-á vegetariano do que acreditar que uma pessoa só possa ser salva sem a obra do Espírito Santo. Todo crente é regenerado, habitado e selado com o Espírito Santo, mas nem todo crente está cheio do Espírito Santo. Uma coisa é ter o Espírito Santo; outra coisa é o Espírito Santo nos ter. Uma coisa é ter o Espírito Santo presente; outra coisa é ter o Espírito presidente. O texto em apreço nos ensina quatro verdades.

Em primeiro lugar, a plenitude do Espírito é uma ordem expressa de Deus. Há duas ordens no texto. Uma negativa e outra positiva. A negativa é não se embriagar com vinho; a positiva é ser cheio do Espírito Santo. Assim como a embriaguez é um pecado; também o é a ausência da plenitude do Espírito Santo. Se a embriaguez produz vergonha e dissolução, a plenitude do Espírito Santo desemboca em comunhão, adoração, gratidão e serviço.

Em segundo lugar, a plenitude do Espírito é uma exigência a todos os crentes. O ordem para ser cheio do Espírito é endereçada a todos e não apenas a alguns crentes. Os líderes, os anciãos, os adultos, os jovens, as crianças, os ricos, os pobres, os doutores, os analfabetos, todos os salvos, sem exceção, devem ser cheios do Espírito Santo. A plenitude do Espírito não deve ser uma exceção na igreja; é a norma para todos os crentes.

Em terceiro lugar, a plenitude do Espírito Santo é uma experiência que deve ser repetida continuamente. Não se trata de um acontecimento único e irrepetível como é o batismo pelo Espírito no corpo de Cristo. A plenitude de ontem não serve para hoje, assim como a vitória do passado não garante vitória no presente. Todo dia é dia de ser cheio do Espírito Santo. Todo dia é tempo de andar com Deus e experimentar o extraordinário de Deus. As melhores experiências do passado podem ser medidas mínimas do que Deus pode fazer em nossa vida no futuro.

Em quarto lugar, não podemos produzir a plenitude do Espírito, podemos apenas nos esvaziar para sermos cheios. A plenitude do Espírito Santo não é uma realidade produzida por nós. Não administramos essa experiência. Ela vem do alto, de cima, do céu. Devemos ser como vasos vazios, puros e disponíveis para o Espírito Santo nos encher. Não há limitação no Espírito Santo. Podemos ser cheios a ponto de sermos tomados de toda a plenitude de Deus. Você está cheio do Espírito Santo?

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Graças a Deus pelo neo-ateísmo .

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Por Alister McGrath


"Já era tempo de se livrar do lixo em nossos sótãos intelectual e cultural. A crença em Deus não passava de uma curiosa e obsoleta relíquia."

A sensação de novidade do neo-ateísmo garante sua repercussão na mídia. É claro que praticamente todos seus argumentos são requentados e reciclados. A novidade em si tem mais a ver com seu imenso prazer em ridicularizar a religião e seus respectivos crentes. Um tabu cultural foi quebrado.

Antigas formas de ateísmo, que apelavam para argumentos baseados em evidências e insistiam no respeito pela crença religiosa, foram colocados de lado. Conforme observa o blogger ateu P. Z. Meyers, “a velha escola do ateísmo é muito, muito chata”. Para Myers, quanto mais ultrajante for a mensagem, melhor. Só assim ela será percebida.

É fácil perceber porque a “velha escola” ateísta está preocupada. Os slogans marotos e informais do neo-ateísmo simplesmente dissimulam seu déficit de evidências e raciocínio. Mais cedo ou mais tarde, alguém perceberá que esses slogans simplistas não batem com a realidade. E eles estão certos em ficar apreensivos.

A conversa agora avançou para além da elaboração de slogans. A conversa fiada acabou, abrindo caminho para um olhar crítico aos argumentos e evidências. E é aí que as coisas começaram a ficar interessantes novamente.

