quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lutero: Reformador Destemido

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Quando tudo parecia perdido, eis que Deus levantou um homem de coragem e bravura para trazer o seu povo de volta às Escrituras, seu nome? Martinho Lutero.

"Sou rude e impetuoso ao lutar contra inúmeros monstros e demônios. Nasci para remover os tocos e as pedras, para podar os cardos e abrolhos, para arrancar os espinheiros e limpar as matas selvagens". (Martinho Lutero)

Neste vídeo o Rev. Dorisvan Cunha narra uma breve história do reformador Martinho Lutero. Assista:



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Autor: Rev. Dorisvan Cunha
Fonte: Guerra pela Verdade
Divulgação: Bereianos
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

LINGUAGEM APONTA PARA O DECLINIO DA CIVILIZAÇÃO

Por Wesley Moreira


Estudo de análise de palavras usadas em mais de 1,5 milhões de livros publicados entre 1800 e 2000, publicadas no jornal The Telegraph revelou como os valores culturais mudaram e estão em declínio.

Os pesquisadores descobriram um aumento no uso de palavras como "escolher", "alcançar" e "tomar" nos últimos dois séculos, enquanto palavras como "agradecer" e "dar" diminuiu.

Houve também uma indicação de que as pessoas na sociedade moderna estão mais em contato com suas emoções e menos propensas a agir do que eram antes - o uso da palavra "sentimento" aumentou, enquanto "agir" diminuiu. Uma clara alusão ao fenômeno do vitimismo que pragueja a sociedade atual, onde lamentar suas dores e exigir ajuda vale mais que se levantar e enfrentar a vida com coragem. O vitimismo é um movimento que busca inventar ou dramatizar histórias e imagens, usualmente invertem as exceções pelas regras e frequentemente manipulam estatísticas afim de criar simpatia da população pela causa apresentada. O intuito é tirar proveito político e financeiro da situação ao se apresentarem como representantes únicos das supostas vítimas.
sociedade cresce mais egoísta a medida que prospera, enriquece e se torna mais urbana. Entendo por esse resultado que as doutrinas e ideologias ensinadas subliminalmente e indiretamente ao povo através das instituições de ensino tem falhado na sua proposta de ser a "nova moral". 

A professora Patricia Greenfield da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que conduziu o estudo, disse: "Esta pesquisa mostra que houve um longo deslocamento histórico nos ultimos dois séculos  do funcionamento psicológico do indivíduo.

"O aumento atual do individualismo não é algo recente, mas vem acontecendo há séculos quando mudamos de uma sociedade predominantemente rural de baixa tecnologia para uma sociedade predominantemente urbana high-tech" disse Patricia Greenfield. Porém essa não é a única causa, a mesma pesquisa aponta para o declinio da linguagem considerada religiosa, e a queda pelo interesse por livros cristãos. O estudo de Patricia Greenfield também mostra que o aumento das palavras com foco egocêntrico como "eu", "individual", "único", "meu" está diretamente relacionado com o declinio do uso de palavras religiosas, como "obediência", "oração", "autoridade", "pertencer" e "família" que diminuiram em seu uso ao longo do mesmo período de 200 anos. E mesmo que a Bíblia ainda seja o livro mais vendido, há um declínio constante nas vendas de Bíblia a cada ano segundo a American Bible Society que em uma pesquisa em 2014 mostrou que apesar da Bíblia estar firmemente enraizada em solo americano, 88% dos americanos possui em média 4 Bíblias em casa, 61% confessaram que não lêem a Bíblia.

Mesmo que confundam, egoísmo e individualismo não são a mesma coisa. Ações individuais como escrever um livro, inventar, pintar, trabalhar, beneficiam a todos, ou a muitos. A ação individual do trabalho de um pai sustenta toda uma família. O egoísta por sua vez pode trabalhar em grupo, mas para si mesmo, e usará o grupo para seu fim pessoal. O que o estudo revela é o aumento do egocentrismo, fruto de décadas de propaganda anti-cristã.

O humanismo, base de todas as tendencias ideológicas que guiam a sociedade atual, é a crença de que o valor potencial e bondade dos seres humanos faz desnecessário a figura de Deus para o suprimento das necessidades humanas comuns, e buscar formas exclusivamente racionais de resolver problemas humanos. Observem o mundo a sua volta, o humanismo fracassou em sua tentativa de substituir o cristianismo como pedra de esquina da civilização ocidental.


