sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CINCO PECADOS QUE AMEAÇAM OS CALVINISTAS

Por Solano Portela

Parte 2 - O Pecado da Intolerância Fraternal

O Pós-modernismo e a Tolerância
Uma das características do pós-modernismo é a excessiva tolerância impingida a todas as opiniões, ou o que poderíamos chamar de relativização das verdades. Como brilhantemente já expôs o Dr. Héber Carlos de Campos,(6) o pós-modernismo caracteriza-se pelo pluralismo de idéias e pela premissa que nenhuma verdade é a “verdade verdadeira” e que temos que ser tolerantes, ou politicamente corretos, com todos os pontos de vista. Como calvinistas acreditamos estarmos firmados na verdade, não em uma verdade sujeita à compreensão subjetiva de cada um. Essa verdade é proposicional, objetiva, não-contraditória e inquestionável pois procede de revelação da parte de Deus ao homem, representada pelas inerrantes Escrituras Sagradas - a Bíblia.
Pode parecer estranho, conseqüentemente, que estejamos classificando intolerância como pecado, quando nossa própria compreensão das verdades bíblicas nos impele em direção contrária ao pós-modernismo, exigindo a nossa intolerância. Devemos fazer uma diferenciação, entretanto, entre tolerância externa e a tolerância na fé, ou fraternal (entre irmãos da mesma fé). Nesse sentido, o próprio Heber Campos declara: “Devemos ser politicamente corretos quando a verdade não está em jogo”. (7)
Intolerância vs. Intransigência
Nesse sentido, por uma questão de clareza, gostaria de propor que diferenciássemos as duas situações distintas, chamando a intolerância externa de intransigência. Assim, consideradas e verificadas a aceitação de certas verdades bíblicas, básicas e comuns, devemos ser tolerantes, mantendo, simultaneamente, a intransigência (intolerância externa).
Um dos grandes problemas que confrontamos é o de confundir intolerância com intransigência. Em muitas ocasiões somos intolerantes e chegamos a nos orgulhar disso, como se fosse uma marca necessária às nossas convicções teológicas. Definindo mais detalhadamente, intolerância fraternal, a atitude que não deveríamos ter, o pecado que deveríamos evitar, é:
· Falta de amor no trato com os nosso irmãos;
· Falta de discernimento das questões prioritárias, do que é mais importante em nossa fé cristã.
O ensino de Paulo Sobre Tolerância Fraternal
Em Colossenses 3.12-16 temos ensinamento do apóstolo Paulo sobre a necessidade de demonstração de tolerância fraternal. Diz-nos o texto:
12. Revestí-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade,
13. suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também.
14. E, sobre tudo isto, revestí-vos do amor, que é o vínculo da perfeição.
15. E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
16. A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações.


A orientação de Paulo é precisa e inquestionável. Da mesma forma com que fomos perdoados e recebidos em extrema graça e tolerância, por nosso Senhor Jesus Cristo, assim também, seguindo o Seu exemplo, devemos desenvolver semelhante atitude e testemunho para com os nossos irmãos (v. 13). O sentimento que deve ser notado pelos circunstantes, é o amor, o qual, ele nos comissiona, deve ser nossa vestimenta (“revesti-vos” – v. 14). Esse estilo de vida é compatível e conduz à paz de Cristo (v. 15), gerando harmonia e ações de graças. Notem que, realisticamente, Paulo constata a possibilidade de diferenças de opiniões, situação em que é própria e cabível o ensino e a admoestação (v. 16). Tais diferenças devem ser tratadas com a palavra de Cristo, que deve habitar em nossos corações, resultando em amplo louvor ao nome de Deus.
Detalhando o Conceito de Intransigência
Não obstante, as advertências acima, existe campo para a intransigência que não é pecado. Dentro da definição que propusemos, intransigência seria, então:
· zelo pela verdade
· compreensão das doutrinas prioritárias da Palavra de Deus
Intransigência é o contrário de transigir, ou seja ultrapassar os limites; quebrar as regras recebidas. Nesse sentido, intransigência deve ser característica de cada calvinista, de cada crente convicto das verdades bíblicas. Ele não pode abrir mão das doutrinas claras, declaradas na Palavra de Deus. Ele não pode ultrapassar os limites traçados por Deus.
O Ensino de Paulo sobre Intransigência
Um exemplo dessa atitude, que é correta e própria, é encontrado na pessoa de Paulo, conforme sua inspirada declaração, em Gálatas (1.6-10). Nesse trecho Paulo fala de crentes “não tão quentes” que estão desenvolvendo um ministério paralelo ao seu, indo de igreja em igreja, pregando. A reação de Paulo é bastante diferente daquela expressa na carta aos Filipenses 1.12-18, onde foi bastante benevolente e tolerante. Os dez primeiros versos da carta aos Gálatas dizem o seguinte:
1. Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por intermédio de homem algum, mas sim por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos),
2. e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia:
3. Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, 
4. o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, 
5. a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.
6. Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, 
7. o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.
9. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10. Porventura procuro eu agora o favor de homens, ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.


Nos versículos 1 a 5, Paulo fez a sua apresentação, indicando a sua autoridade apostólica, demonstrando que ela vem de Deus e não de homens. A carta foi primariamente dirigida à Igreja da Galácia, mas teve ampla circulação entre as demais igrejas. Paulo dá glória a Deus e indica que Jesus Cristo se deu por nós para nos livrar das maldades desta era, passando a tratar de um problema que estava surgindo naquela igreja: a aceitação de um evangelho adulterado.