Se o neo-ateísmo quisesse organizar um debate, certamente conseguiria. De repente, todo mundo ficou interessado em falar sobre Deus. Na Grã-Bretanha, a influente revista Economist, que já foi “tão confiante no falecimento do Todo-Poderoso que nós publicamos Seu obituário em nossa edição do milênio”, viu-se inconvenientemente obrigada a publicar uma correção em 2007.

A religião estava proeminentemente de volta à vida e às discussões públicas. Dois jornalistas da mesma Economist acabaram publicando um bestseller em 2009 batizado de (adivinha?) “Deus está de volta: Como o renascimento da fé está mudando o mundo”.

Tanto eu como muitos outros demos as boas-vindas a este debate. O neo-ateísmo levantou questões de fundamental importância, tais como a racionalidade da fé, a relação entre religião e ciência, as possíveis ligações entre fé e violência e o papel da religião na sociedade ocidental. Eles iniciaram uma fascinante conversa. E é uma conversa que ainda tem um longo caminho a percorrer.

Onde alguns acreditavam que os intitulados “Quatro Cavaleiros do Apocalipse” [foto] finalmente colocariam uma pedra sobre a questão Divina, o oposto na verdade parece ter acontecido. O interesse cultural em Deus e na religião ressurgiu e as discussões não estão levando às conclusões que o neo-ateísmo tinha em mente. É um clássico exemplo da lei das consequências não pretendidas. E há um bocado de coisas que ainda precisam ser ditas.

Permitam-me então começar agradecendo a Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e Christopher Hitchens por provocar este novo interesse cultural em Deus e na religião. Suas campanhas de alto impacto contra a fé reabriram tanto a curiosidade como a discussão sobre as grandes questões da vida. Encanta-me tê-los visto fazer isso.

Não tenho tanta certeza de que eles serão felizes com o resultado. Em vez de pôr fim ao debate, eles o iniciaram. Nunca foi tão fácil falar a respeito de Deus ou encontrar um público interessado por questões como crença, sentido e significância última.

Isto me lembra dos ferozes ataques de T. S. Eliot contra o trabalho do poeta do século XVII, John Milton, na década de 1930. Ele criticou duramente o estilo de Milton em “Paraíso Perdido”, ponto após ponto. O status de Eliot como poeta e crítico assegurava que suas opiniões fossem recebidas e que circulassem na mídia e entre os formadores de opinião. Milton foi tachado por muitos na mídia como antiquado e obsceno.

Curiosamente – e, ao que parece, um tanto involuntariamente – a força das diatribes de Eliot criaram um novo interesse em Milton. Charles Williams iniciou seu prefácio à edição de poemas de Milton “World Classics” com a observação: “Nós fomos felizes o bastante por viver em uma época em que a reputação de John Milton tem sido seriamente atacada”.

Williams agradeceu a Eliot por colocar o debate em curso. Mas ele não tinha dúvida a respeito dos resultados deste debate. O novo interesse em Milton estava levando todos a lê-lo novamente. E os veredictos de Eliot pareciam agora sem ligação com a realidade. Os alicerces para a reconstrução da honra de Milton no pós-guerra foram lançados – curiosamente, por seu maior crítico.

É difícil ignorar o paralelo com o neo-ateísmo. O interesse cultural na questão Divina aumentou grandemente. O papel da religião na sociedade tornou-se um tema extremamente relevante. Tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, há novamente um enorme interesse no papel de organizações religiosas (sigla FBO, em inglês) quanto à promoção do bem-estar e coesão social.

Não é de admirar que tantos escritores religiosos – inclusive eu – comecem suas palestras falando do ressurgimento do interesse em Deus agradecendo a Richard Dawkins por levantar um novo interesse nessas questões. Eles deram início à conversa. Mas esta conversa se moveu em outras direções.

Interessantemente, algumas das mais pungentes críticas ao neo-ateísmo vêm de escritores seculares, alarmados com a estridência e o evidente exagero de suas declarações, bem como a tendência de ridicularizar ao invés de argumentos baseados em evidências.

