domingo, 31 de agosto de 2014

Os Perigos do Sectarismo Religioso

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Por Thomas Magnum


O Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns se desviarão da fé e darão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, sob a influência da hipocrisia de homens mentirosos, que têm a consciência insensível.” I Tm 4.1,2.

A admoestação do Apóstolo Paulo ainda é pertinente para nossos dias, é de considerável urgência uma reflexão séria e bíblica sobre o sectarismo religioso.

Introdução

Sectário - Pertencente ou relativo a seita. sm 1 - Membro ou aderente de uma seita religiosa. 2 - Pessoa que segue outra no seu modo de pensar, ou lhe obedece cegamente; partidário, sequaz. 3 - Membro de um partido, que o segue e defende com facciosismo. 4 - Partidário apaixonado, intransigente, faccioso.[1]

Diante de tal definição, compreendemos como sectarismo a atitude decorrente de um indivíduo ou grupo sectário.

Entendemos como seita, um grupo dissidente e divergente do que comumente se prega em doutrinas religiosas ou filosóficas. Diante de tal realidade, a multiplicação de pensamentos religiosos, decorrentes do cristianismo ortodoxo, iremos abordar os efeitos maléficos de grupos separatistas que saíram da igreja cristã por conta de heresias.

Deve ficar claro que não estamos tratando aqui de denominações evangélicas que tem comunhão nos pontos centrais do cristianismo, como: A trindade de Deus, A divindade de Cristo, A divindade e pessoalidade do Espírito Santo, na inspiração, inerrância e suficiência das Escrituras, na segunda vinda de Cristo.

O Impacto Sociológico

Ao observarmos a aderência e a permanência de pessoas em grupos sectários, é notório o fator de isolamento. Quando o individuo é levado a “fé” no que o grupo ensina, ele é doutrinado a crer que somente seu grupo está correto e que os ensinos ali passados são realmente o que Deus quer para seu povo. Ligado a isso, vem à questão afetiva dentro do grupo, o adepto é agora inserido em um novo contexto social que realmente existe "amor", inexistente em outas religiões. Então, o próximo passo ao doutrinamento do novato é o afeto. Um terceiro ponto que podemos observar no sectarismo de tais grupos é o legalismo. A obediência cega aos líderes é fundamental para o "desenvolvimento" espiritual do fiel. Nessa submissão, incluímos a proibição ou recomendação, como dizem eles, de lerem algo que esteja fora dos ensinos da organização religiosa pertencente. Geralmente, isso inclui até a Bíblia, alegando a velha falácia romana de que somente os sacerdotes podem interpretar os ensinos sagrados ao povo. O que tais grupos sabem da Bíblia são versículos soltos, que aprenderam em treinamentos internos para evangelizarem os "pagãos". Ocarisma é outro fator que devemos destacar do ponto de vista social das seitas. Tais grupos possuem liderança carismática; com isso falamos de retenção de poder profético e gigantismo espiritual, através de gurus que se camuflam com nomenclaturas cristãs como: Profetas, Apóstolos, Bispos, Patriarcas e uma quantidade imensurável de títulos.

O Efeito Camaleão

As seitas tem efeitos camaleônicos e se infiltram entre os verdadeiros cristãos. Dr. Walter Martin, certa vez, relatou a presença de Testemunhas de Jeová nas cruzadas de Billy Graham, para enlaçarem os convertidos no evento e levarem para os Salões do Reino.[2] Outros exemplos claros são grupos musicais de seitas heréticas, que arrebatam muitos evangélicos com propósitos proselitistas, como grupos e cantores adventistas e o grupo Voz da Verdade que é unicista. Diante de tudo isso, vemos o crescimento de grupos sectários e a multiplicação de heresias dentro dos arraiais evangélicos, por três motivos básicos:

          • Imaturidade Espiritual
          • Subversão Espiritual
          • Soberba Intelectual

As ideias sectárias atingem mais as personalidades sugestionáveis, instáveis, sem fundamento doutrinário e sem sentido crítico. A seita é como um ramo que se desprendeu da árvore; originou-se como um protesto que considerava errado na igreja mãe. Para as seitas as igrejas perderam o sentido autêntico e o conhecimento verdadeiro das Escrituras.[3]

O Aspecto Doutrinário

Podemos identificar alguns aspectos doutrinários em grupos sectários:

          • Afirmam uma nova revelação dada por Deus
          • Reivindicam poder espiritual
          • Pregam a apostasia da igreja cristã
          • São proselitistas
          • Rejeitam as principais doutrinas da fé cristã histórica

Esses são apenas alguns pontos listados aqui, podemos apontar também os aspetos antropológicos.

Aspectos Antropológicos

O grupo exerce domínio sobre a mente do indivíduo, seus líderes pensam por ele, dirigem sua vida. Se o adepto resolver abandonar o grupo, ele corre o risco de perder amigos, família, ou seja, perde sua vida social. Esse é o fator mais traumatizante para quem abandona um grupo herético. São conhecidos vários fatos de pessoas que foram ameaçadas e torturadas psicologicamente em tais grupos, que infelizmente não estão distantes de nós, inclusive em igrejas que professam serem evangélicas, reivindicam exclusividade de salvação e se orgulham exageradamente do nome de sua denominação. Pessoas que são oprimidas por costumes legalistas e que não tem respaldo nenhum nas Escrituras, mas, são fruto de delírios de homens, como disse Paulo: 

Sabe, porém, que nos últimos dias haverá tempos difíceis; pois os homens amarão a si mesmos, serão gananciosos, arrogantes, presunçosos, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, incapazes de perdoar, caluniadores, descontrolados, cruéis, inimigos do bem, traidores, inconsequentes, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, com aparência de religiosidade, mas rejeitando-lhe o poder. Afasta-te também desses. Porque entre eles estão os que se intrometem pelas casas e conquistam mulheres tolas carregadas de pecados, dominadas por várias paixões; que estão sempre aprendendo, mas nunca podem chegar ao pleno conhecimento da verdade. E à semelhança de Janes e Jambres, que resistiram a Moisés, eles também resistem à verdade. São homens de entendimento corrompido e reprovados na fé. Mas eles não irão adiante, pois sua insensatez será revelada a todos, assim como aconteceu com aqueles.” 2Tm 3.1-9.

Conclusão

Além de todos os danos listados aqui, não poderíamos deixar de incluir os psicológicos e espirituais. Existem pessoas que saíram de seitas ou de grupos neopentecostais que, mesmo depois de anos, sofrem os efeitos maléficos de tais mestres da mentira. Pessoas que tiveram suas personalidades assaltadas e suas vidas emocionais destruídas, seus afetos destroçados e suas mentes controladas. Muitas vezes, o motivo do avanço das heresias é o comodismo e descompromisso de igrejas cristãs, com membros fracos ou sem nenhum ensinamento Bíblico. Portanto, precisamos voltar às Escrituras, cultos de doutrina, treinamentos Bíblicos, seminários de doutrinas, fóruns e debates sobre seitas e heresias.