No v. 6 ele mostra uma profunda perturbação interna – "estou assombrado", diz, demonstrando grande admiração que os membros daquela igreja estivessem mudando rapidamente de convicções. A afeição e a lealdade estava sendo colocada em outra doutrina, pois estavam dando ouvidos a "alguns" (v. 7) que perturbavam e queriam perverter o evangelho de Cristo. Pregavam um outro evangelho (grego: heteros-- distinção com o outro, do verso seguinte, que é allos. Aqui, heteros = ouk allo, ou seja diferente, “não outro”). Paulo referia-se, sem dúvida, aos judaizantes que pretendiam adicionar algumas coisas "palpáveis, visíveis", à simples pregação do evangelho. Quem sabe eles diziam que era apenas uma questão de método? Talvez fosse muito mais atraente, desse mais substância, ou talvez até, mais emoção ao evangelho. Estas pessoas se apresentavam com autoridade e se propunham a declarar o método de salvação. Paulo mantém a designação "evangelho" porque era apresentado como tal, mas na realidade, diz ele, não é evangelho nenhum (sistema diferente, mensagem diferente, doutrina diferente)!
No v. 8, Paulo dirige-se ao fundo do seu extenso vocabulário grego para classificar estas pessoas e lança uma fortíssima condenação. Independentemente de quem quer que seja: estas pessoas, ele próprio, ou até um anjo do céu—se vier trazer um evangelho que vá além (note que não era necessariamente diferente na aparência, mas com algumas coisas adicionadas) daquele que eles tinham previamente ouvido da parte dele, tal pessoa deveria ser considerada anátema (isto é: amaldiçoado). Estas palavras contêm uma terrível responsabilidade a nós que fomos comissionados a pregar e a transmitir as verdades de Deus.
Para que não pairasse qualquer dúvida sobre o seu zelo, sobre sua posição, ele repete mais uma vez as mesmas palavras, no versículo 9. Não quer ser mal-entendido, não quer deixar "passar em branco", não quer parecer precipitado - é um pensamento depurado e destilado sob o fogo do zelo e sob o direcionamento sobrenatural do Espírito Santo.
Podemos negligenciar o aviso contido e pensar que Paulo se referia somente à sua situação específica. Afinal, não temos mais judaizantes em nosso meio! Muitos de nós chegam a fazer, corretamente, a aplicação destas palavras à pregação da Igreja Católica Romana, com suas adições e condições anexadas à Graça salvadora de Cristo. Isto não basta, temos que analisar o que está acontecendo no campo chamado "evangélico". Tristemente iremos, em muitas ocasiões, encontrar a proclamação de "outro" evangelho.
Paulo poderia ter particularizado a questão, especificado quem ele combatia, mas quis o Espírito Santo, em sua soberania, deixar a colocação de forma genérica, de tal modo que o princípio fosse enfatizado — não podemos mexer com o cerne do evangelho.
Nesse sentido, devemos ser intransigentes porque, no versículo 11, ele coloca: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem; porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo”. Eis a razão de Paulo para ter esta convicção: o evangelho não é doutrina de homens, mas sim revelação de Jesus Cristo. Ele contraria a perspicácia, os desejos e as motivações carnais do homem. Temos que ter a coragem de "remar contra a maré" e proclamar o puro Evangelho de Cristo, sendo intransigentes nisso.
Uma Demonstração de Tolerância, na Vida de Paulo
Na epístola aos Filipenses (1.12-18), Paulo mostrou-se bastante tolerante com relação àqueles que pregavam a Cristo até com o motivo errado, mas sem adulterar o conteúdo da mensagem. Não é que ele recomende a falta de sinceridade ou os motivos errados dos que se aproveitavam de suas cadeias para pregar, mas ele é surpreendentemente tolerante. No entanto, não há nenhuma menção, no trecho, de que houvesse distorção no conteúdo da mensagem. Paulo sabia analisar os detalhes, discernir as prioridades e se concentrar nas questões cruciais da fé cristã. Ele não temia ser conhecido e caracterizado por sua intransigência, quando o cerne do evangelho estava sendo adulterado. Entretanto, ele não queria ser classificado de intolerante, se este perigo estava ausente. Ele não queria ser “do contra” contra tudo, mas sim contra o que se merecia ser contra. A tolerância tem que ser uma atitude sempre presente em nossa vida para com aqueles irmãos com os quais temos algumas diferenças. A nossa intransigência deve se conter àquelas coisas que estão perturbando os pontos fundamentais do evangelho, mas a caridade cristã, o amor de Cristo, deve ser refletido em nossas atitudes, derramando-se sobre todos aqueles que foram resgatados pelo preciosos sangue de Cristo.

John Owen e Tolerância
Um dos maiores teólogos e expositores da Palavra de Deus que já existiu, o puritano John Owen (1616-1683), viveu em uma era retratada por muitos como uma época de intolerância. Owen era realmente intransigente, com relação às doutrinas cardeais do evangelho, mas, surpreendentemente, ele era extremamente tolerante com aqueles que não compartilhavam a sua interpretação da Palavra de Deus. Naquela ocasião ele era conselheiro de governantes e respeitado por esses. Não seria inusitado, para a época, valer-se de sua posição de influência para promover expurgos e perseguições religiosas. Muitos assim o fizeram. Owen, entretanto, proferiu vários sermões e escritos defendendo a tolerância e o tratamento amoroso da falta de entendimento de muitos.
Poderíamos dizer que Owen teve esta coragem de “remar contra a maré” da sua época, defendendo um tratamento meramente eclesiástico das questões religiosas, consciente de que o Senhor era o legítimo proprietário das consciências, a quem os homens haveriam de prestar contas por suas persuasões e convicções.
Em um de seus sermões ele retrata bem a intransigência de Paulo, quando declara: “Algumas coisas, na realidade, estão tão claramente estabelecidas nas escrituras e tão bem determinadas, que não é possível questioná-las ou negá-las” .(8) Owen continua, entretanto, e se posiciona em defesa da tolerância, refletindo uma atitude que, comparada com a nossa intolerância contumaz, deveria nos envergonhar, tamanha é a sua sensibilidade. Escreve ele:
…mas, geralmente, erros ocorrem em coisas de difícil compreensão, que não são tão claras e evidentes… Com relação a tais, é muito difícil classificá-las de heresias.
A sensibilidade de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade. (9)
Em 1648 Owen pregou um extenso sermão no Parlamento Britânico, na Câmara dos Comuns, intitulado “Sobre Tolerância”, no qual defendeu, mais uma vez a demonstração do amor cristão e a não-intervenção dos poderes governamentais nas diferenças de opiniões eclesiásticas. (10)
A Tolerância de Cristo
O grande exemplo de tolerância, nos é fornecido pelo próprio Cristo. Em Mateus 20.20-28 lemos sobre o incidente onde Jesus recebe o pedido da mulher de Zebedeu, para que seus filhos (Tiago e João) tivessem lugar de proeminência no reino que Ele havia acabado de anunciar. Possivelmente possuída de um conceito errado sobre a natureza desse reino e pleiteando cargos de importância política, ela funda a instituição do “lobby governamental”. Com essa atitude, ela demonstra uma ampla falta de percepção espiritual, mas essa falha não era só dela. Seus filhos parecem apoiá-la e participar ativamente do pedido. Em sua resposta, Jesus diz que eles estão “por fora”, ou seja, “não sabem o que pedem”.
Depois de estarem por tanto tempo tão próximos a Jesus, ouvindo os Seus ensinamentos, podemos até pensar, como é que eles erraram o alvo dessa maneira? Como é possível que não se aperceberam da natureza espiritual do reino e da postura de servos que deveriam ter? Mas a situação é mais grave ainda, porque os outros dez, passaram a demonstrar igual atitude de inveja e ira, com relação àquele pedido inoportuno. Se eles estivessem imbuídos da atitude de servos, conscientes de que deveriam, cada um, “considerar os outros maiores do que a si mesmo”, certamente teriam dito a Jesus – “realmente, eles parecem ser bem qualificados para terem um lugar de importância no reino! Não nos importamos se eles forem nomeados”. Mas não, eles estavam, com certeza, pensando: “Por que eles, e não nós?” Repentinamente, depois de tantos ensinamentos, Jesus viu todos os Seus auxiliares imediatos, os homens com os quais deixaria a Sua igreja, envolvidos em uma disputa rasteira sobre cargos e influência pessoal… Como Ele deve ter se entristecido. Qual foi sua reação?
Registra o texto que Jesus, pacientemente, chamou a todos ao lado e passou a ensinar-lhes, mais uma vez, a natureza do Seu reinado espiritual, a verdadeira missão que lhes seria confiada. Que demonstração de amor e de tolerância com a falta de entendimento daqueles irmãos. Que exemplo de paciência, para nós, e que incentivo para que sejamos mais tolerantes e caridosos com os nossos irmãos. Que Deus nos livre do pecado da intolerância.
(6) Heber Carlos de Campos, O Pluralismo do Pós-Modernismo, Fides Reformata (São Paulo: Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição, 1997), 2/1, 5-28.
(7) Campos, palestra realizada no VI Simpósio do Projeto Os Puritanos, Águas de Lindóia, São Paulo, 6-13 de junho de 1997.
(8) John Owen, Sermão: “A Prática do Governo da Igreja” em The Works of John Owen (Londres: The Banner of Truth Trust, 1967) Vol. VIII, 60.
(9) Owen, Works, VIII, 61.
(10) Owen, “Of Toleration”, Works, VIII, 163-206.