Em 2009, o ateu Julian Baggini, autor do excelente “A Very Short Introduction to Atheism” (“Uma breve introdução ao Ateísmo”), publicou um artigo em uma revista humanista norueguesa intitulado “O movimento do neo-ateísmo é destrutivo”. Baggini compôs duas fundamentais críticas ao neo-ateísmo e propôs um retorno às abordagens profundas e esclarecidas que costumavam ser típicas do ateísmo anterior a Dawkins e Hitchens.

Em primeiro lugar, o neo-ateísmo caracteriza-se pelos seus ataques à religião e não considera os aspectos positivos dela. Baggini percebeu esta desencorajadora tendência em particular nas afirmações de Dawkins onde “há um caminho lógico na fé religiosa que leva a más ações”.

Para Baggini, isto tão somente reforça o mito de que “um ateu sem um sacerdote para bater é como um peixe sem água”. De fato, ele argumenta, é pior que isso: simplesmente confirma a suspeita de que muitos ateus “precisam de um inimigo que lhes dê sua identidade”.

Em segundo lugar, o neo-ateísmo chama para si o monopólio da razão de forma arrogante. “Com sua conversa de ‘encantos’ e ‘delírios’ ele dá a impressão de que apenas pela estupidez ou um enorme desinteresse pela razão alguém poderia ser algo além de um ateu”.

Baggini argumenta que é essencial conhecer os limites da razão, bem como aceitar que razão e evidências não são estranhos à crença religiosa. A indelicada definição de fé de Dawkins como uma “fuga” ou um “pretexto para evadir-se da necessidade de pensar e avaliar as evidências” é simplesmente “arrogante e atribui à razão um poder que ela não tem”. Não seria o caso de os neo-ateus serem um pouco mais céticos a respeito da razão e reconhecer a obviedade de seus limites?

Talvez um dois mais involuntários debates provocados pelos neo-ateus está tomando corpo dentro dos círculos ateístas e secularistas sobre os futuros rumos do movimento. Coberturas da mídia falam abertamente em uma “cisão” entre os círculos ateístas e secularistas desde o fim de 2009.

Paul Kurtz, por exemplo, proeminente humanista secular, protestou contra esta nova “fase agressiva e militante” na história do ateísmo, na esperança de que ele fracassasse antes de causar danos permanentes ao movimento.

Não há dúvida, portanto, de que um grande debate está em curso. O “neo-ateísmo” disparou uma discussão dentro das igrejas, da sociedade e até mesmo no próprio movimento secularista, sobre o lugar da religião e da crença tanto na vida pessoal como na cultura em geral. Precisamos levar isso mais longe e mais fundo.

A discussão mudou nos cinco anos desde 2006, quando o neo-ateísmo alcançou fama. Estamos em um novo e mais interessante território agora. Slogans simples – tais como “Deus é um delírio” ou “a religião mata” – já tiveram sua vez. É hora de uma discussão séria sobre as questões.

No próximo texto desta série sobre as questões levantadas pelo neo-ateísmo, refletirei sobre a natureza da fé. Longe de ser algo que se limita a pessoas religiosas, vou sugerir que ela é simplesmente uma rotina e um aspecto necessário da existência humana, incluindo as ciências naturais.

O neo-ateísmo apresenta-se como um movimento sem qualquer fé ou crenças. Para citar mais um slogan maroto e superficial do neo-ateísmo: “Nossa crença não é uma crença” (Christopher Hitchens). Mas isso simplesmente não é por aí. É muito mais interessante, como espero mostrar.

***
Sobre o autor: Alister McGrath (ex-ateu) é presidente do Oxford Centre for Evangelism and Apologetics [Centro para Evangelismo e Apologética em Oxford] e professor de Teologia Histórica na Universidade de Oxford. É autor de diversos livros.