Antes, reverenciai a Cristo como Senhor no coração. Estai sempre preparados para responder a todo o que vos pedir a razão da esperança que há em vós. Mas fazei isso com mansidão e temor, tendo boa consciência, para que os que caluniam o vosso bom procedimento em Cristo fiquem envergonhados naquilo de que falam mal de vós.” I Pe 3.15,16

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Notas:
[1] Dicionário Michaelis
[2] O Império das Seitas - Walter Martin
[3] Resistindo as Tempestades das Seitas – Tácito da Gama Leite 

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Divulgação: Bereianos

Evangelismo sem apelo

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Por Aaron Menikoff


Cinco anos atrás, eu preguei meu primeiro sermão como pastor da Mount Vernon Baptist Church. O ministro de música me abordou antes do culto com uma pergunta. Ele queria saber como eu faria o apelo.

Eu estava confuso. Antes daquela manhã de domingo, eu havia estado nessa igreja três vezes e nunca vi ninguém fazer apelo. Eu assumi que a igreja havia decidido há muito tempo abandonar a prática. Eu estava errado.

Na verdade, minha igreja tinha um costume histórico de fechar o culto com um apelo a vir ao altar para se unir à igreja, a entregar a vida novamente ao Senhor ou a fazer uma profissão de fé pública. Os três domingos que eu estive presente foram exceções à regra! De fato, muitos dos membros chegavam a entender que o apelo era o meio primário que a igreja usava para alcançar os perdidos. Eles viam o apelo como sinônimo de evangelismo.

Por que não fazer apelo?

Tenho certeza de que muitos que fazem apelo têm as melhores intenções. No início dos anos noventa, eu frequentei uma igreja cujo pastor terminava o culto convidando cada um na congregação a fechar os olhos e curvar as cabeças. Em seguida, ele convidava qualquer um que quisesse receber a Cristo a levantar a mão e olhar para o púlpito. Por cerca de trinta segundos o pastor observava o salão, notava as mãos levantadas e, com uma voz calma e tranquilizante, dizia: “Sim, irmão, eu vejo você. Muito bom, irmã. Amém”, etc. Creio que esse pastor queria o melhor para aqueles desejosos.

No entanto, estou convencido de que o apelo faz mais mal do que bem. A prática de conceder às pessoas imediata garantia de salvação — sem ter o trabalho de testar a credibilidade da profissão delas — parece, na melhor das hipóteses, insensata, e na pior, escandalosa. É insensata porque o pastor não é capaz de conhecer suficientemente a pessoa que ele está prestes a afirmar como cristã. É escandalosa porque substitui a porta estreita e apertada designada pelo nosso Salvador (Mc 8.34; Mt 7.14) por uma porta larga e espaçosa designada por nós. Com a melhor das intenções, aqueles que praticam o apelo deram a pessoas não salvas a falsa confiança de que elas realmente conhecem Jesus. [1]

Mas isso não é tudo. O apelo tem a tendência de colocar o foco da congregação no lugar errado. Após a Palavra ser pregada, tanto membros quanto visitantes devem examinar seus próprios corações. Todos devem dar séria atenção a como a mensagem o chama a responder. Contudo, o apelo, ironicamente, tende a produzir a resposta oposta. Em vez de autoexame, ele leva ao exame dos outros. As pessoas olham para os lados imaginando quem irá à frente. E se ninguém se move? Imagina-se que o pastor falhou? Ou pior, que Deus tirou o dia de folga?

Essas são apenas algumas razões pelas quais penso que é insensatez usar o apelo como evangelismo.

Como evangelizar sem apelo

Como um pastor que rejeita o apelo deve pensar sobre evangelismo em um culto público? Em outras palavras, como um culto marcado pelo zelo evangelístico deve se parecer? Aqui vão sete respostas pelas quais me empenho ao máximo nos cultos que dirijo:

1. Seja diligente

Seja diligente. Embora não haja nada mais importante para um pregador do que a fidelidade à verdade do evangelho, a diligência deve vir logo após. Deus usa homens cujos corações são convencidos pela tragédia do pecado e a realidade da salvação. Até que a doutrina da maravilhosa graça de Deus tenha se estabelecido no sangue do pregador, ela nunca flamejará em seus lábios.

2. Seja claro a respeito do evangelho

Seja claro a respeito do evangelho. Toda passagem da escritura é um texto do evangelho. Em todo livro de Ester, o nome de Deus nunca é mencionado, e ainda assim sua obra está em cada página. Um pastor que quer ver pecadores salvos ensinará fielmente a Bíblia, mostrando à sua congregação como a pessoa e a obra de Cristo é o assunto de cada texto.

3. Chame as pessoas ao arrependimento e à fé

Chame as pessoas ao arrependimento e a crer. Existe um lugar em cada sermão em que o pastor deve convidar os pecadores a encontrar esperança em Cristo. Tão frequentemente ouço sermões que terminam com um chamado à mordomia, um chamado ao risco, um chamado à fidelidade — mas nem sequer uma vez um chamado a Cristo. O pregador deve cuidadosa e apaixonadamente instar seus ouvintes a arrepender-se e crer nas boas novas, a submeter suas vidas ao Cristo Rei.

4. Crie espaço para conversas de acompanhamento

Crie espaço para conversas de acompanhamento. Quando eu prego o evangelho durante meus sermões, quero que os incrédulos saibam que estou ansioso para falar mais da fé que acabo de compartilhar. Assim, me disponibilizo após o culto para conversar a respeito do evangelho e suas implicações.

Outros pastores com os quais tenho conversado convidam os desejosos a uma sala especial após o culto para orar ou conversar. Spurgeon disponibilizava duas tardes de terça-feira por mês para aconselhar desejosos e recém-convertidos.[2] Como quer que você decida fazer, dê oportunidades para as pessoas conversarem mais pessoalmente a respeito do que você acaba de pregar.

5. Ofereça estudos evangelísticos

Ofereça estudos evangelísticos. Eu frequentemente aviso aos desejosos que eles estão convidados a comparecer a um estudo curto e franco que explica as bases da fé cristã. O estudo que eu uso é o Christianity Explained, um estudo de seis semanas pelo Evangelho de Marcos publicado pela Good Book Company. Cheguei à conclusão de que essa é uma introdução inestimável ao evangelho. De fato, o treinamento em como liderar esse estudo se tornou uma classe de extrema importância em minha igreja.

6. Dê muita importância aos batismos

Dê muita importância aos batismos. É claro, batismos já são muito importantes. Nós devemos reconhecer que cada batismo é uma oportunidade de mostrar à congregação que Deus está operando ao edificar sua igreja.

Em nossa igreja, nós pedimos que cada candidato ao batismo compartilhe seu testemunho com a congregação. Eu nunca exigi isso, mas ninguém nunca disse não. Esses novos cristãos são ardentes para testificar da graça de Deus, e os desejosos são levados a questionar sua própria resposta ao evangelho.