CINCO PECADOS QUE AMEAÇAM OS CALVINISTAS



Por Solano Portela
Parte 1 - O PECADO DO ORGULHO

Definindo Orgulho Espiritual
O primeiro pecado que procuraremos examinar é o pecado do orgulho espiritual. Poderíamos definir o orgulho espiritual como sendo uma atitude de desprezo aos outros irmãos. Seria abrigar a sensação de se achar possuidor de uma visão superior. Seria o desenvolvimento de uma atitude de rejeição do aprendizado, contrária à humildade que Deus requer dos seus servos. Seria achar que se é conhecedor de uma faceta de compreensão que os demais irmãos ainda não alcançaram.

A Tendência de se Criar uma Hierarquia dos Salvos

A natureza humana pecadora carrega para o seio da comunidade cristã o orgulho espiritual sob diversas formas. Uma tendência sempre latente na Igreja através da história foi a de subdividir a dicotomia estabelecida pela Bíblia, na divisão das pessoas. Com relação ao posicionamento perante o criador, todos estão subdivididos em salvos ou perdidos; crentes ou descrentes; os que receberam a fé por dom de Deus ou aqueles sem fé que se encontram no caminho da perdição.
Ocorrências ao Longo da História da Igreja
O renitente orgulho espiritual tem gerado muitos movimentos dentro da Igreja que acrescentam uma terceira categoria de pessoas, no que diz respeito ao status espiritual dos homens perante Deus: os sobrenaturalmente agraciados com um fenômeno fora do comum, que difere e está além do ato soberano de Deus da salvação.
Se fizermos uma rápida viagem ao longo da história da igreja, veremos que estamos confrontando uma das mais sérias demonstrações da natureza humana caída e que Satanás sutilmente traz, em ondas intermitentes, ao seio da igreja para perturbar o relacionamento dos fiéis.
Os Gnósticos e o Orgulho Espiritual na Igreja Neotestamentária
Mesmo no início de sua história neotestamentária, a Igreja experimentou uma “cristianização” da heresia secular gnóstica, que afirmava certos patamares de conhecimento serem misteriosamente propriedade de uns poucos. Esses protognósticos “cristãos” do primeiro século cresceram e tornaram-se uma força destrutiva dentro das igrejas.
No segundo século da era cristã o movimento gnóstico já havia atingido “grandes proporções”.(4) Os gnósticos dividiam os crentes entre os que possuíam conhecimento espiritual apenas rudimentar e aqueles que possuíam o verdadeiro conhecimento (gnosis), velado aos demais. Encontramos presente a tríplice divisão: (1) os descrentes, (2) os crentes rudimentares e (3) os crentes iluminados.
Os Alegoristas e o Orgulho Espiritual
No terceiro século os alegoristas dividiram os crentes entre aqueles que entendiam o sentido mais espiritual e profundo das passagens e aqueles que não conseguiam penetrar além do significado literal do texto. Orígenes, grande expoente da Escola de Alexandria, mas um dos proponentes do alegorismo, ensinava, na realidade, que a Palavra de Deus possuía três sentidos: (1) o sentido comum, histórico—inteligível aos de mente simples; (2) o sentido espiritual—que se constituía na alma das Escrituras; e (3) o sentido perfeito—que representava um sentido espiritual mais profundo, possível de ser expresso somente por meio de alegorias. Mais uma vez uma subdivisão estranha ao conceito bíblico do estado espiritual das pessoas, é introduzida no ensinamento das igrejas, refletindo o desenvolvimento de orgulho espiritual.
Os Quakers e o Orgulho Espiritual
Na época dos puritanos tivemos o surgimento dos Quakers que declaravam-se possuidores de uma experiência fora do normal com o Espírito Santo. Uma constante, em suas pregações, era a procura pela “inner light” – luz interior, que declararia a perfeita vontade do Espírito a cada um na qual brilhasse. Com sua diferenciação dos “crentes comuns” eles representaram um novo surgimento da tão prejudicial divisão tríplice, evidência de orgulho espiritual.
A idéia do Crente Carnal e o Orgulho Espiritual
Pulando para época mais recente, até dentro do campo evangélico conservador fundamentalista, mesmo quando este ainda não havia se tornado quase todo pentecostal, foi gerada uma nova e superior categoria de crentes–o crente espiritual. Este seria aquele que deu o segundo passo de aceitação. Já havia aceito a Cristo como Salvador, mas, em um segundo passo e em uma segunda experiência, o aceita como Senhor. Essa aceitação do senhorio de Cristo faz com que ele se dissocie do crente carnal. Crentes carnais seriam aqueles que permanecem em um estágio inferior e primitivo de espiritualidade mantendo um comportamento virtualmente similar ao do descrente. Temos, novamente, o ensinamento da existência de três categorias de pessoas: os descrentes, os crentes carnais e os crentes espirituais.
As Experiências Pentecostais e o Orgulho Espiritual
O pentecostalismo, abrigou e renovou esta tendência dentro da igreja, dando-lhe novos rótulos, mas postulando uma hierarquia dos salvos estranha à Palavra de Deus. Ele trouxe à cena evangélica o inusitado e o extraordinário como sendo não apenas parte da realidade existencial, histórica e religiosa da Igreja, mas como objeto de anelo e desejo na vida individual de cada crente. Os ensinamentos do pentecostalismo deixaram a expectativa de que sem estas experiências algo estaria a faltar na vida do cristão. Era necessário se atingir um patamar superior, obter-se uma segunda bênção, elevar-se acima do nível do crente comum. Gerou-se assim uma hierarquia de crentes: os batizados vs. os não-batizados pelo Espírito Santo, ou, utilizando uma outra terminologia: os recebedores vs. os “ainda-carentes-de-uma-segunda-bênção”.
A questão da Cura Divina e o Orgulho Espiritual
A questão da cura divina, trazida pelo pentecostalismo, segue linhas paralelas semelhantes. Ela coloca os crentes em uma escala hierárquica, qualificando o seu cristianismo, fazendo uma divisão entre os que já atingiram um patamar de fé que é suficiente a torná-los recebedores de curas milagrosas vs. aqueles cuja fé é insuficiente ao recebimento destas bênçãos. Tais experiências estariam reservadas aos mais aquinhoados espiritualmente. Via de regra, formamos uma casta de orgulhosos espirituais que vivem a propagar as graças “alcançadas”, em função da sua fé.
O Perigo do “gnosticismo reformado”
Com tantas recaídas, de segmentos diversos da igreja cristã, no mesmo problema, o meu ponto é que nós calvinistas precisamos nos guardar para não seguirmos esta trilha tão repisada na história da igreja. Não podemos nos considerar imunes ao desenvolvimento de uma atitude de que “nós reformados” somos os iluminados, únicos entendedores das verdades divinas que se encontram veladas à grande parte dos crentes comuns, a não ser que recebam a explicação lógica e incontestável de nossa parte. Muitos calvinistas têm se deixado levar pela síndrome da descoberta da pólvora, passando a demonstrar o mais evidente orgulho espiritual, no relacionamento com os irmãos, prejudicando o testemunho da fé reformada.