Fonte: ABC - Religion and Ethics 
Tradução: Ronaldo Berchol
Revisão: 
Jonathan Silveira
Via: Tuporém

sábado, 11 de abril de 2015

0A morte de John Bunyan


Por George Offor (1787 - 1864)


A morte de John Bunyan ocorreu em 31 de agosto de 1688, pouco mais de 300 anos atrás [data quando o autor escreveu este texto]. Bunyan nasceu em Elstow perto de Bedford em 1628. Ele foi convertido sob a poderosa obra do Espírito de Deus em 1650. Ele foi pastor em Bedford por 16 anos, morreu em Holborn e foi sepultado em Bunhill Fields. O seguinte relato de sua morte é por George Offor, escrito em suas memórias de 1862:

O tempo se aproximava, quando, no meio de sua utilidade, e sem aviso prévio, ele estava prestes ser convocado para seu descanso eterno. Ele havia sido seriamente atacado com uma pestilência perigosa, que em anos anteriores, devastou este país, chamado de doença do suor, uma doença tão misteriosa e fatal como a cólera tem sido nos últimos tempos. A doença contou com grande prostração de força, mas, sob a gestão cuidadosa de sua esposa carinhosa, sua saúde tornou-se suficientemente restabelecida para capacitá-lo a realizar uma obra de misericórdia, a partir do cumprimento de que, como um abençoado perto de seu incessante trabalho terreno, ele estava prestes a subir para junto seu Pai e seu Deus, para ser coroado com a imortalidade. 

Um pai tinha sido gravemente ofendido pelo  filho, e ameaçou deserdá-lo. Para evitar a dupla maldade de um pai morrendo de raiva de seu filho, e a grave consequência ao filho de ser cortado de seu patrimônio, Bunyan se aventurou novamente, em seu estado fraco, pelo seu trabalho habitual, para ganhar as bênçãos do pacificador. Ele fez uma viagem a cavalo para Reading, sendo o único modo de viajar naquela época, e foi recompensado com o sucesso. Voltando para casa por meio de Londres para dar a notícia gratificante, ele foi ultrapassado pelo excesso de chuvas, e, em um estado de esgotamento, ele encontrou refúgio agradável na casa de seu amigo Christian Sr. Strudwick, e foi lá apanhado com uma febre fatal. Sua bem-amada esposa, que tão poderosamente pediu sua liberdade aos juízes, e com quem ele estava unido havia 30 anos, percorreu uma grande distância para ir até ele. De Bedford até Londres foram dois dias de viagem.

Provavelmente, no início, seus amigos tinham esperanças de sua recuperação rápida, mas quando veio o golpe, todos os seus sentimentos e os de seus amigos, parecem ter sido absorvidos pelas bênçãos antecipadas de imortalidade, a tal ponto, que nenhum registro é deixado para saber se sua esposa, ou qualquer um dos seus filhos, viu-o atravessar o rio da morte. Há testemunho abundante de sua fé e paciência, e que a presença de Deus estava eminentemente com ele.

Ele suportou seus sofrimentos com toda a paciência e coragem que se poderia esperar de um homem assim. Sua renúncia foi mais exemplar, suas expressões eram apenas "um desejo de partir, para ser dissolvido, para estar com Cristo". Seus sofrimentos foram curtos, sendo limitados a 10 dias. Ele teve um quadro de Espírito Santo, desejando que seus amigos orassem com ele, e unia-se fervorosamente com eles no exercício. Suas últimas palavras, enquanto lutava com a morte, foram:
"Não chores por mim, mas por si mesmos. Eu vou para o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sem dúvida, através da mediação de seu bendito Filho, me receberá, apesar de eu ser um pecador, onde espero que dentro em breve me  reunirá, para cantar a nova canção, e permanecer eternamente feliz, num mundo sem fim. Amém". 