7. Ore

Finalmente, ore. Na oração pastoral e até na oração final, eu regularmente oro para que os desejosos se arrependam e creiam no evangelho. Eu oro para que eles submetam suas vidas a Cristo, vencendo quaisquer obstáculos que veem no caminho. Eu oro para que Deus se faça conhecido por atrair para si pecadores hoje mesmo.

Como você pode observar, eu não faço apelo na igreja em que sirvo, mas eu apelo todo domingo que pecadores venham a Cristo. Que desejemos ver santos em nossas congregações encorajados pelo evangelho e desejosos convencidos de sua necessidade de se arrepender e crer nas boas novas de Deus.

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Notas:
1. Para um tratado detalhado dos perigos do apelo, leia Erroll Hulse, The Great Invitation: Examining the Use of the Altar Call in Evangelism (Audoban Press, 2006) e D. Martyn Lloyd-Jones,Pregação e Pregadores (Editora Fiel, 1976), capítulo 14.
2. Arnold Dallimore, A New Biography (Banner of Truth, 1985), 80.

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Fonte: 9Marks
Tradução: Alan Cristie
Revisão: Renata do Espírito Santo
Via: Ministério Fiel | Voltemos ao Evangelho
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terça-feira, 26 de agosto de 2014

À noite, todos os gatos são pardos

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Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Confesso que no fundo de meu coração tenho medo de um dia vir a afastar-me de Deus e de Sua verdade.

Tenho medo, explico, porque vejo no fundo de meu coração uma tendência constante para afastar-me de Deus. Sinto que a tentação para a heterodoxia e para a liberação total são perigos reais que me cercam diariamente. Vejo com muita clareza que submeter-me às Escrituras e crer em Deus é um milagre na minha vida.

Vi a apostasia acontecer muito de perto ao longo da minha vida. Um famoso professor de Bíblia do Recife, que foi a pessoa que me encaminhou ao seminário, abandonou a fé cristã depois de trair a mulher e abandoná-la com nove filhos. Eu estava no primeiro ano! Três colegas meus de classe, no seminário, entre os mais brilhantes da turma, hoje nem professam mais o cristianismo. Um jovem promissor que chegou ao Evangelho por minha instrumentalidade, e que posteriormente chegou até a estudar no L’Abri, com Francis Schaeffer, renegou o cristianismo histórico. Uma conhecida minha, desde a infância, que é missionária no estrangeiro, acaba de comunicar aos pais que não é mais cristã, depois de começar a viver com um homem casado. Líderes que conheci e admirei e segui durante os primeiros anos de minha vida, não deixaram as denominações evangélicas, mas já não crêem mais naquilo que me ensinaram.

Há advertências constantes nas Escrituras contra a apostasia. Apostatar significa afastar-se da verdade de Deus revelada nas Escrituras, como resultado de uma mudança de pensamento, e levantar-se em rebelião aberta contra ela. O que leva uma pessoa a fazer tudo isso, a abandonar a fé bíblica, seguir a heterodoxia, renegar os valores morais do cristianismo e pregar a liberação total?

Não pretendo entrar aqui na delicada questão acerca da salvação do apóstata. Talvez noutro post eu tente esclarecer os motivos para acreditar que um apóstata, no sentido real da palavra, nunca foi verdadeiramente salvo. Creio na perseverança final dos santos, dos eleitos.

O que eu gostaria é de inquirir acerca dos motivos que levam uma pessoa a abandonar a fé histórica do Cristianismo, após ter pregado e defendido essa fé por muito tempo. É evidente que não poderei inquirir aqui sobre os desígnios misteriosos de Deus. A minha inquirição é apenas psicológica, espiritual e teológica.

O Novo Testamento nos dá vários motivos pelos quais as pessoas se desviam da fé. Na parábola do semeador, lemos acerca dos que creram por um tempo e depois se desviaram, por causa dos cuidados desse mundo e por causa das perseguições que começaram a experimentar por causa do Evangelho. São aqueles que não acolheram sinceramente a verdade para serem salvos. A eles, o próprio Deus envia a operação do erro e da mentira (2Ts 2.9-11). Há também os que, depois de algum tempo, passaram a dar ouvidos a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Outros, se desviaram da fé para professar uma doutrina que acharam que era mais intelectual (1Tm 6.20-21). Com mais freqüência, há os que foram levados pela cobiça, como Judas, Balaão e Demas, que amou o presente mundo. A demora, a relutância, a indolência e a negligência em romper definitivamente com o pecado e o erro são causas prováveis de apostasia, conforme o autor de Hebreus ensina em toda a sua carta. Ele avisa que a dureza de coração e a incredulidade são capazes de afastar alguém do Deus vivo (Hb 3.12-13).

Em resumo, os motivos externos são vários: amor ao dinheiro, orgulho, problemas morais não resolvidos, vaidade intelectual, falta de coragem para assumir a verdade e desejo de novidades. A raiz de tudo isso, ao meu ver, é a falta de um coração regenerado, um motivo que os autores bíblicos estão sempre prontos a admitir.

O apóstata pode permanecer muitos anos na igreja e no ministério cristão sem jamais revelar a apostasia que já aconteceu em seu coração. Outros, assumem a apostasia e rompem abertamente com a fé cristã histórica, e geralmente adotam outras doutrinas que mesmo aparecendo com cara de novas e revestidas de respeitabilidade intelectual, nada mais são que as velhas heresias teológicas e morais que a Igreja já enfrentou ao longo dos anos. Eu não me espantaria se por detrás dos grandes desvios teológicos da história encontrássemos pecados não resolvidos, orgulho, vaidade intelectual, soberba, dureza de coração e – obviamente – corações não regenerados. É claro que nunca saberemos ao certo. A história não registra essas coisas que sempre são abafadas, escondidas e quase nunca declaradas.

Até onde entendo, só há uma coisa que mantém o cristão na verdade: o temor a Deus, a humildade e um coração quebrantado. Os que verdadeiramente se humilham diante de Deus e tremem de sua Palavra, mesmo que errem em pontos secundários, que caiam eventualmente em pecados, jamais se afastarão definitivamente de Deus e da sua palavra. O verdadeiro crente não pode mais abandonar a Deus. Nem que queira. Nem que em momentos terríveis diga a Deus que nunca mais o servirá. Ele acaba voltando. O apóstata vence essa barreira. Ele consegue passar o limite. Ele consegue pular a cerca. Ele não receia o que poderá acontecer. Pois no fundo ele realmente não acredita.

A apostasia é uma realidade muito mais presente nos meios evangélicos brasileiros do que se deseja perceber. O falso conceito de tolerância, o relativismo, a falta de convicções doutrinárias, o liberalismo teológico travestido de ciência, tudo isso favorece um quadro cinza e enevoado onde os contornos do verdadeiro Cristianismo não são percebidos com clareza. À noite, todos os gatos são pardos.