Um Exemplo de Como o Orgulho Pode Tomar Conta de Nós
Vou citar o que me disse um grande amigo meu, e não gostaria que entendesse que eu o estou acusando de orgulho espiritual. Faço a citação apenas como exemplo de como devemos nos guardar, porque às vezes imperceptivelmente, estamos nos colocando, como calvinistas, numa casta especial de iluminados, cujo resultado será o desenvolvimento desse tão perigoso orgulho espiritual do qual devemos fugir. Após haver lido extensivamente vários trabalhos sobre justificação e de ter ouvido uma brilhante exposição desta doutrina, dentro da perspectiva bíblica/reformada, ele me disse: “Estou impressionado e chegando à conclusão de que ninguém sabe na realidade o que é a justificação…” Continuando, disse: “o nosso povo não tem a mínima idéia do que significa ser justificado.”
Notem que essas palavras foram ditas não com orgulho, mas com humildade e profunda admiração pelo trabalho de Cristo, mas quero chamar atenção para o fato de que essa apreensão doutrinária, e até essa apreciação das doutrinas da graça, traz em si a semente latente e destruidora que pode germinar, sem muito esforço, em orgulho espiritual. Minha resposta, na ocasião, foi: “Sabem, meu irmão, elas sabem sim. Se uma pessoa foi realmente resgatada pelo precioso sangue de Cristo ela sabe experimentalmente o que é justificação”.
A Experiência da Graça de Deus
Não estou colocando experiência acima da revelação escriturada, mas estou fazendo uma distinção entre saber o que é, e saber realizar uma exposição lógica, sistemática e detalhada de uma doutrina. Não podemos nunca cair no engano de que a ignorância espiritual é algo que será arraigado pela visão que temos da soberania de Deus. Não podemos nunca menosprezar a simplicidade dos crentes comuns, resgatados que foram por Cristo Jesus, pelo Deus soberano que todos amamos, predestinados desde a fundação do século, separados para a glória do Deus todo poderoso. Eles sabem o que é justificação, mesmo que nunca tenham ouvido falar de Lutero e Calvino, mesmo que não consigam dizer os cinco pontos do calvinismo, mesmo que não consigam explicar o que é justificação. O Deus poderoso que salva, o faz soberanamente, não dependendo da perspicácia, lógica ou inteligência do escolhido.
O Exemplo do Cego de Jericó
Temos que nos mirar no exemplo do cego curado por Jesus, em João 9. Ele não sabia muitas coisas. Havia discernido autoridade, nas palavras de Jesus, por isso fez o que ele mandou e o classificou como “profeta” (v. 17). Não sabia, entretanto, a razão da sua cura. Não sabia a procedência ou o destino do soberano que o curara (Vs. 12 e 25). Além do lodo com o qual havia sido untado, não sabia, obviamente, explicar como fora curado (vs. 11 e 27). Uma coisa porém ele sabia e isso lhe era suficiente naquela ocasião: “uma cousa sei, eu era cego e agora vejo”.
Razões Para Nossa Ampla Comunhão
Por que podemos ter comunhão genuína com aqueles que não são calvinistas? Porque se verdadeiramente salvos, somos irmãos, filhos do mesmo Deus soberano. Porque apesar das inconsistências verificadas nas suas formulações teológicas, por mais que digam que a salvação foi fruto do pretenso “livre arbítrio” do homem; por mais que, em seus discursos, venham a inferir uma subordinação das ações de Deus a este “livre arbítrio”, quando se põem de joelhos e oram, oram a um Deus soberano que tudo pode, a um Deus que é tudo e oram a ele reconhecendo que nada são.
Incoerências Humanas
Temos que reconhecer que nós mesmos, como seres humanos falíveis, nunca somos totalmente coerentes com nossas premissas. Querem um exemplo? Sabemos da importância do Dia do Senhor, do domingo. Temos a convicção que neste dia devemos nos reunir e adorarmos o nosso Deus. A maioria de nós, aqui, nunca pensaria esquecer o nosso culto dominical para nos envolvermos em, vamos dizer, uma partida de futebol. Entretanto muitos de nós torcemos bastante por este ou aquele clube de futebol. Secretamente apoiamos tanto o divertimento quanto o ganha-pão naquele dia, ou pelo menos fechamos os olhos e estabelecemos um duplo padrão de comportamento: um para nós e para os nossos filhos e outro, desculpável, para aqueles por quem nós torcemos. Chegamos até a inventar uma categoria de cristãos, “os atletas de Cristo”, que sacramentaliza, cristianiza e justifica a atividade no domingo. Isto é: peça a nossa opinião e condenaremos o esporte dominical. Observe a nossa prática e condescendência e verificará uma aceitação tácita dos esportes praticados no Dia do Senhor. O que é isso? Incoerência humana, para sermos bem gentis, e Deus nos agüenta!
Por acaso achamos que poderemos encontrar total coerência entre o discurso e a prática nos demais cristãos? Digo isso apenas para reforçar que é bastante provável que venhamos a encontrar a fé genuína reformada em pessoas, mesmo quando o discurso externo estiver um pouco incoerente com a nossa fé reformada. Nunca devemos ser orgulhosos e menosprezadores daqueles que constituem a verdadeira igreja de Cristo, pela qual ele deu o seu sangue. Conclamando calvinistas a ter um comportamento cordato e humilde, o Rev. Ian Hamilton, da Escócia, disse: “A graça de Deus deveria adoçar nossas discordância. Existe um grande perigo de absolutizar a nossa forma de fazer as coisas. Devemos nos apegar àqueles que se apegam a Cristo”. (5)
O Amor que Aniquila o Orgulho
O apóstolo Pedro, escrevendo em sua primeira carta (1.22 e 23) nos fala do amor cristão que aniquila o orgulho. Neste trecho lemos: Tendo purificado as vossas almas, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração uns aos outros, ardentemente, pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
A base deste amor é a regeneração comum (v. 23) que todos os cristãos têm em Cristo Jesus. Ele é também o nossos exemplo, pois no verso 17 lemos que ele julga “sem acepção de pessoas”, isto é, com equidade de tratamento. O amor comissionado no versículo 22 possui três características:
· É questão de obediência (“obediência à verdade”),
· Tem que ser sincero (“não fingido”) e
· Tem que ser intenso (“ardentemente”)


Tendo sido regenerados pelo Deus vivo e pela Palavra viva, de nada podemos nos orgulhar, nem mesmo da nossa compreensão de Deus e de Sua majestade, pois só dele procede a iluminação para o entendimento das verdades espirituais e ele deseja que sejamos caridosos e pacientes na instrução da Sua Palavra. Que Ele nos livre do pecado do orgulho espiritual.
(4) Kenneth Scott Latourette, A History of Christianity (N. York: Harper & Row, 1953, 1975) pp. 26, 114, 123, 124.
(5) Ian Hamilton, palestra: “O Propósito que Governa o Culto Reformado”, no VI Simpósio do Projeto Os Puritanos, Águas de Lindóia, 6-13 de junho de 1997.