Sentia-se o sólido chão sob seus pés na passagem do rio preto que não tem ponte, e seguiu a sua peregrinação rumo à cidade celestial, em agosto de 1688, no sexagésimo ano de sua idade. As circunstâncias de sua morte pacífica são bem comparadas pelo Dr. Cheever à experiência do Sr. Standfast, quando ele foi chamado para passar o rio: a grande calma, o pé firme, dirigindo-se aos espectadores, até que seu semblante mudou, o seu forte homem curvou-se debaixo dele, e suas últimas palavras foram: "Leve-me, porque eu vou para ti." Em seguida, a alegria entre os anjos enquanto eles saudaram o herói dessas lutas espirituais, e conduziu sua alma errante para a Nova Jerusalém, que ele tão bem descreveu como "a cidade santa", e, em seguida, sua admiração e espanto ao descobrir quão infinitamente sua curta descrição veio à tornar-se bem-aventurada realidade.

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Fonte: Puritans Sermons - Reproduzido com permissão da Banner of Truth - Revista Edição 299-300, agosto-setembro 1998.
Tradução: César Augustos Vargas Américo
Divulgação: Bereianos

*Leia também o excelente artigo sobre a biografia de John Bunyan: "O sofrimento em John Bunyan", altamente recomendável!

RENÊ TERRA NOVA CONSAGRA SUA MÃE COMO APÓSTOLA MATRIARCA DO ÚTERO PROFÉTICO

Renê Terra Nova intitula sua mãe como apóstola matriarca do útero profético. Líderes cristãos repudiam ato e chamam de "atrocidade".
Por Tiago Chagas

O apóstolo Renê Terra Nova publicou recentemente uma imagem de sua mãe, Guiomar Terra Nova, em seu perfil no Instagram anunciando que ela seria “reconhecida apóstola matriarca”, por ser “a mulher do útero profético apostólico”.

No meio cristão, entretanto, a iniciativa do líder do Ministério Internacional da Restauração (MIR) não foi bem recebida. Lideranças cristãs e blogueiros noticiaram o fato com severas críticas a Renê Terra Nova.

A blogueira Rô Moreira repudiou a atitude, e fez uma comparação com Maria, a virgem que deu à luz Jesus: “É pra acabá de vez rs Essa é de arrancar sabiá do tôco. Rene Terra Nova, o vice-deus das ovelhas apostólicas, consagra a própria mãe a Apóstola-Matriarca por ter, pasmem, útero profético. A cada dia me espanto mais com o que leio e assisto nesta minha vida de crente evangélica. Nem Maria mãe de Jesus teve o útero tão colocado em tamanha em santidade. ‘E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam’. Lucas 11:27-28”.

Já o pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança, não foi tão bem humorado em sua análise da questão, e lamentou a existência do que classificou como “equívocos” de Renê Terra Nova.

“Sinto-me mal em denunciar os equívocos, erros, desvios teológicos e heresias nesse espaço. Muitas vezes o faço com lágrimas nos olhos e com o coração angustiado, no entanto, em virtude dos milhares que me leem sou obrigado a publicar os erros doutrinários de pastores e apóstolos a fim de atenuar os malefícios proporcionados por doutrinas repletas de heresias”, escreveu Vargens. “Infelizmente o ‘patriarca apostólico’ Renê Terra Nova, cometeu mais uma atrocidade. Depois de ser ungido embaixador apostólico, Renê reconheceu sua mãe como matriarca apostólica cujo útero foi profético”, complementou.

Segundo o pastor Vargens, o anúncio do reconhecimento de Guiomar Terra Nova como “mulher do útero profético apostólico” é lamentável e sinal de distorção do Evangelho: “Queridos, o que falar diante disso? Estou chocado, triste e preocupado com os rumos de parte da Igreja de Cristo. Confesso que me inquieta saber que a Igreja de Jesus abandonou as Escrituras em detrimento a achismos, experiências místicas e invencionices teológicas”, constatou, em tom de lamento.