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Fonte: PIPG
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Calvino, a Fé e a Confissão Positiva

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Por Thomas Magnum


É claro que minha intensão nesse artigo não é trabalhar anacronicamente com relação ao reformador genebrino e a teologia da prosperidade. Mas não podemos negar que os reformadores no século dezesseis já tinham problemas com alguns hereges que gostavam de infiltrar certos tipos de heresias no meio da igreja Deus. O exemplo disso são os que defendiam revelações extrabíblicas nos dias de Lutero, afirmando que a bíblia não era suficiente [1].

Tenho por grande apreço ler as Institutas de Calvino, por esses dias meditando no que o reformador diz sobre a fé no terceiro livro, me debrucei sobre o trecho que diz:
Pois a fé certamente não promete nem longevidade nesta vida, nem honra, nem riquezas – uma vez que o Senhor não nos quis oferecer nenhuma dessas coisas –, mas se dá por satisfeita com a certeza de que, por mais que nos faltem muitas coisas que dizem respeito ao sustento desta vida, Deus não nos há de faltar jamais [2].

A fé defendida pelos pensadores da teologia da prosperidade tem por fundamento o pensamento positivo, a confissão positiva. Esse tipo de fé ou crença fundamenta-se no próprio homem, é uma fé psicologizada, humanista, que retorna a si num ciclo vicioso. Essa crença não tem nenhuma ligação com o que a Bíblia fala sobre a fé que repousa na vontade soberana de Deus. Nossa fé não é uma coleira posta em Deus, que lhe obriga fazer tudo que pedimos, como afirma a confissão positiva. Calvino refletia na fé como um dom de Deus (Ef 2.8), como sistema de doutrinas (I Tm 4.1), como o agarrar-se em Deus (Jo 3.16). A palavra fé e suas correlatas no Antigo Testamento equivalem à confiança e é encontrada mais de cento e cinquenta vezes. O Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento nos diz:
A fé em Deus significa, para Jesus, o estar aberto às possibilidades que Deus apresenta (cf. Mc 11.22: eehete pistin theouy “tende fé em Deus”). Inclui, também, o contar com Deus, que não se contenta apenas com a coisa dada e o evento acontecido. Expressões tais como: echein pistin theou (“ter fé em Deus, Mc 11.22) e prostithenai pistin (“aumentar a fé”, Lc 17.5) mostram como foi entendido o ensinamento de Jesus a respeito da fé. Havia um tipo especial de fé em Deus, ou seja, a fé em Jesus. A antítese entre pequeno e grande (Lc 17.6; Mt 17.20) apresenta um contraste entre a atitude humana e a grandeza da promessa. O que ocorre dentro do homem é pequeno em comparação com a grandeza que vem de Deus. Mesmo assim, Jesus falava de uma fé ilimitada como quem descreve algo novo. Não edificava sobre alguma coisa já existente: Sua base era uma coisa nova. Apesar disto, Seu ensino era bem diferente do entusiasmo desenfreado, porque não se divorciava do constante esforçar-se com Deus e do conversar com Ele. Ficava dentro do círculo da confiança (heb. bittahori) e do conhecimento (dalat). Jesus Se voltava para o indivíduo, porque Seu povo, como um todo, era conclamado à decisão da fé (Lc 19.42). As declarações que se fazem acerca da fé, na tradição sinótica, sempre são qualificadas. Aqui talvez se possa perceber influências posteriores (cf. o imperativo metanoeite, “arrependei-vos”, à luz do recebimento da mensagem da salvação). Não se deve, no entanto, esquecer-se de que toda conclamação e declaração da parte de Jesus continha os elementos da fé, da confiança, do conhecimento, da decisão, da obediência e da auto-direção. Não se pode entender a pregação de Jesus à parte dos aspectos multilaterais da fé (heb. *emunah) e confiança (heb. bittahori). A fé de Jesus era dirigida para a realidade. Estava profundamente envolvida no ato do viver, e estava num plano completamente diferente de abstrações hipotéticas. [3]

Portanto a fé em Deus não é uma mágica ocultista, não é uma abstração do poder interior ou a expressão de um sentimento mitológico de poder que provem do homem. A fé repousa em Deus que é o próprio autor dela (Hb 11.1), a fé é dada ao homem (Ef 2.8), embora essa fé precise ser posta em Deus por atitude do ser criado, ela provém do próprio Deus. Então, nossa fé não depende do que temos. Nossa felicidade não é proveniente do que Deus nos deu ou não, mas é equipada e sossegada no ser de Deus. Calvino continua:
Quaisquer que sejam as misérias e calamidades que atinjam na terra aos que Deus abraçou com seu amor, estas não podem, porém, impedir que sua benevolência seja para eles felicidade plena. Por isso, quando quisermos exprimir a suma felicidade, pusemos a graça de Deus como um manancial do qual brotam para nós bens de todos os tipos [4].

Esse manancial de bênçãos para o povo eleito de Deus é sua graça benevolente e soberana. Ao contrário do que os adeptos da teologia da prosperidade afirmam, lemos o que diz Habacuque:
Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” [5].

Ainda continuamos a ler o que Calvino diz em seu comentário expositivo de Hebreus:
O Senhor prontamente e ao mesmo tempo encoraja nossa fé e subjuga nossa carne. Ele deseja que nossa fé permaneça serena e repouse como se estivesse em segurança, num sólido abrigo. Ele exercita nossa carne com várias provas a fim de que ela não se precipite na indolência [6]. 

Ao refletir sobre o repouso da fé na soberana vontade de Deus, entendemos que ele ouve nossas orações, mas, isso não é garantia que ele responderá positivamente a tudo que queremos, vide a passagem de I João:

E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.” I Jo 5.14,15

Lemos ainda no Antigo Testamento:

Tu, pois, não ores por este povo, nem levante por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei. Jeremias 7.16

Com isso, fica claro para nós que Deus é Senhor de nossas vidas, ele nos dirige os passos e nos concede graciosamente o dom da vida.

Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. Atos 17.28

A vontade de Deus é tremenda e soberana como já dissemos, desejo finalizar com o Salmo 29, que nos convoca a tributar ao Senhor glória e força, pois sua voz se ouve sobre tudo e todos. Sua vontade majestosa reina para sempre:

DAI ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade. A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas. A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade. A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo. A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades. A voz do SENHOR faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória. O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei, perpetuamente. O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com paz.

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Notas:
[1] História da Igreja Cristã, Robert H. Nichors – Ed. Cultura Cristã
[2] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino – Ed. Unesp
[3] Dicionário Internacional de Teologia do NT – Ed. Vida Nova
[4] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino – Ed. Unesp
[5] Bíblia Sagrada, Almeida RA – Habacuque 3.17-19.
[6] Comentário Expositivo de Hebreus, João Calvino – Ed. Fiel.

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Divulgação: Bereianos

sábado, 23 de agosto de 2014

Sobre Pastores que são Políticos

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Por Thiago Oliveira


Eu não vou deixar de ser embaixador da pátria celestial para ser simplesmente presidente dos Estados Unidos”.