CINCO PECADOS QUE AMEAÇAM OS CALVINISTAS


Por Solano Protela

Introdução 
O Que é Calvinismo?
Quando nós nos referimos ao calvinismo, estamos falando daquela compreensão da mensagem das Escrituras Sagradas que conclui que Deus é soberano sobre todas as coisas. (1)
A Palavra de Deus foi habilmente estudada e assim exposta por João Calvino, seguindo as pegadas de Agostinho e do apóstolo Paulo. Nos escritos de Calvino temos não novas doutrinas, mas o ensino cristalino, procedente da Bíblia, de várias doutrinas da fé cristã que refletem essa soberania de Deus em todos os aspectos da nossa vida. Esta compreensão tem sido às vezes rotulada de As Doutrinas da Graça e resumida nos conhecidos Cinco Pontos do Calvinismo. (2)
Ela esteve presente nos escritos e ensinamentos dos grandes expoentes da Reforma do Século XVI, e é encontrada nas históricas confissões do período, inclusive na Confissão de Fé de Westminster, adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Aqueles que aceitam que a Bíblia apresenta com essa perspectiva a pessoa de Deus, e as limitações conseqüentes do homem, têm sido chamados de calvinistas , entre os quais nos incluímos.
Esclarecimentos Sobre o Tema
Alguns podem pensar que vamos lidar com “Os Cinco Pecados do Calvinismo” . Apesar dessa idéia possivelmente trazer entusiástica reação de aprovação da parte de certos setores da igreja, quero esclarecer que não estaremos tratando dos “Pecados do Calvinismo” nem iremos escrever contra o calvinismo. Nossa preocupação é com os pecados que ameaçam os calvinistas. Esses, vale esclarecer, não são pecados que caracterizam os calvinistas. Eles podem ser encontrados em muitos campos de persuasão cristã e, nesse sentido, o alerta é generalizado. Nossa preocupação é, entretanto, a de que os calvinistas não se considerem imunes a esses perigos pois os pecados que vamos mencionar também representam séria ameaça ao seu testemunho como cristãos eficazes na Igreja de Deus.

É importante ressaltar, em adição, que o nosso tema não é “Os Cinco Pecados que Ameaçam os Calvinistas”. Infelizmente existem mais de cinco pecados que nos ameaçam, mas, com a graça de Deus, vamos abordar apenas cinco destes e não todos eles. As pessoas que compartilham uma apreciação pelo calvinismo representam um solo fértil a esse estudo, o qual procede de um intenso desejo de que, como calvinistas, sejamos conhecidos tanto pelas nossas firmes convicções como pela ampla demonstração do Fruto do Espírito em nossas vidas.
Pecados que Não Abordaremos
O Intelectualismo Estéril
A nossa tentativa é a de dar um passo além de alertar aos perigos do intelectualismo estéril. Parece-nos que muitos avisos já foram soados a este respeito. Registro, como exemplo, um artigo na revista Banner of Truth no qual W. J. Seaton diz:
Nosso sistema educacional está próximo de educar pessoas acima de sua inteligência e nossa igrejas reformadas devem ter cuidado para não produzir novas gerações educadas teologicamente acima do nível de sua espiritualidade… Podemos ter uma geração que abraça o status da fé reformada mas que nunca se acha confrontada com o estigma de ser merecedora das chamas do inferno, salva apenas pelo exercício da livre graça de Deus, tão claramente expostas pelo calvinismo. (3)

Esse é o alerta contra o intelectualismo estéril que, em algumas ocasiões, encontramos em nosso meio. Devemos ter pleno convencimento que não existe aquilo que é chamado de ortodoxia morta, pois ela é nada mais, nada menos, do que heterodoxia viva. Que Deus nos preserve de retirar a vida de sua mensagem e ensinamentos.
Pecados relacionados com caráter pessoal
Não vamos, em adição, tratar de pecados ou atitudes pessoais, como: avareza, egoísmo, maledicência e outras situações pecaminosas, das quais oramos para que Deus nos livre sempre. Nossa proposição, portanto, é a de examinar alguns pecados adicionais que, corporativamente, podem estar rondando os calvinistas e que podem prejudicar tanto a nossa vida espiritual, quanto a de outros. Geralmente estes pecados ocorrem a partir de distorções de nossas próprias e corretas persuasões. É Satanás, utilizando a alavancagem dessas convicções, procurando confundir os nossos corações, objetivando levar a ruína, de uma forma toda especial, a fé reformada que tanto desejamos propagar e vê-la aceita.
(1) Benjamin Breckinridge Warfield indica que o princípio fundamental do calvinismo é “uma profunda compreensão de Deus e de Sua majestade, acompanhada da constatação, inevitável e precisa, da natureza exata do relacionamento mantido entre Ele e Suas criaturas, mui especialmente entre Ele e as criaturas caídas em pecado” – Calvin and Augustine (Philadelphia: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1956/1971) 288.

(2) (1) A depravação ou corrução total da natureza humana, caída em pecado; (2) a eleição incondicional, dos que constituirão a Igreja de Cristo; (3) a expiação limitada, do nosso Senhor Jesus Cristo, que deu o Seu sangue por Sua igreja; (4) a graça irresistível do Espírito Santo, chamando os eleitos à salvação; (5) a perseverança dos santos até a glorificação, preservados pelo poder e pelas promessas de Deus.

(3)W. J. Seaton, Are We Outgrowing the Five Points of Calvinism? Em Banner of Truth (166/167, July/August 1977).