Renato Vargens diz que a opção que resta aos cristãos, neste caso, é orar pelo líder do MIR: “É tempo de chorar pela igreja, dobrar os joelhos e pedir perdão a Deus por tantas doutrinas equivocadas […] Estou triste e abatido com tudo que tenho lido, visto e ouvido em nosso país. Que Deus tenha misericórdia do Terra Nova, e que pela graça do Senhor este venha a se arrepender de seus pecados, heresias e distorções teológicas. Talvez assim haja esperança para ele”.

Veja a imagem publicada pelo apóstolo Renê Terra Nova:


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SILAS MALAFAIA E JEAN WYLYS EM DEBATE NA REDE GLOBO




O apresentador Pedro Bial convidou o deputado federal Jean Wyllys, o apresentador Jô Soares e o pastor Silas Malafaia para participar de um debate na nova temporada do programa Na Moral, da Rede Globo. O programa debaterá temas ligados à família e será gravado no próximo dia 18.
Não é a primeira vez que Malafaia participa do programa. Em 2013 o pastor evangélico esteve no programa falando sobre assuntos polêmicos e a emissora registrou um recorde de audiência.
Pelo seu perfil polêmico sempre que aparece em um programa da TV aberta o pastor garante o sucesso da audiência. O líder evangélico já esteve no programa “De Frente com Gabi”, do SBT, que marcou recorde de audiência e no “Programa do Ratinho” que também foi sucesso.
O ex-BBB Jean Wyllys tornou-se um dos principais opositores aos projetos cristãos na Câmara dos Deputados. Em janeiro, ao comentar os crimes contra homossexuais, o parlamentar chegou a dizer que os agressores recitam trechos da Bíblia enquanto espancam e matam as vítimas.
Wyllys também é considerado por muitos como o deputado que mais trabalha para desconstruir a imagem tradicional da família e propôs, entre outros projetos, legalizar a prostituição no Brasil e obrigar os pais a consentir com a mudança de sexo em crianças pelo SUS.

Já o apresentador Jô Soares tem um perfil liberal e comanda um dos programas com maior audiência na emissora. Jô já entrevistou diversas personalidades evangélicas e recentemente atacou o pastor evangélico Marco Feliciano.

Estatuto da Família

O assunto que será tema do debate ganhou força com a apresentação de um projeto apresentado na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) que reconhece como família núcleos sociais formados a partir da união entre um homem e uma mulher.

Uma enquete promovida pelo site da Câmara dos Deputados atraiu mais de 5 milhões de internautas desde fevereiro de 2014 questionando se as pessoas concordam com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher.

LÍDER RELIGIOSO DIZ QUE HOMENS FAMINTOS TÊM DIREITO DE COMER ESPOSAS


PARE, LEIA E PENSE!

Homens na Arábia Saudita têm direito a "comer as esposas se eles estiverem de situação de fome extrema". Esta foi a decisão de um controvertido líder islâmico do país do Oriente Médio. 

De acordo com o "Daily Mirror", o xeque Abdul Aziz al-Sheikh emitiu uma fatwa (pronunciamento legal emitido por um especialista em lei religiosa islâmica, sobre um assunto específico) garantindo o direito aos sauditas que se encontrem sob risco de morte pela falta de alimento. Segundo ele, a decisão representa "o sacrifício das mulheres e a obediência aos maridos". 


"A fatwa é interpretada como prova do sacrifício das mulheres, a obediência delas ao marido e o desejo de dois se tornarem um", afirmou uma nota atribuída ao xeque, que já defendeu publicamente a destruição de igrejas.

Mulheres têm direitos civis bastante limitados no Arábia Saudita. Entre outros vetos, elas não podem abrir conta bancária sem autorização do marido e não têm permissão para dirigir.
Apesar de campanhas contrárias, autoridades mantêm a proibição de mulheres ao volante e dizem que "punirão com rigor as regras contra os que contribuem para a violação da coesão social". 

Os opositores da proibição alegam que não há qualquer impedimento nos textos sagrados do islamismo. A Arábia Saudita é o único país do mundo onde as mulheres, oficialmente, não têm o direito de dirigir. Se infrigem, elas são presas e o carro é confiscado.