Observadas as datas e a tendência há uma relação direta entre a queda do cristianismo e o aumento do egoísmo. A diminuição gradual da influência do cristianismo contrasta diretamente com o crescimento das ideologias humanistas. Nunca houve um domínino tão grande do discurso de igualdade na história e nunca a civilização esteve tão confusa, tão fragmentada e tão dividida como em nossos dias. O fato é que Deus foi excluído ou pelo menos relativizado culturamente em nossa civilização o que produziu um efeito contrário ao previsto nesse discurso ideológico que ainda prevalece hegemônico nas instituições educacionais. E logo, como as instituições de ensino se dedicam em doutrinar os filhos contra a fé dos pais, essa nova geração que ocupará os cargos no poder público, como juizes, governadores e prefeitos, serão os algozes da geração de seus pais. Em breve veremos o cumprimento literal das palavras de Jesus:

"Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o filho e seu pai, entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra, assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim; e aquele que não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. O que acha a sua vida, perdê-la-á; mas o que perde a sua vida por minha causa, achá-la-á."
(Mateus 10:34-39)

fonte: The Telegraph

Uma Breve História da Reforma

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Neste vídeo o Rev. Dorisvan Cunha narra uma breve história da Reforma Protestante. Assista:



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Autor: Rev. Dorisvan Cunha
Fonte: Guerra pela Verdade

A maldição da esposa piedosa

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Eu tenho visto isto com bastante frequência. Ele é o homem que raramente toma a liderança da sua casa. Ele é o homem que quase nunca reúne a família para os devocionais. Ele é o homem que se sente estúpido quando pergunta para a sua esposa se ele pode orar por ela, ou, quando pergunta se ela gostaria de se sentar e ler a Bíblia com Ele. Ele é o ser que parece ter medo de ser piedoso.

Por que ele é assim? Em muitos casos, é porque a sua esposa é mais piedosa - mais piedosa do que ele. Pode ser que ela seja cristã por mais tempo. Pode ser que ela tenha um conhecimento mais profundo da Bíblia. Pode ser que ela tenha lido mais livros e ouvido mais sermões. Pode ser que ela seja aquela que ama estudar a Bíblia e cujo coração palpita quando ela adiciona um novo termo ao léxico teológico dela. E quando ele se compara a ela, se sente inadequado. Ele se sente uma farsa. Ele se sente envergonhado de fazer aquilo que ele sabe que deveria fazer. Ele acha mais fácil não fazer nada.

Você percebe o que ele está fazendo? De alguma forma ele fez da maturidade espiritual da sua esposa um problema. Ele entrou em algum tipo de competição com ela que fez do amor que ela tem pelo Senhor um obstáculo. Ele passou a ver a piedade dela como uma maldição ao invés de uma bênção, como se ele tivesse sido amaldiçoado com uma esposa piedosa.

Meu amigo, se esse é você, você precisa saber que entendeu tudo errado. Nenhum marido ou pai lidera porque ele é digno disso. Ninguém é adequado para esta tarefa. Todos nós ficamos aquém de várias formas. Todos os dias, cada um de nós vai além do limite das nossas capacidades. Nós não temos a capacidade para isso. Mas nós devemos fazer da mesma forma.

A solução é não desistir. A solução é parar de não fazer nada. A solução é fazer - fazer aquilo que Deus chamou você para fazer apesar dos seus medos e apesar dos seus receios. A solução sempre é a simples obediência.

Alegre-se pela piedade da sua esposa, e agradeça a Deus por um dom tão precioso. Celebre isso buscando piedade na sua própria vida. Você não precisa ser um teólogo brilhante ou um renomado erudito na Bíblia. Você não precisa ler As Institutas. Você não precisa ser mais piedoso do que sua esposa. Você precisa apenas reconhecer o seu pecado e inadequação, e fazer aquilo que Deus chamou você para fazer. E tudo isso começa com a admissão da sua completa inabilidade para fazer a menor das coisas a parte da força de Deus.

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Autor: Tim Challies
Fonte: Tim Challies Website
Tradução: Thiago McHertt
Via: Veritas

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

PROJETO CRISTÃO REFORMA CASAS DE MORADORES DE FAVELAS NO RJ



Por Leiliane Roberta Lopes

Evangélicos de diversas denominações cristãs se uniram no Rio de Janeiro no projeto H2O, liderado por Ed Rocha do Movimento de Avivamento Pier49, juntos eles estão reformando casas em favelas.