PASTOR SENTENCIADO A MORTE


    Pastor Yousef permanece firme em sua fé

Pastor Yousef Nadarkhani se recursou a negar sua fé em Jesus Cristo ontem na quarta e última audiência em um tribunal no Irã. Pastor Yousef foi condenado pelo crime de apostasia (abandonar o islamismo) e sentenciado a morte por enforcamento. Pastor Yousef Nadarkhani se recursou a negar sua fé em Jesus Cristo ontem na quarta e última audiência em um tribunal no Irã. Pastor Yousef foi condenado pelo crime de apostasia (abandonar o islamismo) e sentenciado a morte por enforcamento.
O tribunal onde estão sendo realizados os julgamentos está cercado por forças de segurança desde que começaram as audiências do pastor. O tribunal concedeu a Yousef três chances para que ele pudessem se retratar, negar o cristianismo e voltar ao Islã. Somente dessa maneira ele poderia ter sua vida poupada. Mas em todos os casos, ele se recusou a negar a Cristo.
“Estou em contato com o Irã”, disse uma fonte próxima a família do pastor. “Mas as notícias não são muito boas, mas vamos esperar. Se eles realmente quiserem, eles podem matá-lo porque ele se recusou a negar sua fé. Deixamos tudo nas mãos de Deus.”
Um advogado de defesa disse a família Nadarkhani e amigos que havia uma maneira de levar o caso ao Tribunal Supremo, o que poderia estender a pena de Nadarkhani na prisão, mas existe a informação de que o Supremo Tribunal Federal do país  deseja que essa situação seja resolvida o quanto antes.
“Yousef é conhecido como um herói, por isso, se ele for libertado, o governo será visto como alguém que foi derrotado”, disse ele. “Mas se eles o deixarem na prisão, haverá mais pressão internacional.”
“Eles provavelmente não irão matá-lo hoje, mas podem fazer isso quando quiserem”, disse a fonte para o Compass. “Eles podem enforcá-lo ao meio dia ou então daqui a 10 dias. Às vezes entregam o corpo para a família junto com o veredito. Eles têm ultrapassado as fronteiras da lei”
A fonte disse que a esposa de Nadarkhani está muito apreensiva com relação a decisão do tribunal. Eles tem dois filhos: Joel, 7 anos, e Daniel, 9 anos. “A mulher dele está em depressão e preocupada. É uma situação difícil para toda a família.”
FonteCompass Direct
TraduçãoLucas Gregório

AS LIÇÕES DE BARTIMEU


Marcos 10:46-52
Este parágrafo da Palavra de Deus "tem se tornado em uma mina de ouro"(W. Hendriksen), porque quando estudamos esta narrativa, podemos tirar algumas lições preciosas para o nosso viver, pois temos diante de nós um quadro que deveria ser profundamente interessante para a alma de cada crente.Vejamos algumas lições de Bartimeu:
1-Em primeiro lugar, contemplamos uma LIÇÃO DE FÉ - Somos informados que quando Jesus estava saindo de Jericó "Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado a beira do caminho. E ouvindo que era Jesus, o nazareno, pôs-se a clamar: Jesus filho de Davi, tem compaixão de mim!". Bartimeu embora não pudesse ver a Jesus, no entanto, podia ouvir o barulho da multidão passando. Depois de perguntar ele ficou sabendo que Jesus estava passando por ali. Ele então implorou para que Jesus tivesse misericórdia dele. Sua situação era deplorável. Ele não somente era cego, mas também mendigo, e essas eram duas circunstancias que com frequência caminhavam juntas.
Bartimeu não tinha presenciado os milagres de Jesus, pois desse privilégio a cegueira o privara totalmente. Porém ele ouviu as notíciais dos poderosos feitos de Jesus. E tendo ouvido ele creu. Ele se satisfez com o mero rumor de que aquele, sobre quem coisas tão admiráveis eram contadas, seria capaz de curá-lo. Ele teve Fé,pois como disse George Miller: "o campo da fé começa onde as possibilidades cessam e onde a vista e a percepção falham".
Esforcemo-nos e oremos para que tenhamos uma fé tão preciosa como Bartimeu. No presente momento não podemos contemplar a Jesus com os nossos olhos físicos. Entretanto na palavra de Deus dispomos de relatos do seu poder, graça e disposição para fazer o extraordinário acontecer. 
2- Podemos ver uma grande lição de PERSEVERANÇA - O texto nos diz que quando Bartimeu começou a clamar:"Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim!" não houve encorajamento daqueles que estavam perto dele. Pelo contrário muitos o repreendiam para que se calasse. Contudo ele não deu ouvidos, mas persistiu (v.48), pois os circunstantes desconheciam a miséria da cegueira, ele conhecia muito bem. Os outros pensavam que não valia a pena fazer tamanho esforço a fim de obter alívio, mas ele sabia de qualquer maneira valia. Ele não se incomodou com a reprovações dos insensíveis circunstantes. Bartimeu não ligou para o ridículo que que sua importunação provavelmente lhe traria. Antes cada vez gritava mais:"Filho de Davi, tem misericórdia de mim!". E clamando desta forma, obteve o que seu coração desejava.
A exemplo de Bartimeu não devemos nos importar com coisa alguma que as outras pessoas pensam ou falam de nós, quando estivermos a procura de cura ou algum objetivo na vida. Nunca haverá falta de pessoas que insistam conosco dizendo: "ainda é cedo demais" ou que "não iremos conseguir", etc. E assim muitas pessoas desistem  facilmente, diante daquilo que as pessoas falam. Portanto não podemos dar ouvidos a tais pessoas ou palavras. Não podemos desistir, mas devemos falar como Jeremias: "quero trazer a memória o que me pode dar esperança"(Lm 3.21) ou como disse o filósofo A. Schopennhauer: "que jamais deveríamos fundamentar nossa felicidade pela cabeça do outros".Portanto, nós precisamos ser homens e mulheres perseverantes " precisamos perseguir os nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas. Não esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que você não tentar, vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não ousar caminhar"(Augusto Cury). Meus irmãos precisamos perseverar firmados na Palavra de Deus e no Deus da Palavra.
3-  Encontramos uma lição de GRATIDÃO - Bartimeu não retornou de imediato para sua casa, assim que teve sua visão restaurada. A sua sua história encerra-se com essa comovente expressão "e seguia a Jesus estrada  fora"(Mc 10.52). Ele não queria separar-se de Jesus que lhe concedera tanta misericórdia. Ele se dedicou ao filho de Davi, que havia operado o milagre.
A graça de Deus quando verdadeiramente é experimentada pelo homem, leva-o a pensar: "que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?" (Sl 116.12). como se expressou o apóstolo Paulo "pois o amor de Cristo nos constrange..."(2 Co 5.14).
Portanto, eu não sei quais são as tuas dificuldades (internas ou externas), os teus sonhos, etc. Mas enquanto se diz hoje você precisa confiar em Deus, porque o nosso Senhor não está limitado a concepção dos homens, por isso você não pode dar ouvido aquilo que as pessoas falam, mas creia que Deus não mudou, e assim como Ele ouviu o clamor de Bartimeu Ele pode nos ouvir hoje.Mas quando você desfrutar do milagre do Senhor não se esqueça de agradecer e seguir a Jesus. A Deus seja a Glória. Pr. Eli Vieira