Deus está encaixotado?

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Por Thiago Oliveira


Não me recordo do que era a propaganda, só sei que dizia: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. Vi, numa fonte não muito confiável, que essa frase usada numa obra publicitária era do Albert Einstein. É uma boa frase e faz sentido. Todavia, se a isolarmos, podemos concluir erroneamente que as respostas não são importantes. E elas são. Toda interrogação que se levanta anseia por uma exclamação. Logicamente, nem sempre as encontrará, mas está em busca. Afinal, quem estaria disposto a dar uma vida por uma interrogação sabendo que nunca encontraria uma resposta? A humanidade anseia por respostas, e elas têm valor semelhante ao das perguntas.

Esse texto surge para contrapor uma ideia que vem sendo propagada na teologia e, através da internet, ganha adeptos nas fileiras das igrejas. Nomes como os de Caio Fábio e Ricardo Gondim[1] ventilam a ideia de que questionar é bem mais válido do que afirmar. Para esses e outros nomes da “teologia do livre pensamento”, termos ou expressões, tais como: soberania divina, inerrância bíblica, ortodoxia, apologética, dogmática e etc., não fazem mais sentido e poderiam até mesmo ser abolidos, pois – como afirmam – não é possível limitar Deus dentro de um sistema teológico. Há uma frase que gostam muito de usar: “Deus não cabe dentro de uma caixa”. Mas, será esse o xis da questão?

Antes de abordar o assunto da caixa, gostaria de voltar ao assunto Interrogação X Exclamação. Pois, precisamos desmistificar a superioridade das perguntas em detrimento das respostas. Rubem Alves, falecido recentemente, homem que largou o ministério (era pastor presbiteriano) e costumava vilipendiar a fé protestante, é um dos maiores nomes dessa teologia que despreza proposições. Para ele, os teólogos são como um galo que se vangloriava por achar que o sol dependia do seu canto para nascer. Alves gostava de fazer uso de analogia com aves. Costumava dizer que não era preso em gaiolas douradas[2], e por isso, decidiu voar mais alto, por cima dos dogmas e da religião institucionalizada. Muitos de seus admiradores querem voar também, e para isso, livram-se de todo corpo doutrinário que se baseia em sentenças afirmativas.

Mas, o Evangelho embora tenha muito espaço para o questionamento e, seja tolerante para com as dúvidas (Jd 22 diz: tenham compaixão daqueles que duvidam), é uma mensagem que reclama para si o exclusivismo da verdade. E se existe apenas uma verdade, logo todo o restante é mentira. Se o Evangelho é verdadeiro, e só ele o é, logo, todos os demais credos são enganosos, por mais que os seus adeptos sejam sinceros em sua maneira de crer, eles estão crendo numa inverdade. Se isso nos incomoda no cristianismo, deve nos incomodar o fato de Cristo ter feito diversas afirmações dogmáticas acerca do céu e do inferno. Toda vez que Jesus dizia, o “Reino dos Céus é semelhante a...” e toda vez que ele referiu-se a si mesmo como o “Eu sou”, estava sendo dogmático e dando respostas aos questionamentos de seus discípulos e/ou seus adversários.[3] De igual modo, os apóstolos, como podemos ver nas epístolas que compõem o Novo Testamento, falam de maneira proposicional e são bem taxativos. Então, se você considera o dogma uma gaiola e quer voar não sei para onde, saiba que eu prefiro ficar numa gaiola com o ensino de Cristo e dos apóstolos do que experimentar de uma liberdade que me leva para longe de seus princípios. Pois, as suas palavras, são palavras de vida eterna (Jo 6.68).

Daí a gente retoma a questão da caixa. Como dito anteriormente, os teólogos liberais dizem que Deus não pode ser encaixotado. Mas eu gostaria de fazer outra pergunta: E se Deus decidiu se encaixotar? Absurdo! Impossível! Talvez não, e eu explico.