A ideia é ajudar famílias carentes a terem uma moradia, para isso juntam suas habilidades profissionais como assistentes sociais, terapeutas, psicólogos e também arquitetos, construtores, decoradores, modelistas e outros que atuam nas diversas frentes do projeto.

A captação de recursos para a reforma das casas vem de um bazar, assim é possível também se aproximar da comunidade e ao mesmo tempo compartilhar o amor de Deus e a mensagem do Evangelho.
As casas que recebem a equipe de reformas são avaliadas por profissionais que identificam os problemas e riscos para então enviar uma equipe para realizar o projeto.

Toda a gestão dos recursos, dos processos até a entrega das chaves é feita pela liderança do H2O. Os moradores das favelas chegam a ganhar até acessórios decorativos produzidos por uma oficina própria onde os moradores são convidados para serem voluntários.

Quem tiver o interesse de participar desse grupo de voluntários ou até mesmo ajudar com doações pode entrar em contato no sitewww.h2o2015.com.http://www.h2o2015.com/inscricao/



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ESTADO ISLÂMICO MARCA DATA PARA O ARMAGEDOM: 2025




Robert Spencer é um estudioso do Islã e mantém o conhecido site Jihah Watch. Ele está lançando um novo livro, chamado “Infidel’s Guide to ISIS” [O guia do infiel para compreender o ISIS]. ISIS ou ISIL é o nome original do grupo terrorista que prefere ser chamado de Estado Islâmico (EI) desde que inaugurou o novo califado.

Segundo o entendimento dos radicais islâmicos, a “batalha final”, que os cristãos chamam de Armagedom, ocorrerá em 2025. Porém, antes disso eles acreditam que algumas profecias precisam se cumprir.
Uma das mais importantes é a conquista de Roma, incluindo o Vaticano. O EI fala constantemente sobre a necessidade de se preparar o retorno do messias muçulmano: o Mahdi.

Segundo Spencer, “O EI trabalha com um calendário onde em 10 anos, perto do ano 2025, ocorrerá o Armageddon, a luta final entre o bem e o mal, ou entre os muçulmanos e os não-muçulmanos”. Contudo, a conquista de Roma deve ocorrer dentro dos próximos cinco anos, até 2020.

Eruditos muçulmanos dizem que Maomé profetizou que as duas grandes cidades romanas seriam conquistadas: Roma e Constantinopla. A antiga Constantinopla chama-se hoje Istambul, e já é uma cidade muçulmana.

O autor do livro enfatiza que imediatamente após a tomada de Roma, o EI pretende conquistar a Arábia Saudita e o Irã. Para ele, a primeira fase desse plano já está em andamento. Spencer acredita que existem centenas, talvez milhares de soldados do ISIS entrando na Europa em meio a atual crise de refugiados.
O Estado Islâmico revela parte de seu plano em uma publicação on-line chamada “Bandeiras negras de Roma”. Ele vai usar células terroristas que já estão reunindo muçulmanos que serviram nos exércitos europeus e recrutando novos simpatizantes.

No seu “Guia”, o estudioso mostra que a conquista de Roma “será o sinal completo da superioridade do Islã sobre o cristianismo, marcando a derrota do cristianismo”. Para isso, o papa deverá ser decapitado em praça pública, com a execução transmitida para o mundo todo.

Dentro de sua visão escatológica, tudo culminará em uma batalha contra os exércitos infiéis próximos a Dabiq, na Síria, cidade que eles já conquistaram. “Essa é a sua versão do Armagedom, ressalta Spencer. “Então Jesus se unirá ao profeta muçulmano, o Mahdi, e juntos irão conquistar e islamizar o mundo”, finaliza

Ao mesmo tempo, o autor e especialista em Islã William McCants também lançou um livro sobre o tema. O título é sugestivo “The Apocalypse ISIS” [O Apocalipse do ISIS], onde faz as mesmas alegações. Para ele, o Estado Islâmico já está na Europa e tem bases do outro lado do mar, no Norte da África. Essa crença dos soldados na vitória que teria sido profetizada por Maomé não os deixa desistir de lutar e acreditar que a conquista de Roma virá em breve.


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

CRISTÃOS SÃO ASSASSINATOS PELO ESTADO ISLÂMICO ENQUANTO ORAVAM O "PAI NOSSO"


Doze cristãos foram brutalmente executados pelo Estado Islâmico, incluindo um menino de 12 anos, filho de um plantador de igrejas sírio. Segundo relatos os mártires foram fiéis até o fim. Uma das mulheres foi decapitada pelos terroristas e testemunhas dizem que ela morreu sorrindo e a última palavra saída de sua boca foi: “Jesus!”