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

REFORMANDO A NOSSA VIDA

1-RESTABELECENDO UMA PERCEPÇÃO DE DEUS


O ponto no qual precisamos começar é com uma renovada percepção da realidade e da presença de Deus, em oposição à preocupação com o homem e suas "carências" que tem dominado tantas de nossas igrejas.
Wells diz: "numa cultura repleta de (consumidores religiosos), restaurar o valor de Deus (para as pessoas) envolverá muito mais do que simplismente compreender bem uma doutrina; requererá uma completa reconstrução da moderna personalidade pastiche absolvida em si mesma".
Precisamos descobrir novamente o que significa dizer somente a Deus seja a glória.
1- A Soberania de Deus. Nunca poderemos exagerar a importância da soberania de Deus, pois Deus é a maior de todas as realidades, na verdade, a própria base da realidade, e soberania é coisa mais importante que pode ser dita a respeito dele.
A soberania não é um  mero dogma filosófico, destituído de valor prático. É a única doutrina que dá sentido e substância a todas as outras doutrinas. É, como Artur W. Pink observou, "a fundação da teologia cristã... o centro da gravidade no sitema  de verdade cristã - o sol ao redor do qual todos os mundos menores são agrupados".
Assim muito mais cristãos evangélicos provavelmente concordariam, apesar de poderem sentir que a soberania de Deus não é um um foco muito prático do ensino cristão hoje.
2- A santidade de Deus - A soberania pode ser o atributo mais importante de Deus, mas se há um possível rival a ela, é a santidade. Este é o atributo que a Bíblia mais menciona - não soberania ou amor, mas santidade."Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?" perguntou Moisés (Êx 15.11).Mas esta tem sido negligenciada pelo homem.
Talvez a maior causa de nossa negligência da santidade de Deus seja que santidade é um padrão contra o qual o pecado humano é oposto, e nós não gostamos disso. Na escritura, a exposição  a Deus sempre produz sentimentos de vergonha, culpa, constrangimento e terror. Como estas emoções são dolorosas, fazemos tudo que for possível  para evitá-las. Uma evidência disto é a maneira como, na cultura contemporânea, temos eliminado o pecado como uma categoria para descrever as ações humanas. Nós também temos compactuado com a cultura de hoje de tal forma que não chamamos mais nossas muitas  e múltiplas transgressões de "pecado". Não conclamamos mais o arrependimento diante de Deus mas, em vez disto, enviamos nosso povo a conselheiros para descobrir porque eles agem de maneira "não saudável", para encontrar "cura".
É hora de recuperarmos a insistência bíblica de que Deus é inteiramente santo, e explorar o que isto significa para nossa vida individual e como corporação. Precisamos recuperar pelo menos a lei, sem a qual a salvação e a graça do evangelho perdem seu poder e finalmente até seus significados.
3- A imanência de Deus - A característica  principal da santidade de Deus é a transcedência, porque Deus é diferente de nós e infinitamente acima e além de nós... IMANÊNCIA significa que ao mesmo tempo Deus é também profundamente presente conosco e em tudo. Paulo disse aos atenienses:"pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos"( Atos 17,28).
Os evangélicos provavelmente crêem na maior parte disto. Mas uma coisa é crer na imanência  de Deus e outra totalmente diferente é praticá-la. Um homem que o fez foi Brother Lawrence, cujas conversas e cartas estão colecionadas em um livro. Brother Lawrence viveu no século 17. Nasceu em French Lorraine, serviu como soldado, e foi onvertido ao ver uma árvore no inverno e refletir sobre o fato de que dentro de pouco tempo sua folhagem seria renovada pelo amor e poder de Deus. Sua conversão levou-o ao monastério dos Carmelitas Descalços em Paris em 1666, onde foi mandado para a cozinha e encarregado dos utensílios. No início ele odiou o trabalho da cozinha. Mas determinou-se de tal forma a andar na presença de Deus que podia adorar a Deus e servir a outros nas mais humildes circunstâncias. Mais tarde Lawrence veio adorar a Deus mais na cozinha do que na catedral, orando:"Senhor de todas as panelas, vasilhas e coisas... faça-me um santo através de preparar os alimentos e lavar os pratos". Ele morreu aos oitenta anos de idade, cheio de amor e honrado por todos que o conheciam.
Isto é o que a imanência de Deus deveria significar praticamente, e deveria ser redescoberta por muitos que imaginam que estão próximos de Deus por poderem falar sobre ele com loquacidade quando na verdade sabem muito pouco sobre ele e quase não têm percepção de sua presença na vida diária.(Fonte: O Evangelho da Graça).


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

REFORMANDO A NOSSA VIDA

Pesquisas das crenças e condutas cristãs contemporâneas dizem-nos que a maioria dos cristãos não haje muito diferente das pessoas não cristãs. Isto não nos surpreende, pois pouca pregação contemporânea ensina sobre a diferença ou a encoraja. Mas nós deveríamos ser muito diferentes, pelo menos se levarmos o evangelho a sério. Os cristãos serão a nova humanidade, uma comunidade daqueles que "amam... a Deus, mesmo a despeito de si mesmos"  que contraria aqueles que "amam... a si próprios, mesmo a despeito de Deus", que é como o grande teólogo da igreja, Agostinho, expressou séculos atrás em The City of God.
Como devemos ser diferentes? A resposta é: de todas as formas. Resumindo, precisamos recuperar o que significa "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua foça" e "Amarás o teu próximo como ati mesmo"(Mc 12.30,31). Assim também precisamos de um foco. As As cinco áreas nas quais as vidas dos cristãos de hoje mais precisam renovação são:1- a percepção viva da presença de Deus; 2 - Arrependimento; 3 - a organização de nossa vida pelo que é invisível; 4 - comunidade cristã; e 5- serviço cristão.
Significativamente, estas coisas serão desenvolvidas em nós ao começarmos a redescobrir e, na verdade, viver pelas doutrinas essenciais do evangelho da graça.( Fonte: O Evangelho da Graça).

IGREJA FILADÉLFIA 9 ANOS DE BÊNÇÃOS





IGREJA PRESBITERIANA FILADÉLFIA 9 ANOS DE BÊNÇÃOS

Durante este mês de setembro de 2011 a Igreja Presbiteriana Filadélfia esteve agradecendo a Deus pelos seus 9 anos de Organização. Todos os domingos contamos com a presença de vários irmãos de outras igrejas e participação de alguns colegas de ministério do Presbitério de Garanhuns( Pastores: Eudes diretor do Colégio Presbiteriano XV de Novembro, Mariano Alves presidente do Sínodo de Garanhuns, Samuel Vitorino pastor da Igreja Presbiterina de Heliópolis e Inaldo Cordeiro presidente do Presbitério de Garanhuns). Ainda contamos com a participação de alguns cantores evangélicos, como: Amilton Angelo, Isabel Chalegra e Eliane Salvador. Só podemos dizer:"até aqui nos ajudou o Senhor".

domingo, 25 de setembro de 2011

Reprimir o Desejo Sexual faz Mal?



Sempre recebo comentários de alguns leitores de que a abstinência sexual defendida por mim e outros escritores e pastores provoca nos jovens evangélicos traumas e neuroses. Ou seja, passar a adolescência e a mocidade sem ter relações sexuais faz com que os evangélicos fiquem traumatizados, perturbados mental e espiritualmente, reprimidos e recalcados.