Há dois termos teológicos usados sobre a divindade, são eles: transcendência e imanência. O primeiro discorre sobre o caráter intangível do ser divino, que está muito aquém da nossa total compreensão. Precisamos ser honestos, não sabemos tudo acerca de Deus. Há muitas coisas que não conseguimos entender. Mas, como cristão apenas temos fé. Por exemplo: Trindade. Há diversas explicações sobre ela. Tertuliano sentenciou: “três pessoas, uma substância” de modo que Deus é único, mas Ele é três pessoas. Isso está muito além de nosso intelecto. Apenas cremos e devemos crer. O segundo termo, imanência, refere-se à forma como esse Deus transcendente se relaciona com os homens, um relacionamento revelacional. Deus se revela e intervém na história humana. Imanência é isso. E como Ele se revela?

Existe uma dupla revelação: a Geral (Natureza) e a Especial (o Filho e as Escrituras). Deus se revela através das obras de Suas mãos e através da Palavra. Esta segunda, mais específica, se deu de maneira processual. Tomemos por exemplo, o Tabernáculo e a Arca da Aliança. Neles, habitava a presença e a glória de Deus. Mas sabemos que os objetos não continham Deus. Todavia, quando a Sua glória enchia o lugar Santíssimo, não há dúvidas de que Ele estava presente naquele recinto. Deus é bem maior que o santuário e bem maior que a Arca. Mas, Ele se revelou através deles e também se fez sentir presente entre a congregação de Israel. E nessa revelação processual o ápice é o Cristo na forma humana. Ele era totalmente divino, mesmo quando um bebezinho carregado por Maria de um lado para outro. Podemos limitar a grandeza divina a um corpo de uma criança? Não! Mas, quis Deus se revelar assim ao mundo, esvaziando a si mesmo para habitar entre nós (ver Fl 2.5-11), não deixando de ser Deus. Aonde quero chegar com isso?

Quero chegar até à Bíblia e até as informações que ela nos fornece sobre o Divino. Obviamente o SENHOR é bem maior, no entanto, quis Ele deixar este conhecimento fixo, que não pode sofrer acréscimos, para que os homens tivessem noção de quem Ele é, e de tabela descobrissem também algo sobre si, ou seja, que são pecadores que se encontram sobre a Ira divina, necessitados da graça para obter o perdão de seus pecados, e consequentemente a salvação. Aprouve ao Soberano deixar-nos um livro sagrado que nos conte aquilo que precisamos saber. A Bíblia não nos fornece todas as informações sobre Deus. Mas, ela nos dá as informações que são necessárias. Se quiserem tratar as Escrituras, isto é, o seu conteúdo, como uma caixa, que seja, Deus quis se encaixotar e se encaixotou.

Para concluir, direciono esse texto a você que está deslumbrado com essa teologia das interrogações. Já diz a máxima: “sem um caminho a seguir, qualquer caminho serve”. Esta frase é dita pelo gato, da obra “Alice no País das Maravilhas”. Portanto, cuidado com esse perguntado sem fim que não leva a lugar (resposta) algum. Se você é nascido nos anos de 1980, como eu, deve lembrar-se do desenho animado “Caverna do Dragão”. Nele, as crianças perdidas num mundo paralelo queriam saber o caminho de volta para casa. O Mestre dos Magos, um guia sábio e eloquente, nunca lhes dava uma resposta direta (dogmática), e com isso, os garotos nunca encontravam a passagem de volta ao lar. Pense nisso!

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Notas:
[1] Citando apenas dois nomes nacionais e excluindo nomes norte-americanos do movimento “Igreja Emergente” tais como o Rob Bell.
[2] Esta ideia do Rubem Alves está no livro Religião e Repressão, antes chamado Protestantismo e Repressão, da Editora Loyola.                             
[3] Exemplos: Em João 14.6 é uma declaração exclusivista. Jesus é o único caminho para o Pai. E em João 3.18 a ênfase é na condenação de quem não crê nele.

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Divulgação: Bereianos
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