A frase acima é de Billy Grahan, pastor e evangelista bastante popular nos EUA. Foi uma resposta para aqueles que o convidavam a ingressar na carreira política e pretendiam lança-lo à presidência da república. Convicto do seu chamado como pastor, recusou veementemente. Todavia, não deixou de ser relevante para a sociedade norte-americana, tendo acesso a Casa Branca e sendo conselheiro de vários chefes de Estado.

No Brasil, em anos de eleição vemos a candidatura de diversos pastores, que se arvoram na carreira política com o discurso de ser “luz” e mudar os rumos da nação através do exercício do seu mandato. E como existe o chavão “irmão vota em irmão”, pastor, então, sai na frente. Mas seria mesmo algo bom para um pastor e para a igreja envolver-se com a política partidária? Será que um pastor pode ser político ao mesmo tempo em que exerce o ministério eclesiástico?

Diante de um questionamento parecido, o Rev. John MacArthur respondeu assim: "Se você é um pregador de Jesus Cristo e você é um pastor então deve ser conhecido por proclamar o evangelho de Jesus Cristo e nada mais. Então, se você quiser servir em algo que não tem qualquer influência na eternidade, não tem qualquer influência no Reino de Deus, então você pode fazer isso. Mas um pastor fazer isso eu acho que é se prostituir, distanciando-se da sua vocação e da única coisa que faz a diferença que é a pregação do evangelho de Jesus Cristo e o avanço do Reino. (...) A Igreja precisa ficar fora da politicagem e votar na justiça, e ela precisa proclamar o evangelho."

João Calvino, tratando sobre o governo eclesiástico em sua obra máxima, as Institutas (Volume 4, Capítulo XV), combateu veementemente as pretensões do clero. Calvino lembra da discussão que houve, durante a santa ceia, sobre quem era o maior dentre os apóstolos (Lc 22:24-26). Segundo ele, Jesus freia à aspiração dos discípulos dizendo-lhes que o Reino dele não era temporal, mas sim espiritual. Não pertencente a este mundo, sendo assim, deixou claro que a tarefa dos seus apóstolos não poderia envolver uma administração mundana (lembrando que nesse contexto os integrantes do clero eram também, em bom número, prefeitos das cidades e detentores de cargos públicos).

O reformador também recorda o exemplo contido em Atos 6: 1-4. Ali houve uma contenda quanto a distribuição dos alimentos. As viúvas dos gregos reclamavam que não estavam sendo assistidas como as viúvas dos hebreus. Quando a queixa chegou até os apóstolos estes disseram: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas”. Assim, incubiram outros homens para realizar tal tarefa. Calvino então chega à seguinte conclusão: Se os apóstolos não se acharam dignos de conciliar as duas funções, a de administrar à Palavra e a de administrar o serviço da distribuição dos mantimentos, como é que os que desempenham a função eclesiástica se acham no direito de realizar esta dupla empresa? O resultado desse duplo empreendimento é deixar a deriva o rebanho do Senhor, realizando o trabalho que outra pessoa poderia muito bem realizar.

A questão não é demonizar a política e desmotivar cristãos que tem vocação para a magistratura civil. O cristianismo é capaz de se inserir em toda e qualquer esfera da sociedade, julgá-la e redimi-la através do exercício dos valores bíblicos. Um cristão pode sim ser um político e prestar um grande serviço para Deus e para a sociedade. Todavia, não compete aos ministros da Palavra realizarem tal função, pois não há tarefa mais honrosa e mais impactante para a sociedade do que ministrar o Evangelho de Cristo e promover o Reino dos Céus.

Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo, compara o episcopado com uma figura militar (2Tm 2:3-4). As palavras do apóstolo dizem que “ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra”. Um soldado em campanha é um soldado executando as ordens do seu superior. Pouco interessa se ele é agricultor, pintor, professor, ou empresário. Ele não pode pensar nos seus negócios particulares quando está prestando seus serviços militares. É preciso foco, obediência e sobretudo uma entrega total e sacrificial.

Assim como o soldado em guerra deixa para trás a sua vida e não pensa em nada a não ser a guerra, o pastor também deve evitar tudo aquilo que desvie a sua atenção e mergulhe de cabeça no penoso, e ao mesmo tempo gratificante, ofício ministerial. Sendo assim, é fácil concluirmos que um pastor que tem vocação dupla está muito mais propenso a ter um desempenho ruim no seu episcopado. Imaginemos então ele exercendo um cargo político, seja no legislativo ou no executivo. Ele daria conta?

Governar uma cidade, um estado, um país, é algo que exige muito de qualquer pessoa. É desgastante ter que passar o dia fazendo diversas reuniões de planejamento, viagens com a mais diversificada finalidade e etc. Gerir a coisa pública não é o mesmo que gerir uma empresa. E temos já exemplos negativos dos pastores empresários. Isso posto, deixo bastante clara a posição de que o pastor não pode exercer cargo político. Se quer abraçar a carreira política, que abra mão do seu ministério e deixe de usar indevidamente o título de pastor.

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Fonte: Bereianos

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Se Deus é soberano, por que fazer alguma coisa?

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Por Matt Perman


A soberania de Deus, tal como estou convencido de que a Bíblia ensina, significa que Deus preordenou tudo o que acontece. Antes da criação, Deus planejou e decidiu ("ordenou") toda a direção da história humana até os mínimos detalhes. Todas as circunstâncias no tempo são portanto a evidência externa do plano de Deus o qual Ele decretou na eternidade.

À luz disto, uma objeção comum é: "Se Deus já decidiu o que vai acontecer, então por que eu devo fazer alguma coisa? Nós, de qualquer jeito, não controlamos a história. Portanto, apenas nos acomodaremos num assento e não faremos nada". O oponente está dizendo que o resultado lógico da crença na absoluta soberania de Deus é o que nós chamaremos "fatalismo indiferente": a visão de que nós não devemos fazer nada, uma vez que Deus a tudo controla.

Como responderemos à objeção do fatalismo indiferente? Por que não acreditar na soberania absoluta de Deus leva ao fatalismo indiferente? E se Deus é absolutamente soberano, como nossas escolhas podem ter um sentido real? São questões muito boas que uma compreensão própria da soberania de Deus responderá.