A missão Christian Aid, que faz trabalho humanitário na região, está divulgando a execução ocorrida em agosto, em uma aldeia na região de Aleppo, na Síria. Seu relatório visa despertar o ocidente para a realidade que as mortes de cristãos não cessaram.

“Em frente a uma pequena multidão, os extremistas islâmicos cortaram as pontas dos dedos do menino, enquanto diziam a seu pai que aquilo só acabaria se ele, o pai, voltasse para o Islã”, afirma o material da Christian Aid.

Os soldados do Estado Islâmico executaram os cristãos de diferentes maneiras, incluindo uma crucificação. Todos os mortos eram ex-muçulmanos convertidos a Cristo. Como se recusaram a negar sua fé, as mulheres, com idades entre 29 e 33 anos, foram estupradas diante da população local. Em seguida, a maioria foi decapitada.

Enquanto esperavam pela execução, estavam de joelhos diante dos militantes islâmicos e começaram a orar em voz alta o “Pai Nosso”. Testemunhas contam que alguns afirmavam estar entregando sua alma para Jesus. Isso irritou os militantes do EI, que deixaram os corpos dos mortos pendurados em cruzes por dias.

O grupo jihadista destruiu quase a totalidade de mosteiros cristãos, bem como todas as Bíblia e documentos que falem sobre a fé cristã. Estima-se que na Síria, a população cristã hoje é apenas um terço do que era antes da guerra civil iniciada em 2011. No Iraque, a população cristã está à beira da extinção. Existiam cerca de 1,5 milhão em 2003, totalizando menos de 200.000 agora.

A International Christian Concern, grupo que defende os direitos humanos de cristãos, relata que muitas igrejas se tornaram verdadeiros “matadouros”. Durante cerimônias públicas, os cristãos vêm sendo mortos dentro dos templos.

Patrick Sookhdeo, diretor da Barnabas Fund, organização que visa ajudar os cristãos da Síria, acredita que o que o Estado Islâmico está fazendo é pior que o nazismo em matéria de barbárie.

“O que eles estão fazendo é perfeitamente normal, pois defendem a sharia. Eles não veem um problema nisso. Essa justificativa religiosa é que torna isso tão terrível.” Ele conta que não entende como as Nações Unidas se negam a classificar os atos do Estado Islâmico como “genocídio”. Com informações de Gospel Herald

Por Jarbas Aragão - Gospel Prime

O problema de uma democracia sem Deus

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A democracia hoje é uma referência comum em debates políticos no que diz respeito às liberdades civis. Não é exagero dizer que, pra muitas pessoas, ela tornou-se um ídolo, quase sempre incompreendido, e dona de uma suposta superioridade inquestionável. É certo que a democracia americana tem uma clara contribuição dos princípios reformados e que a Reforma Protestante tem uma participação direta no desenvolvimento dos direitos civis da modernidade. Abraham Kuyper considera a democracia uma verdadeira benção de Deus. No livro "Calvinismo", ele escreveu:

"A questão sobre como aquelas pessoas, que pela autoridade divina devem ser revestidas de poder, são indicadas, segundo Calvino não pode ser assegurado semelhantemente para todas as pessoas e para todos os tempos. E, contudo, ele não hesita em afirmar, num sentido ideal, que as condições mais desejáveis existem onde o próprio povo escolhe seus próprios magistrados. Onde existe uma condição como esta, ele conclui, o povo deveria agradecidamente reconhecer nisto um favor de Deus, precisamente como tem sido expresso no preâmbulo de mais de uma de suas constituições; - "Graças ao Deus Todo-Poderoso que deu a nós o poder de escolher nossos próprios magistrados." Em seu Comentário sobre Samuel, Calvino entretanto admoesta tais povos: 'E vós, Ó povos, a quem Deus deu a liberdade de escolher seus próprios magistrados, cuidem-se de não se privarem deste favor, elegendo para a posição de mais alta honra, patifes e inimigos de Deus.' 
Posso adicionar que a escolha popular é bem sucedida, naturalmente, onde nenhum outro governo existe, ou onde um governo existente se enfraquece. Onde quer que novos Estados tem sido instituídos, exceto pela conquista ou pela força, o primeiro governo sempre tem sido instituído pela escolha popular; e assim também onde a mais alta autoridade tem caído em desordem, quer pelo desejo de fixação de direito de sucessão, quer através de revolução violenta, sempre tem sido o povo que, através de seus representantes, reivindicou o direito de restaurá-lo. Mas com igual resolução, Calvino afirma que Deus tem o poder soberano no modo de administração de sua providência, para tirar de um povo esta condição mais desejável, ou nunca concedê-la absolutamente quando uma nação é inapta para ele, ou, por seu pecado tem sido completamente privada da benção." 