Esse raciocínio tem sua origem mais recente nas idéias do famoso Sigmund Freud. Para ele, o sexo era o fator dominante na etiologia das neuroses e o desejo sexual era a motivação quase que exclusiva para o comportamento das pessoas. No início, Freud falava que o ser humano, até biologicamente (todos os seres vivos, no final), viveria sua existência na tensão entre dois princípios, ou instintos, primordiais: o princípio do prazer (instintivo e ligado ao id, às vezes relacionado como a libido) e o princípio da realidade (a limitação do prazer para tornar a vida possível, princípio ligado mais ao amadurecimento e, às vezes, ao superego). Mais tarde (na publicação de Além do Princípio do Prazer, 1920), ele passou a falar em outros dois princípios mais amplos, o princípio de vida e o princípio de morte, os quais ele denominou eros tanatos, como os dois princípios que geram a tensão que move o ego. De qualquer modo, tanto o princípio do prazer quanto eros (princípio de vida) eram, para Freud, princípios instintivos, ligados à preservação da vida e da espécie, e sempre conectados ao apetite sexual (ver Os Instintos e Suas Vicissitudes, 1915).

Nem as crianças estariam livres desse apetite sexual instintivo – elas desejavam sexualmente seus pais. Freud apelou aqui para o complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe e o complexo de Eletra, a inveja que a menina tem do pênis do menino. Naturalmente, quando esses desejos sexuais eram interrompidos, resistidos, negados, o resultado eram as neuroses, os traumas. As obras mais conhecidas onde ele sustenta seus argumentos são Sobre as Teorias Sexuais das Crianças (1908) e Uma criança é espancada - uma contribuição ao estudo da origem das perversões sexuais (1919), onde ele defende o surgimento das neuroses como resultado da repressão do desejo sexual.

Em que pese a importância de Freud, seu modelo e suas idéias têm sido largamente criticados e rejeitados por muitos estudiosos competentes. Todavia, algumas de suas idéias – como essa de que a repressão sexual é a causa de todas as neuroses e distúrbios – acabou se popularizando e é repetida por muitos que nunca realmente se preocuparam em examinar o assunto mais de perto.

Vou dizer por que considero esse argumento apenas como mais uma desculpa dos que procuram se justificar diante de Deus, da igreja e de si mesmos pelo fato de terem relações sexuais antes e fora do casamento. Ou pelo menos, por defenderem essa idéia.

1. Esse argumento parte do princípio que os evangélicos conservadores são contra o sexo. Contudo, essa idéia é uma representação falsa da visão cristã conservadora sobre o assunto. Nós não somos contra o sexo em si. Somos contra o sexo fora do casamento, pois entendemos que as relações sexuais devem ser desfrutadas somente por pessoas legitimamente casadas (ah, sim, cremos no casamento também). Foi o próprio Deus que nos criou sexuados. E ele criou o sexo não somente para a procriação, mas como meio de comunhão, comunicação e prazer entre marido e mulher. Há muitas passagens na Bíblia que se referem às relações sexuais entre marido e mulher como sendo fonte de prazer e alegria. O livro de Cantares trata abertamente desse ponto. Em Provérbios encontramos passagens como essa:

Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias (Pv 5.18-19).

Não, não acredito que o sexo é somente para a procriação. Não, não sou contra planejamento familiar e o uso de meios preventivos da gravidez, desde que não sejam abortivos. Sim, o sexo é uma bênção, desde que usado dentro dos limites colocados pelo Criador.

2. Esse argumento, no fundo, acaba colocando a culpa em Deus, na Bíblia e na Igreja de serem uma fábrica de neuróticos reprimidos. Sim, pois a Bíblia ensina claramente a abstinência, a pureza sexual e a virgindade para os que não são casados, conforme argumentei no post Carta a Um Jovem Evangélico que Faz Sexo com a Namorada. Se a abstinência sexual antes do casamento traz transtornos mentais e emocionais, então, de acordo com os libertinos, deveríamos considerar esses ensinamentos da Bíblia como radicais, antiquados e inadequados. E, portanto, como meras idéias humanas de pessoas que viveram numa época pré-Freud – e como tais, devem ser rejeitadas e descartadas como palavra de homem e não Palavra de Deus. Ao fim, a contenção dos libertinos é mesmo contra a Bíblia e contra Deus.

3. Bom, para esse argumento ser verdadeiro, teríamos de verificá-lo estatisticamente, na prática. Pesquisa alguma vai mostrar que existe uma relação direta de causa e efeito entre abstinência antes do casamento e distúrbios mentais, neuroses e coisas afins. Da mesma forma que pesquisa alguma vai mostrar que os jovens que praticam sexo livre antes do casamento são equilibrados, sensatos, sábios e inteligentes. Pode ser que até se prove o contrário. Os tarados, estupradores e maníacos sexuais não serão encontrados no grupo dos virgens e abstinentes.Talvez fosse interessante mencionar nesse contexto o estudoconduzido na Universidade de Minessota por Ann Meir. De acordo com as pesquisas, o sexo estava associado a auto-estima baixa e depressão em garotas que iniciaram as relações sexuais (idade média de início 15-17 anos) sem relacionamento afetivo ou romântico.

4. A coisa toda é muito estranha. Funciona mais ou menos assim. Os libertinos tendem a considerar todo distúrbio que encontram como resultado de repressão dos desejos sexuais. Mas eles fazem isso não porque têm estatísticas, experiências ou históricos que provam tal teoria – mas porque Freud explica. Em vez de considerarem que esses distúrbios podem ter outras causas, seguem sem questionar a tese de Freud que tudo é sexo, desde o menininho de um ano chupando dedo até o complexo de Édipo.

O próprio Freud, na fase mais amadurecida de sua carreira, se questiona na obra Além do Princípio do Prazer (1920):

A essência de nossa investigação até agora foi o traçado de uma distinção nítida entre os “instintos do ego” e os instintos sexuais, e a visão de que os primeiros exercem pressão no sentido da morte e os últimos no sentido de um prolongamento da vida. Contudo, essa conclusão está fadada a ser insatisfatória sob muitos aspectos, mesmo para nós.


5. Embora a decisão de preservar-se para o casamento vá provocar lutas e conflitos internos no coração e mente dos jovens evangélicos, esses conflitos nada mais são que a luta normal que todo cristão verdadeiro enfrenta para viver uma vida reta e santa diante de Deus, mortificando o pecado e se revestindo diariamente de Cristo (Romanos 3; Colossenses 3; Efésios 4—5). Fugir das paixões da mocidade foi o mandamento de Paulo ao jovem Timóteo (2Timóteo 2:22). Essa luta contra a nossa natureza carnal não provoca traumas, neuroses, recalques e distúrbios. Ao contrário, nos ensina paciência, perseverança, a amar a pureza, a apreciar as virtudes e o que significa tomar diariamente a cruz, como Jesus nos mandou (Lucas 9:23). Os que não querem tomar o caminho da cruz, entram pela porta larga e vivem para satisfazer seus desejos e instintos.

Por esses motivos acima e por outros que poderiam ser acrescentados considero esse argumento – de que a abstenção das relações sexuais antes do casamento provoca complexos, neuroses, recalques – como nada mais que uma desculpa para aqueles que querem viver na fornicação. Não existe realmente substância e fundamento para essa idéia, a não ser o desejo de justificar-se ou desculpar-se diante de uma consciência culpada, da opinião contrária de outros ou dos ensinamentos da Escritura.Fonte: O Tempora! O Mores!

Os interessados em estudar mais esse assunto poderão aproveitar bastante o livro Sexo Não é problema – Lascívia, Sim – de Joshua Harris, pela Editora Cultura Cristã.

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