Primeiro nós precisamos entender a diferença entre fatalismo e o que é chamado de compatibilismo. Compatibilismo é a visão de que Deus é absolutamente soberano e ainda assim nossas escolhas têm sentido real e somos responsáveis por elas. É o que creio que a Bíblia ensina, e é muitas vezes chamando "calvinismo". O fatalismo, de outra sorte, ensina que, aconteça o que acontecer, o que você escolha ou faça, as coisas produzirão o mesmo resultado. Por exemplo, se está determinado que Bill vai obter um "zero" na sua prova de amanhã, então não importa quão duro ele tenha estudado, ou quão bem ele saiba a matéria: ele vai fracassar. Suas escolhas não vão realmente afetar o que vai acontecer.[1]

A compatibilismo, em contraste com o fatalismo, diz que nossas escolhas realmente afetam o futuro, e que se uma escolha diferente tivesse sido feita, o futuro teria sido diferente. Nesse ponto de vista, se Bill não estudar, ele vai fracassar. Mas se ele estudar duro, então seu estudo será o meio que lhe fará obter uma boa colocação. Em consideração à soberania Do Deus, isso significa que Deus não apenas ordena os fins (por exemplo, uma boa classificação para Bill) e então dizer "isso vai acontecer, não importa como". Não, Deus também ordenou os meios de Seu plano final (por exemplo, Deus ordena que Bill vá estudar tal como os meios da obtenção de uma boa colocação que Ele decretou). Nossas decisões são como vínculos na cadeia de meios ordenados por Deus para ocasionar Seu plano final. Se decisões diferentes foram feitas, as conseqüências serão diferentes. Mas Deus trabalha para verificar que os meios que Ele tem ordenado certamente ocorrerão para que nenhum de Seus propósitos possa fracassar. Isto faz das decisões humanas realmente significativas e vitais.

Deveria ser agora mais evidente por que a absoluta soberania de Deus não remonta à indiferença do fatalismo. Em resumo, Bill deve estudar porque são esses os meios que Deus usa para perfazer sua boa colocação. Se Bill consegue boa colocação, então seu estudando esteve tão predestinado pelo plano de Deus como sua boa classificação. Todas as boas escolhas que alguém faz são definitivamente causadas por Deus; todas as más escolhas são permitidas de bom grado por Deus como uma parte de Seu plano. Além disso, Deus perfaz Seus decretos preservando de certo modo nossa responsabilidade e não viola nossa vontade (isso será explicado mais daqui a pouco).

A segunda razão para a indiferença do fatalismo é sua auto-contradição. A pessoa que é fatalisticamente indiferente estará dizendo: "Porque Deus decide tudo o que vai acontecer, eu pararei de fazer escolhas". Mas a escolha de parar de fazer escolhas é em si mesma uma escolha!

Deus nos fez de modo tal que somos seres tomadores de decisão. Sempre faremos um escolha ou outra em dada situação - não podemos ajudar mas para fazer escolhas quando confrontado com alternativas (não temos escolha nesse caso!). Por exemplo, quando confrontado com a opção de comer uma torta qualquer ou um bolo, seria impossível para mim não fazer um tipo de escolha. Eu teria ou a torta, ou o bolo, ou nenhum. Se eu me recuso a fazer uma escolha, eu ainda estou fazendo uma escolha - a escolha de não comer. O fatalismo indiferente é falso porque é impossível - ele se auto-destrói numa auto-contradição. Impossibilidades são totalmente inaplicáveis, porque tentar propor o fatalismo indiferente é negá-lo. Para esta razão isto não pode ser a aplicação lógica de opinião em soberania absoluto Do Deus.

Evidentemente, a soberania de Deus não REMOVE a necessidade e a realidade das nossas escolhas. Mas se uma pessoa "modifica" sua posição de fatalismo indiferente e tenta usar a soberania de Deus como uma desculpa para permanecer em pecado?

Alguém poderia tomar a soberania de Deus e (in)aplicá-la nesse caminho. Isso seria pecado. Mas um ensino não se torna falso tão-somente porque ele foi mal aplicado. Deveríamos chegar também à conclusão de que a confiança da segurança eterna e a justificação pela fé só seriam falsas porque algumas pessoas tentam usá-las como desculpa para o pecado? (veja em Romanos 6:1-2 como Paulo responde à inaplicabilidade dessas verdades) Uma pessoa pode decidir não buscar a Deus ou não O obedecer porque "tudo está submetido a Ele, de qualquer jeito". Mas perfaz indiferença e passividade o resultado lógico de crer na soberania de Deus? A crença na soberania de Deus não poderia apenas ser tomada tão facilmente em outra direção e devidamente aplicada para encorajar a obediência zelosa, ao invés de um fatalismo indiferenteUma vez que nós devemos fazer uma escolha ou para viver em retidão ou viver pecaminosamente, em que base se pode dizer que a soberania de Deus conduz logicamente para uma escolha de preguiça humana/pecaminosidade, em vez de uma escolha para a piedade humana? Paulo diz algo aplicável aqui: "e por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa." (Romanos 3:8).

Em vez de dizer "Deus é soberano, portanto Eu não me preocuparei em buscá-Lo e fazer o que é correto" poder-se-ia dizer com igual coerência lógica que "Deus é soberano, portanto eu O obedecerei zelosamente em todo tempo porque eu sei que Ele certamente abençoará minha obediência com ótimos frutos. E sei que Ele me susterá vitoriosamente com Sua força e perseverança, uma vez que Ele não está somente no controle mas também é um Deus santo e piedoso, que ama a justiça." Um caminho ou outro será escolhido. Nós nãopodemos não escolher.

Mas como são feitas as escolhas? Responder a essa pergunta nos levará à real questão em jogo. Como seres humanos, nós fazemos escolhas segundo nosso estrito desejo momentâneo - nós escolhemos o que pensamos ser a melhor opção no momento. Isso quer dizer que nossas escolhas revelam nosso caráter, uma vez que é nosso caráter quem produz nossos desejos e, portanto, determina o que consideramos a melhor opção. Um bom caráter geralmente desejará boas coisas, e um mau caráter desejará coisas más. O que nós escolhemos, portanto, revela a condição de nosso coração.

Portanto, se nós usamos a soberania de Deus como uma desculpa para pecar, isso revela a iniquidade em nosso coração. Se aplicamos corretamente essa doutrina, no entanto, e vemos a liberdade que ela nos dá para obedecer diligentemente, ela revela a bênção de que Deus está trabalhando em nossos corações. Se tentamos usar e usamos a soberania de Deus como desculpa para pecar, precisamos ir a Ele e nos arrependermos ao invés de concluir que Deus não é realmente soberano, afinal.

A soberania de Deus é, realmente, uma doutrina grandemente libertadora para nós. Ela nos liberta para obedecermos com alegre confiança, segurança e paz. Tal como um crente, nós devemos pensar assim: "Uma vez que Deus é soberano, a não obediência pode fazer mal ao meu relacionamento com Deus e, portanto, a obediência nenhuma, não importa quão "bobo" isso seja ao mundo e não importam as conseqüências, isso no final pode fazer mal a mim". Não é dessa maneira que Paulo usou a doutrina em Romanos 8:28-36? Ele disse no verso 28 e então procedeu à explicação de que a segurança que ela nos dá através do zelo, da obediência de risco porque "nada nos separará do amor de Cristo".[2]

Olhe a maneira pela qual Paulo aplica a soberania de Deus à nossa obediência em Filipenses 2:12-13: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, porqueDeus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." De acordo com Paulo, o fundamento de nossa obediência é o fato de que Deus é no final das contas Quem coloca em nós a boa vontade e o efetuar a obediência. Paulo não disse que "Deus põe a boa vontade e trabalha em você, portanto fique na cama". Muito pelo contrário, ele viu a soberania de Deus como uma razão profunda e animadora para a obediência de risco!