A Reforma foi muito abençoada até determinado momento; a liberdade civil e a prosperidade seguiram os rastros dos teólogos reformados ortodoxos. Contudo, há um grande perigo quando as leis de um povo não estão pautadas na Lei transcendente de Deus, e sim na soberania popular, que é o entendimento de democracia que vem sendo defendido especialmente no séc. XX. 

No paganismo do Império Romano, a soberania estava no Imperador. Na Baixa Idade Média, havia uma disputa entre o papado e os reis absolutistas por soberania. Na Reforma Calvinista, Deus é o soberano sobre o Estado e sobre a Igreja. A soberania popular nasce - para explicar de forma grosseira um processo histórico dono de certa complexidade - como uma proposta de defesa humanista contra a tirania e contra a soberania, tanto dos absolutistas quanto da igreja. Tornar-se-á evidente que esse conceito de democracia não pode ser considerado cristão, embora a liberdade civil seja cristã e a democracia americana tenha emergido como fruto de uma luta evangélica que deixou seus mártires. Margaret Thatcher, membro de uma igreja metodista, durante um discurso para a "General Assembly of the Church of Scotland", afirmou que
"Quando Abraham Lincoln falou em seu famoso discurso de Gettysburg em 1863 sobre "governo para o povo", ele deu ao mundo uma definição nítida de democracia que desde então tem sido selvagem e entusiasticamente adotada. Mas o que ele anunciou como uma forma de governo não era em si mesmo algo Cristão, já que em nenhum lugar na Bíblia a palavra 'democracia' é mencionada. Idealmente, quando Cristãos reúnem-se, como Cristãos, para tomar conselho juntos, seu propósito não é (ou não deveria ser) determinar qual é a mente da maioria, mas qual é a mente do Espírito Santo - algo que deve ser bem diferente."

Abraham Lincoln era um humanista. Seu governo foi marcante na história dos EUA por diversos motivos. Quando os revolucionários americanos construíram o sistema americano - que na verdade era, no período colonial, o modelo britânico de um sistema feudal -, influenciados pelos trabalhos de outros puritanos, incluindo John Knox, eles não tinham em mente a ideia de uma "soberania popular," mas o desejo da manutenção de uma ordem Cristã com liberdade civil diante de um Estado limitado. O Rev. John Cotton, um dos grandes fundadores do sistema americano, tornou básica para o governo colonial "a premissa que a lei e a ordem piedosa significam poder limitado e liberdade limitada." Mas o sistema americano foi paulatinamente subvertido durante os séculos.

A Constituição Americana foi escrita para um povo fortemente comprometido com o Cristianismo, e ela não tem estabilidade de outra forma. A limitação estatal era equilibrada pelo freio moral das igrejas locais. Na Reforma Calvinista, a liberdade civil era uma liberdade sob Deus, dentro dos limites da verdadeira religião Cristã, donde a Palavra de Deus soberana impunha as funções específicas para o Estado e para a Igreja, cada qual com seu limite. Mas para os revolucionários franceses, a liberdade significava outra coisa. Guillaume Groen Van Prinsterer, historiador calvinista e estadista holandês, percebeu, em seu livro "Incredulidade e Revolução", que a premissa das revoluções modernas é um conceito ateísta de liberdade. Não é de forma alguma uma liberdade Cristã, mas antes uma liberdade que finalmente rebelaria-se contra a própria ordem moral de Deus. Se o Rev. John Cotton enfatizava uma liberdade limitada e um poder limitado, as demandas humanistas pedem ao mesmo tempo uma liberdade ilimitada e um poder ilimitado, ainda que sua contradição seja explícita. O dualismo desses dois conceitos antitéticos de liberdade está fortemente presente nos debates atuais entre Conservadores e Liberais nos EUA. Os Conservadores buscam interpretar a Constituição Americana com a intenção original dos seus fundadores, cristãos. Os Liberais procuram interpretar a mesma Constituição removendo os conceitos originais dos termos nela escritos. Dessa forma, o atual presidente Barack Obama pode dizer que o casamento gay é coerente com os "ideais americanos," quando na verdade ele nunca foi pensado pela América cristã original.

Nesse contexto, R. J. Rushdoony, especialista na relação entre Igreja e Estado, tece uma pertinente crítica contra o conceito de democracia predominante hoje, mostrando que, uma vez que ela baseia-se na soberania popular, e não na soberania de Deus e de sua Palavra-Lei, ela torna-se ímpia, totalitária e uma maldição para os homens.

Por obedecer sumamente à "vontade do povo", a democracia não serve necessariamente ao princípio de justiça, mas transforma toda vontade da maioria em "justiça" e lei, enquanto a justiça objetiva, a verdadeira, simplesmente deixa de existir. Ela dá lugar à "justiça" relativa, fruto da convenção e conveniência humanas. Nesse modelo político, tudo aquilo que for contra a vontade do povo passa a ser considerado crime. O problema é que os homens são pecadores rebeldes, e, portanto, a vontade da maioria geralmente tende a harmonizar-se com a injustiça, não com a justiça. Dessa forma, a maioria pode decidir roubar a minoria e o roubo torna-se-á legalizado, como vemos no Socialismo.

Por causa dos princípios que norteiam a mentalidade humanista, toda noção objetiva de justiça passa a ser considerada injusta quando ela fere o conceito de liberdade autônoma do ateísmo e quando, consequentemente, fere a vontade "soberana" do indivíduo - que não é mais indivíduo, mas conjunto. É por isso que Deus é entendido como "opressor" por aqueles de mentalidade humanista, por trazer princípios de justiça que não são a vontade da maioria. O resultado é uma confusão sem fim. 

Um exemplo claro disso pode ser visto nas acusações lançadas pelo movimento LGBT contra o pastor pentecostal Silas Malafaia em março desse ano, na ocasião da campanha pelo boicote contra a marca de perfumes "O Boticário." Poucos meses antes, Elton John lançou uma campanha de boicote contra a marca "Dolce & Gabbana" por causa de uma declaração de seus donos - a saber, um "casal" homossexual - contra a adoção de crianças por "casais" gays. Mas para os que tomaram as dores do movimento homossexual, apenas Silas Malafaia pode ser considerado "opressor" e "antidemocrático", não Elton John. Para a maioria dessas pessoas, esse julgamento não é fruto de uma malícia política consciente, mas da conclusão de seus pressupostos. De fato, Saul Alinsky e outros ideólogos de esquerda inventaram a "tolerância intolerante" e muitos dos esquerdistas que sustentam esse discurso são realmente cínicos de marca maior, guardando em suas mentes o objetivo consciente de destruir a cultura ocidental. Para os demais, os idiotas úteis da rev. gramsciana, trata-se do pressuposto religioso do humanismo sendo exposto. Para eles, a liberdade autônoma é o únivo bem moral a ser preservado. A Lei de Deus, por limitar o comportamento humano, é, portanto, contra a vontade soberana do indivíduo livre, e contra seu poder de auto-determinação, que ascendeu mais fortemente desde o pós-Guerra com o existencialismo de Sartre. O Estado humanista é servo do indivíduo, ou da maioria, e todas as obrigações morais reais são anuladas em favor de uma demanda cada vez mais exaustiva de direitos, direitos e mais direitos. A premissa agora é: "seja feita a minha vontade." E essa vontade é a vontade de pecar. A democracia sem a orientação da Lei de Deus tende a transformar o pecado em lei. O homem deixa de ser responsável por seus atos e passa a ser vítima das condições externas, precisando do amparo do Estado, o justiceiro e justificador. Em outras palavras, o Estado é o messias do humanismo.

A democracia sem a soberania de Deus não apenas cria uma nova justiça, mas enxerga a si mesma como a encarnação da justiça. Ela é inimiga da Justiça de Deus e da ordem criacional, e os países que sustentam-na já estão sofrendo com a ira divina há algum tempo. Em nome da democracia, os revolucionários estão atacando a Igreja Cristã que a fundou. Eis o preço que a Igreja está pagando por ter abandonado a liderança intelectual no Ocidente e por ter se tornado irrelevante para a cultura. 

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Autor: Vitor Barreto
Fonte: Uma Visão Reformada
Imagem: The Forgotten Man - Jon McNaughton. Arte: Bereianos
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