Tendo entendido como nós fazemos as escolhas, estamos agora numa posição de entender como Deus pode controlar todas as coisas, e ainda conduzir Seu plano de modo a preservar a responsabilidade e liberdade humanas. Provérbios 16:9 diz que "O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos." Este versículo parece afirmar a liberdade humana e o controle absoluto de Deus por cima de nossa liberdade - ao mesmo tempo. Como podem ser compatíveis?

Como vimos anteriormente, nós escolhemos sempre segundo nosso desejo -sempre escolhemos a opção que preferimos. Isso faz cada escolha determinada (está determinado que eu vou escolher a opção que eu acho preferível), livre ainda (uma vez que não estamos sendo forçados a escolher, mas estamos escolhendo o que nós queremos).[3] Além disso, a ação de escolher está sempre acompanhada, subconscientemente ou conscientemente, pelo processo de considerar todos os aspectos da situação e pelo nosso desejo de realizar a opção que mais queremos. Uma vez que nós percebemos qual opção preferimos, sempre decidiremos por aquela opção, então. Por exemplo, quando dada a opção entre chocolate ou bolo branco, eu não posso e não determinoespontaneamente que desejarei o bolo branco. Antes, eu reconheçoponderadamente que meu grande desejo é o bolo branco. Nossas escolhas são livres e são realmente nossas porque consideramos todos os aspectos da situação por nós mesmos e vimos à conclusão acerca de qual escolha ser melhor através de nossos próprios processos mentais. Assim, "a mente do homem planeja seu caminho"

Deus, no entanto, pode ainda estar no final das contas no controle e assim "dirigir nossos passos" regulando nossas situações e assim as informações sobre as quais baseamos nossas escolhas. Uma vez que sempre escolheremos a opção que nossas mentes encontram como a mais preferível à luz da situação, Deus pode simplesmente fazer as circunstâncias de modo tal que essa opção a qual achamos ser a preferível (e por isso a opinião que escolheremos) seja a escolha que Ele ordenou para realizarmos. Nossa escolha é livre e realmente nossa uma vez que é um resultado de nosso próprio raciocínio e processo mental ("a mente do homem planeja seu caminho"), mas Deus ainda a controla porque Ele ordenou e conduziu para que as informações de nossos processos mentais fossem a base para verificarmos que a escolha que fazemos é a que Ele desejou ("o Senhor dirige seus passos").

Se alguém com quem nós estamos conversando tenta sempre usar a soberania absoluta de Deus como uma desculpa para não buscar a Deus ou Lhe obedecer, a solução não é dizer que "Deus não é realmente soberano - você tem um livre-arbítrio para escolher contra os propósitos eternos de Deus". Os pecadores, a Bíblia diz, fogem de Deus por natureza e procuram uma desculpa qualquer para justificar sua fuga. Uma tentativa de usar a soberania de Deus como desculpa para continuar em pecado revela as pessoas pecadoras e a necessidade da graça de Deus. A soberania de Deus não é a causa da indiferença - o pecado é a causa. Não atribuímos a culpa a quem ela não pertence.

Então, o que devemos fazer não é apelar ao "livre-arbítrio" numa tentativa de convencer a pessoa de que ela deva obedecer, mas apontar-lhe seu pecado, dobrar nossos joelhos e orar: "Deus, Eu sei que controlas todas as coisas. Portanto eu oro a Ti para que mudes o coração do meu amigo e o faça buscar a Ti. Por favor, dá-lhe um desejo irresistível por Ti." Deus é a resposta para uma fuga de Deus pelo incrédulo, não o livre-arbítrio. Apelar para seu "livre-arbítrio" não pode ajudar, uma vez que seu "livre-arbítrio" não pode se submeter a Deus além de Sua graça soberana (Romanos 8:7; João 6:44,65). A soberania de Deus não é problema deles, é sua única esperança.

Concluindo, eu tive um experiência no verão passado que talvez dê uma luz a essa questão. Estava no topo do Monte Pike no Colorado. As nuvens acima eram de cor preta e ameaçadoras, mas eu não estava muito consciente do perigo. Estava gostando da vista do cume da montanha numa área escancarada, longe de qualquer abrigo. De repente meu cabelo levantou todo. Isso sinalizou a mim de que um relâmpago ia cair bem perto a mim, e logo. Eu não tinha nenhum controle sobre isso, se iria acertar ou não, e eu sabia. Soube também que não havia nenhum lugar para procurar abrigo do relâmpago. Não havia nem permanecido ali ainda e disse: "Eu não estou no controle da situação, então que importa se ele vai me acertar ou não - não me interessa." Não - eu estava assustado e corri até um abrigo, mesmo sabendo que podia não conseguir. Sabendo ser incapaz foi a razão pela qual eu procurei refúgio.

É uma situação parecida com a soberania de Deus. Nós não estamos no controle - Deus está. Mas saber disso pode ser talvez o sentido de Deus usar meios para MOVER um santo ocioso a agir. A soberania de Deus, no entanto, é ligeiramente diferente da minha experiência do relâmpago. Se Deus principia em nós um escape para refúgio em Sua misericórdia e bondade, essa não é uma esperança fugaz. Ele nos trará com segurança a Si mesmo.

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Notas:
1. Veja Lowell Kleiman e Stephen Lewis, Filosofia: Uma Introdução Através da Literatura, (Paragon House: Nova Iorque, 1992), p. 554.
2. Se somos cristãos obedientes, podemos estar sempre satisfeitos completamente na esperança que a divina providência nos dá - mesmo quando experimentamos momentos difíceis nessa terra. O desejo íntimo de um cristão é que eles se deleitem nisso e estejam plenos na glória de Deus e adorem exaltá-Lo no mais alto do céu. O maior desejo de Deus, por outro lado, também é o de ser exaltado no mais alto do céu. E Ele é mais glorificado quando Seu povo se satisfaz Nele. Uma vez que Deus é soberano - tão bem quanto infinitamente desejoso por Sua própria glória - Ele não deixará Seu prazer em ser glorificado fracassar. Realmente, Ele trabalha todas as coisas em conjunto para Sua maior glória, o que é nosso maior bem. E isso significa que um deleite de um cristão obediente por um dia apreciar a glória de Deus ao máximo possível não pode ser decepcionado!
3. Que ocorre quando você escolhe, por exemplo, estudar para uma prova quando você na verdade quer ir ao cinema à noite? Nesse caso, você desejou os benefícios, de longo prazo, da boa nota que o estudo lhe trará, mais do que o prazer de curto prazo que um bom filme trará. Assim quando opta pelo estudo, você ainda está escolhendo o que prefere, no final das contas.

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Fonte: Center for Biblical Theology and Eschatology 
Tradução: Cleber Olympio

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pornografia: uma ilusão que realmente aprisiona

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Por Thomas Magnum


Meu objetivo ao escrever sobre esse tema não é fazer um exame estatístico, psicológico ou mesmo dos efeitos neurológicos sobre a questão da sexualidade humana e seus desdobramentos históricos. A sexualidade foi criada por Deus e dada ao homem e a mulher como meio de procriação, de satisfação e felicidade. Vale ressaltar que Deus criou a sexualidade com fins familiares, ou seja, o casamento. O sexo foi criado para um relacionamento de um homem e uma mulher perante seu criador, Deus quer que seus filhos desfrutem dessa bênção, no entanto, dentro do âmbito conjugal. Toda a manifestação sexual fora do casamento é pecado, e a Bíblia trata isso como fornicação e adultério.

Com esse entendimento sobre sexualidade, baseado na Palavra de Deus, podemos falar um pouco agora sobre o problema que realmente tem sido um inimigo feroz na vida de muitas pessoas dentro da igreja: a pornografia. Numa média de dez anos atrás não tínhamos tanto problema com material pornográfico na proporção que temos hoje, embora o Brasil sempre foi “terra fértil” para o mercado pornográfico. Com o passar dos anos o Brasil se tornou uma grande indústria do sexo. Com o advento da internet a coisa mudou e muito, o que antes era limitado a revistas de mulheres nuas e a filmes pornôs, agora possui amplo material free, disponível na web. 

Ao analisarmos essa evolução é importante pontuarmos aqui que o problema não se limita a pessoas que estão fora da igreja, mas, as que estão dentro também. E mais, não são somente jovens que tem problemas com a pornografia, mas pessoas das mais variadas idades e de ambos os sexos. 

A pornografia, na verdade, começa com pensamentos libidinosos que são vendidos a desejos com pessoas com quem não são casadas. Desse desejo não mortificado surge a “necessidade” do prazer, isso é a porta para a pornografia e às práticas sexuais desenfreadas. A Pornografia está entre os negócios mais rentáveis do mundo, a sociedade e a mídia praticamente vivem em torno de sugestões sexuais. Adultérios são incentivados pelas novelas e filmes, nas redes sociais vivemos um momento bem curioso das selfs, é normal vermos jovens cristãs fazendo poses sensuais para seduzir e sugestionar desejo nos homens que admirarem suas fotos. 

Existe, de fato, um estimulo a sexualidade desenfreada, o culto ao sexo, e a precocidade disso tem sido prejudicial não só a sociedade, mas também a igreja. Muitos casamentos têm sido prejudicados pela pornografia. Materiais eróticos têm sido cultuados como um bem cultural. O que é interessante notar é que, quanto mais a pornografia se avoluma e as exposições do mundo erótico se tornam comuns, a tendência é um abismo chamar outro abismo. As exposições tendem a ficar cada vez mais intensas e provocantes, e a demanda por material pornográfico aumentar a cada dia. 

Os jovens cristãos e a pornografia

A liberdade para navegar na internet tem sido um dos fatores que mais contribuem para o crescimento da procura por pornografia. Infelizmente muitos jovens cristãos têm caído nesse laço. Podemos identificar alguns motivos que mais tem levado jovens, que frequentam comunidades cristãs, a estarem envolvidos com pornografia, vejamos:

1 - Pelo fato de não serem casados procuram um escape ao seu desejo sexual em material pornográfico.
2 - Muitos foram inseridos no mundo erótico por amigos, parentes, namorados ou namoradas, e até mesmo pelos pais.
3 - Por não poderem manter relações sexuais no NAMORO, buscam um escape na pornografia.

É claro que temos uma lista de motivos muito maior que isso, mas, vale a reflexão. 

Como combater a pornografia em sua mente 

Como dissemos anteriormente, todo o processo erótico não começa quando se está na frente de um computador, mas, na mente. Ao alimentar pensamentos pecaminosos, ao desejar sexualmente pessoas que não são pares conjugais, ao manter um NAMORO libertino, o jovem está contribuindo para que sua vida continue presa nas correntes da pornografia. Mas, não devemos ficar no problema, e sim avançar para a solução. Primeiro, deve-se entender isso como pecado de idolatria. Quando um jovem não confia ao Senhor em suas afeições e suas necessidades, ele está sendo idólatra. Segundo, a busca pela pornografia é pecado e é uma afronta a Deus, a sexualidade está limitada ao casamento e toda manifestação sexual extraconjugal é prostituição. Terceiro, depois de uma convicção de pecado, arrependa-se. O arrependimento é o início do fim dessa prisão. Em quarto lugar, cultive em sua mente pensamentos espirituais. Deus lhe dará poder espiritual para vencer as tentações externas e internas. Leia a Palavra de Deus, uma vida devota ao Senhor é o maior instrumento para vencer as tentações. Ore, tenha uma vida de oração constante. 

Bom, até aqui falamos de armas espirituais, mas devem-se tomar alguns cuidados para não entrar em tentação.

1 - Lembre-se da história de José – Ao ser abordado pela mulher de Potifar ele fugiu dela. Fuja do pecado, fuja de toda aparência do mal.
2 - Evite circunstâncias que o leve facilmente a pornografia, como por exemplo, determinados sites, programas de televisão e revistas.
3 - Cuidado com o que você está olhando no facebook, muitas fotos de “amigos e amigas” são sensuais e provocantes, isso é muito prejudicial e pode levar ao pecado de cobiça. Se necessário faça uma faxina no seu facebook, é melhor perder uma amizade virtual do que sofrer com esse peso.
4 - Lembre-se do texto de Mateus 4 – Jesus estava sendo tentado por satanás, o inimigo lhe instigou para transformar pedras em pães, Jesus recusou. A Bíblia nos diz que Jesus estava com fome, mas aquele não era o tempo de comer. No final do texto nós lemos que os anjos o serviam. Espere o tempo de Deus, Ele o sustentará e ajudará. Deseje a Deus acima de tudo, o sexo não é a coisa mais importante da vida. Viver uma vida santificada é gratificante e fortalecedor.

Creia que o Senhor Jesus é a fonte da vida e da liberdade, anseie ser servo somente de Cristo e não de práticas vis como a pornografia. Os cafetões do mundo pornográfico estão enriquecendo porque sabem que esse é o desejo mais baixo do ser humano. Não destrua sua vida e família por causa de um prazer momentâneo. Como dissemos, o sexo é bom e uma dadiva de Deus, dada exclusivamente ao matrimônio entre um homem e uma mulher. Considere o que dissemos aqui, sua felicidade não está na pornografia, toda verdadeira felicidade está em Cristo. A pornografia é uma prisão podre, fria e mortificadora. Se você leu esse texto e tem vivido nessa prisão, não foi por acaso que abriu essa página, procure refúgio em Deus e sua palavra, você vencerá essa situação quando zelar mais pela vontade de Deus do que a sua. 
Valorize as disciplinas espirituais: Leitura bíblica, meditação, oração e jejum.

Deus o abençoe.

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Divulgação: Bereianos
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